Terapia com Equinos na Síndrome de Down

A equoterapia é imprescindível para a inclusão social de deficientes
A equoterapia é imprescindível para a inclusão social de deficientes

Fisioterapia

23/01/2013

A síndrome de Down é, em essência, um atraso do desenvolvimento tanto das funções motoras como das funções mentais. O portador de síndrome de Down tem como características a hipotonia muscular, alterações posturais, falta de coordenação motora e presença de déficit de equilíbrio. (FRUG, 2001)

Essa síndrome é a mais frequente das alterações cromossômicas, com uma incidência de cerca de 1 em cada 700 nascimentos, independentemente de fatores raciais ou socioeconômicos, sendo a causa mais comum de deficiência mental. (SILVIA e KLEINHANS, 2006).

Deve-se ressaltar que, mesmo havendo características afins ao conjunto de síndrome de Down de natureza fenotípica (hipotonia muscular, fenda palpebral oblíqua, prega simiesca, língua protusa, etc.) e de natureza genotípica (tipificação em trissomia simples, translocação e mosaicismo), o desenvolvimento do portador é lento e variável, o qual apresenta determinado atraso, manifestando-se até o final do primeiro ano com o decorrer do desenvolvimento da concentração. (ALVES, 2003)

A hipotonia muscular é a principal alteração do desenvolvimento motor, podendo comprometer o controle da língua, dos lábios e dos demais componentes do aparelho fonador, incluindo a respiração. (FRUG, 2001)

Os portadores de síndrome de Down geralmente adaptam seus movimentos para compensar suas incapacidades de ajustes de equilíbrio e postura para deslocamento do seu centro de gravidade sobre a base de sustentação. Essas adaptações usualmente consistem em alargamento da base de apoio e na utilização das mãos para qualquer instabilidade corporal. (KAGUE, 2004)

Observando o portador da síndrome de Down de uma forma global, nota-se a necessidade de um tratamento eficiente que trabalhe de forma completa cada patologia e deformidade. Portanto, pode-se dizer que a terapia se enquadra nesse contexto, pois pode ser aplicada em várias situações, e sua utilização traz diversos benefícios físicos, psicológicos, educacionais e sociais para seus praticantes. (LADISLAU ET al., 2000)

Todas as características que uma pessoa Down possui dependem de sua identidade. Assim, o seu tratamento e estimulação devem ocorrer o mais cedo possível, já que é uma síndrome genética e irreversível. Vários fatores podem contribuir para uma melhor qualidade de vida dessas pessoas e minimização dos problemas decorrentes da síndrome, como assistência médica específica e eficiente, maior oportunidade de convívio social e acesso à escola e ao mercado de trabalho.

Os portadores, com o auxílio de seus responsáveis, recorrem a diversos tipos de terapias alternativas e complementares para uma melhor perspectiva de vida. Entre as alternativas se enquadra as terapias com equinos, que pode ser usada isoladamente ou até de forma complementar a fisioterapia convencional. (SHEPHERD, 2002).

As terapias com eqüinos é uma alternativa de tratamento não medicamentoso em que se trabalham várias formas de desenvolvimento da criança Down, de forma lúdica, juntamente com o cavalo e em seu próprio ambiente natural. Levada a efeito por meio da utilização do cavalo, faz com que o praticante realize movimentos tridimensionais virtuais e horizontais, mesmo que involuntariamente. (LADISLAU ET al., 2000).

As atividades sobre o cavalo aumentam os períodos de atenção, possibilitando maior concentração e melhor disciplina, o que facilita o aprendizado das limitações intelectuais, psicológicas e físicas dos diversos tipos de comprometimento neurológico e motor. (LADISLAU et al., 2000).

Com a utilização do cavalo, os portadores de deficiência tendem a adaptar-se ao movimento do equino, aprendendo a equilibrar e a realizar movimentos simultaneamente ao comando do instrutor. Com isso, os praticantes enrijecem a musculatura hipotônica. (KAGUE, 2004).

O ajuste tônico é a primeira manifestação do corpo sobre o dorso de um cavalo, pois este nunca se encontra totalmente parado. Todo e qualquer movimento que o cavalo faça, exige do paciente um ajuste de seu tônus muscular para o esquema corporal, que é neurológico e se estabelece pela simultaneidade das informações proprioceptivas e exteroceptivas, sendo que a terapia por equino oferece a multiplicação dessas. (ROSAS e ARAUJO, 1999).

De acordo com Kague (2004), uma das principais aquisições que a terapia com equino pode proporcionar nos portadores de síndrome de Down é o equilíbrio, além de todos os outros benefícios.

As limitações que pacientes portadores de síndrome de Down, ou de quaisquer outras patologias, encontram para serem atendido no tratamento das terapias com equinos são: pouca disponibilidade de vagas e o alto custo para manter um centro de terapias com equinos, dificultando o acesso dos pacientes ao atendimento. Atualmente, tendem a aguardar em uma lista de mais de 200 pacientes em espera de uma vaga no atendimento equoterápico. (LIMA e MIYAGAWA, 2007).

Constata-se que os portadores de síndrome de Down possuem várias deficiências motoras como déficit de equilíbrio, hipotonia muscular e atraso no desenvolvimento motor e neurológico, entre outros distúrbios que atrapalham no convívio social. Entre os diversos recursos terapêuticos, a terapia trabalha o paciente de forma global, sendo assim, todas essas condições levam os responsáveis a procurarem formas alternativas de tratamento que proporcionem resultados positivos para as deficiências destes indivíduos. (LIMA e MIYAGAWA, 2007).

A terapia com equino é um recurso eficaz, que vem se destacando nos últimos anos, mas que precisa ser explorada em pesquisas científicas para o devido reconhecimento.

As alterações no equilíbrio dos portadores de síndrome de Down interferem na realização de diversas atividades de vida diária, portanto, a terapia com equinos é um componente para estímulos sensório-motores e vestibulares, os quais colaboram para a melhora do grau de equilíbrio, sendo um instrumento que, uma vez, incluído no atendimento para portadores de síndrome de Down, contribuirá para a evolução neuropsicomotora destes indivíduos. (LIMA e MIYAGAWA, 2007).

Pelo seu viés biopsicossocial, a terapia com equinos é uma prática ou atividade de abrangência múltipla, sendo imprescindível para a inclusão social de todos os seres, cujos desígnios divinos não permitiram gozar da sua vida em plenitude. A terapia com equinos garante a melhora da qualidade de vida de pessoas portadoras de deficiência e/ou necessidades educacionais especiais.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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