Inchaço Crônico ou Linfedema - Você Sabe o que é isto?

Edemas podem surgir em ferimentos
Edemas podem surgir em ferimentos

Fisioterapia

14/01/2013

O linfedema pode ser definido como um inchaço crônico devido à deficiência da drenagem no sistema linfático com o acúmulo anormal de fluído rico em proteína no espaço intersticial, resultando em desconforto, dores, aumento do risco de infecções, diminuição da amplitude de movimento, alterações sensitivas, problemas com imagem corporal , podem interferir na aceitabilidade social.

O linfedema é normalmente observado pelo aumento do volume do membro em comparação com o lado colateral.O edema de membros superiores é mais estressante para a mulher que a mastectomia a qual pode ser facilmente escondida. A mão e o braço desfigurados são uma constante lembrança da doença para a mulher, e objeto de curiosidade aos outros. Aproximadamente de vinte à trinta por cento das pacientes portadoras do câncer de mama desenvolvem o linfedema. (BARACHO, E 2007).

O linfedema ocasiona uma diminuição importante na qualidade de vida das pacientes, levando a um decréscimo das atividades física, abandono das atividades de laser , diminuição da capacidade laboral, frustração, depressão e ansiedade.

O aparecimento de edema na mama que ocorre após cirurgia se deve aos traumas da manipulação cirúrgica e à imobilidade antálgica da paciente. Geralmente esse edema regride com o posicionamento do membro e com os exercícios orientados no pós-operatório. Já o linfedema é uma das complicações mais importantes na mastectomia radical. As consequências da deformação estética do desconforto físico e da perda de capacidade funcional podem ser acompanhados por celulite, linfangite, síndromes compartimentais nervosas e ocasionalmente linfangiossarcoma .

O linfedema pode ocorrer no período pós-operatório imediato ou numa fase mais tardia após a cirurgia. Os fatores de risco relacionados à instalação de linfedema ainda não são bem definidos, mas acredita-se uma combinação de fatores relacionados ao tratamento à doença e também ao paciente, entre os quais podemos citar a extensão da dissecção axilar, radioterapia na axila e na fossa supraclavicular, o estado já avançado no momento do diagnóstico e o índice de massa corpórea maior que 25 Kg/m² e idade avançada. Porém, pode aparecer sem que haja nenhum desses fatores envolvidos. Neste caso, supõe-se que a paciente já apresente algum grau de hipoplasia ou displasia linfática que não se havia manifestado e a cirurgia pode ter sido o fator responsável pela instalação. (da LUZ ND, LIMA ACG).

Sejam quais forem os fatores etiológicos específicos a fisiopatologia progressiva é a mesma.A extremidade da pós-mastectomia possui uma insuficiência relativa ao fluxo linfático. Existe uma rápida formação a anastomose linfática e canais laterais para restaurar centralmente a drenagem linfática. O bloqueio linfático cria uma maior incompetência vascular que resulta em menor capacidade de transportar a linfa proveniente da extremidade consequentemente às moléculas proteicas intersticiais permanecem nos tecidos. Isso faz o aumento a pressão osmótica do coloide tecidual e promove um acúmulo adicional de líquido e macrófagos, se acumulam no tecido linfedematoso. Porém são suprimidos e não conseguem degradar e depurar a proteína e outros detritos que estão se acumulando.

O líquido intersticial rico em proteína estimula o tecido mesenquimal a formar fibroblastos, resultando em fibrose subsequente. O menor conteúdo de oxigênio tecidual resultante, a maior distância entre vasos linfáticos, a deterioração na depuração linfática e a depressão da função dos macrófagos funcionam como excelentes meios de cultura bacteriana. A extremidade corre o risco de uma infecção como qualquer pequena lesão. A infecção resultante produz maior destruição e bloqueio linfático agravando um sistema já comprometido. (BARACHO, E 2007).

Referência:
BARACHO, E FISIOTERAPIA APLICADA À OBSTETRÍCIA, UROGINECOLOGIA E ASPECTOS DE MASTECTOMIA. 4ª ED. RIO DE JANEIRO: GUANABARA KOOGAN; 2007.
da LUZ ND, LIMA ACG. Recursos fisioterapêuticos em linfedema pós-mastectomia: uma revisão de literatura. Fisioter. Mov., Curitiba, v.24, n. 1, p. 191-200, jan./mar.2011.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Alexandre do Prado Caldas Serafim

por Alexandre do Prado Caldas Serafim

Especialista em Biologia Celular e Molecular. Especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior. Especialista em Metodologia do Ensino de Biologia e Química pelo Centro Universitário Internacional. Licenciatura em Ciências Biológicas. Licenciatura em Ciências Naturais pela USP. Licenciatura em Pedagogia.

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