Os riscos do uso abusivo de fitoterápicos para emagrecimento

Será que não trás riscos?
Será que não trás riscos?

Farmácia

02/04/2015

JÉSSICA MICHELE OLIVEIRA SANTANA

RAILENNE DE OLIVEIRA CELESTINO

EURISLENE MOREIRA DAMASCENO







RESUMO


São considerados medicamentos fitoterápicos os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que incluem na sua composição substâncias ativas isoladas, sintéticas ou naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais, utilizados com finalidade profilática, curativa ou paliativa. Há uma grande quantidade de plantas medicinais, em todas as partes do mundo, utilizadas há milhares de anos para o tratamento de doenças, através de mecanismos na maioria das vezes desconhecidos. Enquanto o princípio ativo não é isolado, as plantas medicinais são utilizadas de forma caseira, principalmente através de chás, ultra diluições, ou de forma industrializada, com extrato homogêneo da planta. Ao contrário da crença popular, o uso de plantas medicinais não é isento de risco. Além do princípio ativo terapêutico, a mesma planta pode conter outras substâncias tóxicas, a grande quantidade de substâncias diferentes pode induzir a reação alérgica, pode haver contaminação por agrotóxicos ou por metais pesados. O órgão que regulamento os fitoterápicos é a ANVISA, que determina uma série de normas para a fabricação de fitoterápicos notificados e de uso tradicional. O presente estudo visa relatar os riscos do uso abusivo de fitoterápicos para emagrecer. Este trabalho foi realizado através de um levantamento bibliográfico qualitativo, obtido de artigos científicos, teses e monografias já publicadas.




INTRODUÇÃO

O uso de fitoterápicos na terapêutica é muito antigo, e está relacionado com o próprio desenvolvimento do homem, de modo que sua utilização vem desde épocas antigas. A fitoterapia é a prática do uso de plantas ou suas partes com efeito terapêutico, na qual tem proporcionado resultados benéficos no tratamento e prevenção de inúmeras doenças dentre elas a obesidade. O emprego de fitoterápicos para combater a obesidade na maioria das vezes são utilizados sem nenhuma orientação médica ou nutricional devido a convicção da população que estes medicamentos não trarão nenhum malefício á saúde (CORRÊA, 2012).


Recentemente foi publicada no Brasil a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS), que tem por objetivo expandir as opções terapêuticas ofertadas aos usuários do SUS, com garantia de acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e outros serviços afins, com segurança, eficácia e qualidade (BALBINO, 2010).


A obesidade é um distúrbio metabólico caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal em extensão. É uma patologia crônica não transmissível que pode ocasionar prejuízos à saúde do indivíduo, sendo fator de risco para diversas doenças (MANENTI, 2010).


Atualmente a obesidade é um problema de saúde pública mundial, tanto nos países desenvolvidos como nos subdesenvolvidos, a sua prevalência vem crescendo de forma alarmante sendo considerada uma epidemia (CORRÊA, 2012).


A obesidade está presente tanto na população jovem quanto na adulta, podendo iniciar em qualquer idade, provocada por fatores como o desmame precoce, alimentação inadequada, alteração alimentar e da relação familiar, especialmente nos períodos de aceleração do crescimento (CORRÊA, 2012).


Com todos os problemas provocados pela obesidade surgem dietas e fórmulas milagrosas que prometem uma perda rápida de peso, porém o que não se menciona é que ela tem efeito temporário, ou seja, pouca duração inclusive há um aumento de consumo de medicamentos antidepressivos como auxiliar no tratamento da perda de peso (GUERRA, 2013).


Dentre as terapias alternativas os fitoterápicos destacam-se, pois possibilita o emagrecimento atuando na “quebra de gordura” e estabelecendo a homeostase do organismo (GUERRA; ARENT; MACHADO, 2013).


A utilização de drogas de origem vegetal é um aspecto importante no processo da recuperação e prevenção da saúde, entretanto, requer cuidados e orientações adequadas ao usuário de medicamento considerando o uso racional de medicamentos. A propaganda de medicamentos em nosso país é exaustiva e contribui para a prática da automedicação.


Alguns medicamentos contendo drogas de origem vegetal são rotulados como “medicamento isento de prescrição” e estão disponibilizados ao livre acesso do usuário promovendo a sua utilização sem acompanhamento profissional adequada. A venda de plantas medicinais é estabelecida como simplesmente um comércio, cujo produto é “inócua à saúde”. O grande problema é por parte dos comerciantes que “orientam” os “clientes” quanto à terapia, modo de utilização, farmacologia entre outros aspectos da droga adquirida a partir de conhecimentos fornecidos pelos seus ancestrais, lidos em jornais, vistos em televisão e outras fontes não confiáveis e/ou sem caráter científico. Além das interações que são desconhecidas para grande parte da população, vale ressaltar que são muitas as plantas de uso popular que apresentam efeitos mutagênicos e cancerígenos (NICOLETTI, 2010).

A procura por tratamentos com fitoterápicos e plantas medicinais tem ganhado força, principalmente para o tratamento da redução de peso, entretanto existem poucos estudos científicos sobre o assunto. Sendo assim é importante uma melhor qualificação do profissional de saúde para o manejo dos fitoterápicos (CORRÊA, 2012).


Diante o exposto este estudo tem como objetivo relatar os riscos do uso abusivo de fitoterápicos para emagrecimento, através de levantamento bibliográfico, obtido de artigos e trabalhos já publicados. Pois, calcula-se que 92% da população brasileira consomem fitoterápicos, sendo que a maioria os utiliza de forma deliberada sem conhecer os riscos e benefícios de cada um, muitas vezes realizando interações perigosas que podem causar toxicidade no organismo.



OBESIDADE: PROBLEMA MUNDIAL


A obesidade é uma doença crônica e multifatorial. É um distúrbio metabólico, traduzido por um aumento persistente do balanço positivo entre o consumo e o gasto de energia. Verifica-se um aumento da ingestão de alimentos calóricos (input de energia) e, por outro uma diminuição da atividade física (output de energia), o que conduz ao referido balanço energético positivo, com acumulação de gordura corporal. Porém, a obesidade é o resultado de um conjunto de condições, que incluem fatores genéticos, físicos, sociais e comportamentais (AMARAL; PEREIRA, 2013).


O Índice de Massa Corporal (IMC) é um dos métodos utilizados para classificar sobrepeso e obesidade, e é definido como peso (Kg) dividido pelo quadrado da altura (m²). A Organização Mundial de Saúde define como sobrepeso IMC igual ou superior a 25 e obesidade como IMC igual ou superior a 30 (GUERRA; ARENT; MACHADO, 2010).


A obesidade é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como um importante problema de saúde pública, afetando crianças, adolescentes e adultos. Os dados do International Obesity Task Force mostraram que, nos últimos anos, a prevalência de obesidade tem aumentado significativamente em várias regiões do mundo, sendo responsável, em grande parte, pelo aumento da mortalidade e morbidade com implicações significativas no indivíduo, na família e na comunidade (AMARA; PEREIRA, 2013).


A obesidade já é considerada epidemia mundial, independente de condições econômicas e sociais. O Brasil ocupa o 6° lugar no ranking mundial de países com problemas com obesidade. Os gastos diretos com esta doença, o que inclui internações, consultas e medicamentos, chegam a 1,1 bilhões de reais por ano, que equivale a12% do total de gastos anuais do Sistema Único de Saúde (SUS) com internações (SOUZA et al., 2012).


De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o sobrepeso e a obesidade afetam 41% dos homens e 40% das mulheres no país, sendo que aproximadamente 9% e 13%, respectivamente, apresentam um Índice de Massa Corporal (IMC) > 30 kg/m2, o que os classifica como obesos (SANTOS et al., 2012).


Entre as causas para esse problema estão o reduzido gasto e o alto consumo energético, provenientes de uma combinação de fatores sociais, econômicos, culturais e comportamentais. Além de ser considerado um problema de saúde, cuja prevalência aumentou consideravelmente, a obesidade é um importante fator de risco para outras doenças, tais como diabetes, hipertensão arterial e coronariopatias (SANTOS et al., 2012).
MÉTODOS UTILIZADOS PARA COMBATER A OBESIDADE

Existem inúmeros métodos de tratamento para a obesidade. A mudança do estilo de vida envolve dietas, sendo aquela com restrição calórica a mais consagrada, e exercícios físicos, tanto aeróbicos como de resistência. O método farmacológico que atualmente está em maior evidência é a Sibutramina, sendo que as anfetaminas foram proibidas de serem comercializadas no Brasil em outubro de 2011. As técnicas cirúrgicas mais conhecidas são as restritivas, disabsortivas e as mistas, que envolvem os dois métodos (NISSEN et al., 2012).


Embora seja possível utilizar medicamentos e fazer o uso de técnicas cirúrgicas, as mudanças de estilo de vida e técnicas cognitivo-comportamentais são fundamentais para a perda e manutenção de peso. A escolha do tratamento deve basear-se na gravidade do problema e na presença de complicações associadas (NISSEN et al., 2012).


Porém, devido ao alto custo dos medicamentos industrializados e por necessitarem de prescrição médica e o difícil acesso da população à assistência médica, a população tem buscado, cada vez mais, tratamentos alternativos para esse problema, sobretudo a base de formulações fitoterápicas (MARTINI, 2010).


FITOTERAPIA


Fitoterápicos são medicamentos obtidos empregando-se, como princípio-ativo, exclusivamente derivados de drogas vegetais. São caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, como também pela constância de sua qualidade. São regulamentados no Brasil como medicamentos convencionais e têm que apresentar critérios similares de qualidade, segurança e eficácia requeridos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para todos os medicamentos (ANVISA, 2013).


O emprego de plantas com o objetivo de recuperar ou manter a saúde é uma prática que se confunde com a própria história da humanidade. No Brasil, a utilização de plantas medicinais é bastante difundida, sendo resultado de um acúmulo secular de conhecimentos repassados por meio da tradição oral por gerações e diferentes etnias (BATISTA; VALENÇA, 2012).


A fitoterapia vem sendo a medicina integrativa que mais cresce ao logo dos anos. No mercado mundial de medicamentos a comercialização de fitofármacos gira em torno de 15 bilhões de dólares. O fator mais relevante para tal crescimento se resume na evolução dos estudos científicos, em destaque a descoberta da eficácia de plantas medicinais, principalmente as utilizadas pela população com finalidade terapêutica, através dos estudos químicos e farmacológicos (SANTOS et al., 2011).


Na última década o peso corporal “ideal” passou a ser um objetivo, principalmente para as mulheres. Em matéria, na mídia impressa, os chás emagrecedores são os mais vendidos. Entretanto, deve-se ter cuidado com a utilização dos chás emagrecedores, assim como de quais quer outros, para vários fins. Em avaliações de bulas de fitoterápicos em farmácias, constatou-se que um dos problemas detectados era a grande quantidade de bulas com indicações para regimes de emagrecimento e para redução de celulite, principalmente nos produtos contendo sene e alcachofra (ETHUR et al., 2011).


Existem aproximadamente 250 mil espécies de plantas no mundo e estima-se que apenas 10% destas tenham sido avaliadas cientificamente. Por ser uma das maiores biodiversidades do planeta, a flora brasileira constitui-se uma das mais ricas fontes de novos produtos farmacêuticos, cosméticos e nutracêuticos (PERFEITO, 2012).


Estimativas nacionais apontam que 82% da população brasileira utilizam produtos à base de plantas, e que o setor fitoterápico conta com duzentas empresas que entregam mais de cem mil pessoas no país. O setor movimenta no Brasil cerca de US$160 milhões por ano. Estima-se que o ritmo de crescimento das vendas internamente seja de mais de 15% anuais, contra apenas 4% do que evoluem as vendas dos medicamentos sintéticos (PERFEITO, 2012).
REGULAMENTAÇÃO DE FITOTERÁPICOS NO BRASIL

No Brasil o órgão responsável pela regulamentação de produtos fitoterápicos é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e, segundo a portaria nº 6 de 31 de janeiro de 1995, fitoterápico é “todo medicamento tecnicamente obtido e elaborado empregando-se exclusivamente matérias-primas vegetais com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnósticos com benefício para os usuários” (MARTINI, 2010).


Atualmente, a Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), normatiza o registro de medicamentos fitoterápico, enquanto que a Resolução RDC nº 4, de 10 de fevereiro de 2009, dispõe sobre as normas de Farmacovigilância (BALBINO; DIAS, 2010).


A ANVISA é uma autarquia subordinada ao Ministério da Saúde, encarregada da regulação e regulamentação de fitoterápicos, entre outros produtos. Em 2006, duas importantes políticas foram publicadas para a área de plantas medicinais e fitoterápicos, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (PNPIC-SUS) e a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) (CARVALHO, 2011; PERFEITO, 2012).


Essas políticas trazem como diretrizes, dentre outras ações, a elaboração/adequação de marco regulatório e incentivo à pesquisa para plantas medicinais e fitoterápicos, priorizando a biodiversidade do país (CARVALHO, 2011) e garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinal e fitoterápico, promovendo a utilização sustentável da biodiversidade e o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional (SOUZA et al.,2012).


A falta de boas práticas na produção e comercialização de plantas medicinais e fitoterápicos, associada à ausência de Farmacovigilância, contribui para quedas significativas na qualidade de fitoterápicos. Para manter a qualidade de um fitoterápico são necessárias adequadas práticas de identificação, de cultivo, de coleta, de manipulação, de secagem, de armazenamento e de transporte dos mesmos (BARBOSA et al., 2010).


PRINCIPAIS FITOTERÁPICOS EMAGRECEDORES

As informações se tornaram cada vez mais acessíveis no nosso cotidiano devido a inclusão de diversas mídias, possuem conteúdo diversificado, e entre eles estão constantemente presentes os temas relacionados à saúde e alimentação. E assim, guiados pela mídia, as pessoas utilizam os produtos provenientes do reino vegetal sob a forma de complementos e suplementos alimentares, sem levar em consideração o potencial curativo destes medicamentos. Outros fatores que influenciam na preconcepção mistificadora ocidental é a associação direta dos fármacos fitoterápicos com práticas integrativas de medicina, como a Medicina Chinesa, a Medicina Holística, Macrobiótica entre outras (SANTOS et al., 2011).


Nesse sentido a crescente procura por fitoterápicos se deve principalmente a falsa imagem de que, por se tratarem de medicamentos naturais, não trazem efeitos adversos nem danos a saúde (MARTINI, 2010).


Os principais fitoterápicos prescritos pelos nutricionistas e que tem se tornados famosos entre os usuários são: Camellia sinensis (chá verde), Caralluma fimbriata, Ilex paraguariensis (Pholianegra), Citrus aurantium, Garcínia cambogia, Gymnema sylvestre, Cassiolamina, Phaseolus vulgaris (faseolamina) e Cáscara-sagrada.
Camellia sinensis (chá verde)

O chá verde é produzido a partir das folhas da planta Camellia sinensis, em que suas folhas e brotos recebem tratamento térmico para inativação de suas enzimas (em especial as polifenolases) após sua colheita, seguido de “enrolagem” (rolling) ou “fragmentação” (comminution) e secagem. Depois da água, o chá verde é a bebida não alcoólica mais consumida no mundo. Durante séculos, o chá tem sido considerado pelos orientais como uma bebida saudável, sendo utilizado na China há aproximadamente 3.000 anos, sendo este país o seu principal produtor. No Brasil, seu cultivo está mais restrito ao Vale do Ribeira – SP, por proporcionar climas mais favoráveis para o desenvolvimento da planta (SAITO, 2007; SENGER; SCHWANKE; GOTTLIEB, 2010).


O consumo do chá verde é recomendado pela medicina chinesa tradicional por ser considerada uma bebida benéfica à saúde, devido às suas características antioxidantes, anti-inflamatórias, anti-hipertensivas, antidiabéticas e antimutagênicas, além de ter efeito sobre o controle de peso (SAITO, 2007).


O chá verde possui em sua composição química diversos grupos de compostos fenólicos ou flavonoides, tais como flavonóis e ácidos fenólicos, além de cafeína, pigmentos, carboidratos, aminoácidos e alguns micronutrientes como as vitaminas B, E, C e minerais como o cálcio, magnésio, zinco, potássio e ferro. Os principais flavonóis presentes no chá verde são os monômeros de catequinas, sendo a epigalocatequina galato (EGCG) a mais abundante catequina do chá verde (50-60%) (SAITO, 2007; SENGER; SCHWANKE; GOTTLIEB, 2010).


A termogênese e a oxidação lipídica são reguladas pelo sistema nervoso simpático e algumas substâncias, como os flavonoides do chá verde, principalmente EGCG, conseguem agir sobre este sistema através da modulação da noradrenalina, levando ao aumento da termogênese e da oxidação das gorduras, assim, evitando o aumento no tamanho e quantidade de adipócitos e, consequentemente, prevenindo o depósito de gordura no organismo e regulando o peso corporal; além disso, tem demonstrado um efeito ergogênico em praticantes de atividades físicas de endurance, relacionado com a melhora do condicionamento dos atletas, retardando a fadiga muscular (SAITO, 2007; SAIGG; SILVA, 2009).


A cafeína, também encontrada no chá verde, está relacionada, assim como a EGCG, ao estímuloda termogênese e a oxidação de gordura corporal, levando a perda de peso e saciedade, além de diminuir a quantidade de leptina, proteína secretada pelos adipócitos, que atua no sistema nervoso central e realiza importante papel na regulação do consumo alimentar e no gasto energético, provocando um aumento na queima de energia e diminuindo a ingestão alimentar; é rotulada como o hormônio da obesidade (SAIGG; SILVA, 2009).


Mas além de todos os efeitos benéficos, o chá verde pode causar danos ao organismo se consumido de forma errônea, sendo suspensa sua venda em alguns países, como França, Espanha e Alemanha, pois o chá verde foi fortemente relacionado à hepatotoxicidade (SENGER; SCHWANKE; GOTTLIEB, 2010).


Os polifenóis presentes no chá verde possuem forte afinidade por metais, sendo considerados poderosos quelantes de ferro e cobre, podendodificultar a absorção desses metais, levando à deficiência desses minerais no organismo. Assim como os polifenóis, quando consumida em grandes quantidades, a cafeína pode trazer efeitos adversos à saúde, como alterações no sistema nervoso central, causando irritabilidade (SAIGG; SILVA, 2009).


Gestantes devem evitar o consumo de chá verde e outras ervas medicinais, pois podem interferir no desenvolvimento do bebê ou causar efeitos abortivos, principalmente no início da gravidez, pois algumas substâncias conseguem atravessar a barreira placentária e diminuir o fluxo sanguíneo ( SAIGG; SILVA, 2009).


Pessoas com estômago hipersensível podem apresentar efeitos negativos, principalmente devido ao ácido clorogênico e aos taninos. Hiperácidos, irritação gástrica, redução do apetite, assim como constipação ou diarreia, podem ocorrer com o intenso uso do chá. Mas através da adição de leite ao chá estes efeitos podem ser evitados (SENGER; SCHWANKE; GOTTLIEB, 2010).



Caralluma fimbriata


A Caralluma fimbriata é um cacto comestível, muito utilizado recentemente no Brasil, conhecido como alimento e supressor de apetitee sede, principalmente na Índia entre populações tribais. Esse cacto cresce de forma selvagem por toda a Índia e os nativos o têm adicionado em suas alimentações ao longo dos séculos ingerida in natura, em saladas, refogados e caldos ou desidratada, a Caralluma fimbriata era utilizada na antiga Índia nas peregrinações e caravançarais, por sua suposta propriedade de reduzir o cansaço e a fome (MANENTI, 2010; MOREIRA; VIANNA; RATES, 2012).


Ela é rica em glicosídeos pregnanes, flavonas glicosídeos, megastigmano, compostos amargos e outros flavonoides Acredita-se que a Caralluma fimbriata é capaz de bloquear várias enzimas, entre elas a enzima ATP citratoliase, que converte a glicose em gordura, forçando assim o organismo a queimar as reservas de gordura e também atuariam na sensibilidade de áreas do hipotálamo vinculadas à saciedade, sensíveis a produção de ATP (MANENTI, 20120; MOREIRA; VIANNA; RATES, 2012).


Porém em 2010, em uma reportagem jornalística, a Caralluma fimbriata foi apontada como falso emagrecedor, não se conhece bem como a planta atua no organismo, sua eficiência e possíveis efeitos colaterais, por essa razão a ANVISA editou resolução que proíbe a importação, fabricação, distribuição manipulação e comercialização de produtos que contenham Caralluma fimbriata, visto que, antes mesmo desta resolução a planta não possuía regulamentação em nosso país, mas mesmo era comercializada em grande escala (SALGADO, 2013).


Os possíveis efeitos colaterais provavelmente provocados pelo consumo por um longo período desse fitoterápico ainda não foram estabelecidos por conta da falta de estudos científicos. Isso justifica a preocupação da agência nacional de vigilância sanitária quanto à comercialização e consumo do mesmo. Outro fato preocupante era o da compra do medicamento poder ser realizada sem a necessidade de uma receita médica por se tratar de um produto “natural”. Isso leva a crer que o seu consumo possivelmente não contaria com um acompanhamento médico a fim de detectar possíveis efeitos colaterais como palpitação, pressão alta ou problemas cardíacos (SALGADO, 2013).


Em um estudo realizado em 2012, onde avaliou a venda da Caralluma fimbriata em algumas farmácias no Rio Grande Sul, houve contra indicação do fitoterápico para indivíduos com problema hepático e tireoidiano, também houve relato de alergia da substância (MOREIRA; VIANNA; RATES, 2012).
Ilex paraguariensis (Pholianegra ou erva-mate)

A Ilex paraguariensis é uma árvore nativa da América do Sul (sul do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), largamenteconsumida na forma de chá, vendida em pó ou folhas rasuradas, combinada ou não a outras bebidas. Estudos in vitro e in vivo atestam que a erva-mate apresenta propriedadesantioxidantes, prevenindo a oxidação do DNA e lipoperoxidação do LDL, hipocolesterolêmico, hepatoprotetor e diurético. Ultimamente esta planta tem sido empregada em fitoterápicos, na terapêutica da obesidade (MANENTI, 2010).


Este extrato está cadastrado na ANVISA sob o número PHOLIANEGRA™ 25352.716809/2010-78. Ela contém entre seus fitoquímicos, as metilxantinas, saponinas, responsáveis por sua propriedade de perda de peso e compostos fenólicos, derivados de cafeiol, como ácido caféico e clorogênicos, que lhe confere propriedades antioxidantes e antiglicantes (BERNARDI et al.,2011).


Em estudos realizados com camundongos, observou-se que ação conjunta dos ácidos cafeiquínicos e saponinas reduziram a leptina circulante, causando saciedade e consequente redução de peso. Além da propriedade hipocolesterolêmica atribuída a estas substâncias (BERNARDI et al., 2011).


O extrato da Pholianegra também causa maior expressão de proteínas desacopladoras e fosforilação da AMPK (adenosina monofosfatoquinase), que leva a inibição de ácidos graxos (BERNARDI et al., 2011).


O efeito diurético da planta é o maior indicativo associado à redução de peso e ainda observa-se que as metilxantinas podem gerar efeito rebote sobre o apetite: num primeiro instante reduz o apetite e depois estimula descompensadamente (MANENTI, 2010).


Nenhum sinal de toxicidade e efeito colateral ainda foi relatado.



Citrus aurantium


Citrus aurantium é popular no Brasil como laranja-amarga, laranja-azeda e laranja-cavalo, pertence à família Rutaceae. Partes da planta como folhas e frutos, têm sido utilizadas na medicina popular para o tratamento de ansiedade, insônia e como anticonvulsivante. No Mediterrâneo, C. aurantium é usada desde os tempos medievais como excitante cardíaco e vascular, digestivo, estomacal, ansiolítico, estimulante do apetite e tônico geral, além de remédio contra venenos. Jána medicina tradicional chinesa, a laranja-amarga, é usada como estimulante da função gastrintestinal e tônico geral. Recentemente no Brasil seu uso foi acentuado devido propriedades supostamente emagrecedoras. Possui suposta ação termogênica devido à presença de sinefrina (LINCK; THIESEN; LEAL, 2007; ARBO, 2008)


A sinefrina, presente nos frutos verdes de C. aurantiumé um agonista adrenérgico. Seu uso em formulações emagrecedoras é fundamentado em uma suposta estimulação de receptores β-3 adrenérgicos, encontrados principalmente em adipócitos e no fígado, que quando estimulados, geram aumento na taxa metabólica, levando à estimulação da lipólise e da queima de calorias. No entanto, sabe-se que a sinefrina atua também em receptores α-adrenérgicos, inibe a captação e estimula a liberação de noradrenalina, causando efeitosadversos, tais como: ansiedade, taquicardiae hipertensão. Esses efeitos podem ser potencializados quando associado a outros estimulantes, como a cafeína. Ainda não existem evidências científicas concretas de que a sinefrina promova perda de peso em humanos (LINCK; THIESEN; LEAL, 2007).


Em vários estudos realizados sobre os efeitos colaterais causados pela laranja-amarga comprovou-se sua alta toxicidade, mostrando quadros de infarto do miocárdio e taquicardia em pacientes sem história prévia de doenças cardíacas.



Garcínia cambogia


G. cambogia é uma planta medicinal que tem como substância ativa o ácido hidroxícitrico (HCA),o extrato de garcínia é obtido do pericarpo de seus frutos, é uma planta tradicionalmente utilizada pelos indianos para facilitar a digestão após as refeições (SILVA, 2009).


O HCA é um fitofármaco que inibe competitivamente a enzima extramitocondrialcitrato-liase que catalisa a clivagem do citrato em acetil CoA e oxaloacetato, um passo fundamental na lipogênese.Além de elevar o consumo de energia, em parte, aumentando o teor de glicogênio de uma maneira indireta, através de gliconeogênese hepática consequente a uma glicólise extra-hepática(SANTOS et al., 2007).


Apontado como potente emagrecedor e inibidor natural da fome, e não exerce ação no sistema nervoso central. Ocorre redução na formação de gordura corporal, sendo que a redução é maior na síntese de colesterol e triglicérides. Assim, o extrato de garcínia auxilia o organismo na remoção de lipoproteínas de baixa densidade no sangue (LDL) (SILVA, 2009).


Não há relatos até o momento de incompatibilidade com medicamentos e também não há relatos de toxicidade aguda ou crônica com o consumo regular da garcínia em forma de extrato em humanos, mas estudos realizados em ratos demonstraram que altas doses administradas na dieta causaram efeitos adversos tais como, atrofia testicular e toxicidade, quando comparado com os grupos que receberam baixas doses (SANTOS et al., 2007; SILVA, 2007).

Gymnema sylvestre

A Gymnema sylvestre é uma planta da família Asclepiadaceae, natural das florestas tropicais das áreas centrais e sul da Índia e também na África. Seu uso já fora descrito, como diurético adstringente, tônica, estimulante cardíaca, circulatório e urinário, entre outras (CHAVES, online, 2013).


Pesquisas mais específicas, no entanto, demonstraram que as folhas da Gymnema sylvestre, possuem entre outras substâncias, o ácido gimnêmico, farmacologicamente ativo, responsável pelas propriedades hipoglicemiantes, antidiabéticas e adaptogênica da planta.A principal alegação das propriedades terapêuticas da Gymnema sylvestre está relacionada ao “glucomarim”, um peptídeo que isoladamente parece bloquear o estímulo ao sabor doce da glicose e da sacarose, ligando-se temporariamente aos receptores linguais que sinalizam o sabor doce amargo, inibindo o desejo de ingerir doces (MANENTI, 2010).


Em estudos realizados comprovou-se a eficácia da Gymnema sylvestre, com seu uso houve diminuição de peso corporal, diminuição do colesterol e triglicérides, diminuição da hemoglobina glicosilada e redução significativa da glicemia (MANENTI, 2010).


Ainda não foram relatados efeitos tóxicos, mas deve-se evitar a interação deste fitoterápico com insulina ou hipoglicemiantes, pois pode causar hipoglicemia. Indivíduos com alergia a serralha também devem evitar seu consumo (MANENTI, 2010).



Cassiolamina


A cassiolamina é um extrato da planta Cassia nomame. Estudos indicam que a cassiolamina tem potencial para auxílio no emagrecimento, pois é um inibidor da enzima lipase. A planta contém 5 compostos flavonoides com potencial para inibir a quebra e digestão de gorduras no organismo. Além disso, a cassiolamina também poderia reduzir a pressão arterial, ácido úrico e níveis de colesterol (PORTAL DA EDUCAÇÃO, online, 2013).


Este fitoterápico pode ocasionar reações e efeitos colaterais ao organismo, tais como: diarreias e fezes oleosas. Esta substância é contraindicada para gestantes, lactantes, pacientes que utilizam outras medicações, diabéticos, pessoas com problemas cardíacos, problemas de tireoide, problemas de próstata e depressão. Devido a inibição da enzima lípase, pode ocorrer o bloqueio da absorção de outras substâncias essenciais para o organismo, como as vitaminas A, D, E, K e alguns medicamentos (PORTAL DA EDUCAÇÃO, online, 2013).



Phaseolus vulgaris (faseolamina)

A faseolamina é uma substância extraída da Phaseolus vulgaris, o feijão branco. Afaseolamina é uma glicoproteína que funciona como um inibidor de α- amilase e possui efeitos clinicamente comprovados para inibir a digestão e a absorção do amido, diminuindo o peso que os carboidratos exercem no ganho de calorias da alimentação. Em pesquisas realizadas houve redução de peso corporal e diminuição dos triglicérides (MANENTI, 2010).


Um possível efeito adverso da planta seria o impacto do carboidrato em excesso no cólon, provocando uma alteração na microbiota intestinal, já que o excesso poderá sofrer fermentação pelas bactérias intestinais. É contraindicado para gestantes e indivíduos insulinodependentes (MANENTI, 2010).



Cascara-sagrada

A cascara sagrada, de nome científico Rhamnus purshiana D.C., é uma planta medicinal com efeito laxante, que age provocando uma irritação no intestino que faz com que a motilidade do intestino aumente promovendo assim a evacuação. Alguns medicamentos que usam a cáscara sagrada como parte do princípio ativo são o Eparema e o Solvobil (TUA SAÚDE, online, 2013).


Rhamnus purshiana (cáscara sagrada) tem como principais constituintes aldemadina-ranol, aloe-emodina, aloínas, barbaloínas, cascarosídeos A, B, C e D, emodina, heterosídeos antraquinônicos. Em análise feita com animais, entres os efeitos adversos destacam-se cólicas abdominais, distúrbios eletrolíticos com perda de K, colestase hepática e hipertensão portal. O uso de antraquinonas por tempo prolongado há o registro do aparecimento de diarreia, vômito, dependência laxativa, adenoma coloretal e câncer, visto que alguns desses efeitos também já foram descritos pelos usuários (MELLO; MELLO; LANGELOH, 2008).
RESULTADOS

De acordo com os dados obtidos verificou-se que entre os principais fitoterápicos emagrecedores utilizados atualmente os seguintes efeitos colaterais:


- Ilex paraguariensis (Pholianegra) não apresenta efeitos colaterais;

- Caralluma fimbriata não possui propriedade emagrecedora, mas para aqueles que a consomem ela é contra indicada para portadores de problemas hepáticos e tireoidianos e pode ocorrer reações alérgicas a substância;

- Garcínia cambogia até então só mostrou efeitos adversos em estudos feitos com ratos, onde estes apresentaram atrofia testicular e toxicidade;

- Gymnema sylvestre causa efeito adverso se associado com insulina e hipoglicemiantes levando a hipoglicemia e reações alérgicas em indivíduos com alergia a serralha;

- Citrus aurantium causa taquicardia, ansiedade e hipertensão arterial, sendo relatado um caso de infarto do miocárdio em indivíduo sem histórico de problema cardíaco;

- Cassiolamina pode ocasionar diarréias e fezes oleosas, é contraindicada para gestantes, lactantes, pacientes que utilizam outras medicações, diabéticos, pessoas com problemas cardíacos, problemas de tireoide, problemas de próstata e depressão, também pode ocorrer o bloqueio da absorção de outras substâncias essenciais para o organismo, como as vitaminas A, D, E, K e alguns medicamentos;

- Phaseolus vulgaris (faseolamina) provoca alteração da microbiota intestinal devido a fermentação dos carboidratos pelas bactérias no cólon e é contra indicado para insulinodependentes;

- Cáscara-sagrada provoca cólicas abdominais, distúrbios eletrolíticos com perda de K, tonteiras, vômitos, dependência laxativa em humanos e além destes efeitos também provocou colestase hepática, hipertensão portal, adenoma coloretal e câncer em animais;

- Camelliasinensis (chá verde) é única que apresenta toxicidade, especificamente hepatotoxicidade, apresenta efeito quelante de Fe e Cu, causando deficiência no organismo destes minerais, alterações no sistema nervoso central, causando irritabilidade, também causa hiperacidose, irritação gástrica, redução do apetite, assim como constipação ou diarreia, em gestantes podem interferir no desenvolvimento do bebê ou causar efeitos abortivos.



DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS


Embora existam vários estudos a respeito do uso, da toxicidade e da eficácia das plantas medicinais, a literatura científica ainda é precária no sentido de se conhecer como elas estão sendo usadas, quais são os benefícios e como se poderá capacitar os profissionais para o aconselhamento da utilização como medicina integrativa no SUS (SANTOS et al., 2011).


A toxicidade de medicamentos preparados com plantas pode parecer trivial, quando comparada com os tratamentos convencionais, entretanto é um problema sério de saúde pública. Plantas medicinais podem desencadear reações adversas pelos seus próprios constituintes, devido a interações com outros medicamentos ou alimentos, ou ainda relacionados a características do paciente (idade, sexo, condições fisiológicas, características genéticas, entre outros). Erros de diagnóstico, identificação incorreta de espécies de plantas e uso diferente da forma tradicional podem ser perigosos, levando a superdose, inefetividade terapêutica e reações adversas. Além disso, o uso desses produtos pode comprometer a eficácia de tratamentos convencionais, por reduzir ou potencializar seu efeito (BALBINO; DIAS, 2010).


Com relação aos fitoterápicos, existem pontos que merecem atenção especial, como a presença de substâncias "não identificadas", adulterantes, diluentes, ou simplesmente misturas com outros extratos vegetais. Neste último caso, existe a possibilidade do comprometimento da qualidade do fitoterápico (JUNIOR; PINTO; MACIEL, 2005; MARTINI, 2010).
Considera-se alto o risco que as substâncias sintéticas adicionadas ilegalmente em formulações fitoterápicas podem vir a ocasionar a saúde do indivíduo que as utiliza, uma vez que, por desconhecera sua real composição, o paciente pode associar a outros medicamentos de forma errônea ou ingeri-las em altas doses para obter melhores resultados (MARTINI, 2010).


Os bancos de dados de Farmacovigilância da ANVISA possuem mais de vinte mil notificações de eventos adversos a medicamentos. Sendo que, 71 notificações de eventos adversos tiveram plantas medicinais ou fitoterápicas como principal suspeito e seis como suspeito secundário. Algumas notificações relatam mais de uma reação adversa, obtendo-se um total de 165 eventos adversos a fitoterápicos (BALBINO; DIAS, 2010).



CONCLUSÃO

O uso abusivo de fitoterápicos para emagrecimento é, e continuará sendo muito grande, devido à dificuldade que muitos tem de adquirirem outros medicamentos, pois no Brasil é “permitido” a venda de um único medicamento que é a sibutramina, sendo ela muito difícil de ser comprada, visto que para comprá-la é necessário receita especial com um termo de compromisso médico devidamente assinado. E a oferta de compra fácil de fitoterápicos é muito grande na mídia e as pessoas se deixam impressionar pelos supostos benefícios de certos produtos emagrecedores disponíveis que “mostram” soluções fáceis para se adquirir o peso desejado.


Muitas empresas usam de má fé e fazem às vezes propagandas enganosas, prometem remédio 100% natural, sem nenhuma contra indicação, não existe essa história de remédio 100% natural que vai agir no organismo da gente a ponto de provocar a perda de peso. Testes feitos revelaram qual é a verdadeira composição de muitos produtos. “Muitos remédios ditos naturais contém substancias medicamentosas ou alopáticas. Eles podem ter cafeína, podem ter anfetamina, efedrina e outras substâncias extremamente poderosas para inibir o apetite ou aumentar o metabolismo. Alguns têm até hormônios”, alerta Antony Wong, médico toxicologista da USP.


Tomar medicamentos sem saber sua real composição e quais seus reais benefícios e malefícios fazem muito mal porque são estimulantes e podem provocar desmaio, agitação, aumento da pressão arterial, convulsão e até derrame cerebral e infarto. A reeducação alimentar e pratica da atividade física é o caminho mais seguro e mais eficaz na perda e na manutenção do peso.

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Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Railenne de Oliveira Celestino

por Railenne de Oliveira Celestino

FORMAÇÃO:  Graduada em Normal Superior (UNIPAC), conclusão em 2005.  Graduada em Farmácia (FASI-FUNORTE), conclusão em 2013. o Pós-Graduação em Docência do Ensino superior e Planejamento Educacional o Pós-Graduação em Educação Especial. o Pós-Graduação em Libras Professora do curso técnico de farmácia pleo PRONATEC na empresa CRIATIVA. Farmacêutica na Prefeitura de Taiobeiras.

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