Tecido conjuntivo

O tecido adiposo é indesejável em excesso
O tecido adiposo é indesejável em excesso

Fisioterapia

13/02/2013

O tecido conjuntivo é caracterizado pela presença de tipos celulares variados, banhados por abundante substância intercelular. Sua função primordial é a de fornecer sustentação e suporte para as partes moles do organismo, apoiando os outros tipos de tecido. O tecido conjuntivo possui três tipos de fibras, sintetizadas pelo próprio tecido: colágenas, elásticas e reticulares.

As fibras colágenas, constituídas por colágeno, são as mais frequentes do tecido conjuntivo. São estriadas e possuem a função de fornecer resistência e integridade estrutural a diversos órgãos e tecidos

As fibras elásticas, constituídas por elastina, são delgadas, sem estriações longitudinais, ramificando-se de forma semelhante a uma rede de malhas irregular. Cedem facilmente a trações mínimas, porém retornam facilmente à sua forma original, tão logo cessem as forças deformantes, suportando grandes trações.

As fibras reticulares, constituídas por um tipo específico de colágeno denominado reticulina, são anastomosadas e dispostas em estrutura semelhante a uma rede. Formam o arcabouço interno das glândulas, por meio do qual as células epiteliais que formam o corpo da glândula permanecem unidas (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2008).

As células próprias do tecido conjuntivo incluem os fibroblastos (células mais comuns do tecido, responsáveis pela formação das fibras e do material celular amorfo, sua forma inativa é denominada fibrócito); macrófagos (células que atuam como elementos de defesa fagocitando restos de células, bactérias ou partículas inertes que penetram o organismo); células mesenquimatosas indiferenciadas (células com capacidade de originar qualquer outra célula do tecido conjuntivo); mastócitos, plasmócitos e leucócitos (células que atuam nos processos inflamatórios) e adipócitos (células especializadas no armazenamento de gorduras neutras).

Este tecido pode ser divido em duas categorias: tecido conjuntivo propriamente dito e tecido conjuntivo de propriedades especiais.

O tecido conjuntivo propriamente dito é aquele que não possui predominância acentuada de nenhum dos elementos constituintes. Pode ser classificado em: tecido conjuntivo propriamente dito do tipo frouxo ou denso. O tipo frouxo apoia e nutre as células epiteliais, sendo encontrado na pele, nas mucosas e nas glândulas. Possui consistência delicada e flexível, sendo pouco resistente às trações.

O tipo denso possui predominância acentuada de fibras colágenas e fibroblastos, podendo ser subdivididos em: denso irregular (os feixes colágenos formam uma trama tridimensional, o que confere ao tecido certa resistência às trações em qualquer direção) ou denso regular (os feixes colágenos são orientados seguindo uma organização fixa).

O tecido conjuntivo de propriedades especiais engloba os tecidos: elásticos, reticulares, mucosos, cartilaginosos, ósseos e o tecido adiposo (detalhado a seguir pela importância que possui dentro da temática das lipoaspirações).

O tecido adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo constituído por células especializadas no armazenamento de lipídios, em especial de triglicerídios. Essas células, denominadas adipócitos, podem ser encontradas isoladas ou em aglomerados.

Este tecido é considerado o mais importante órgão de armazenamento de energia do organismo humano. Entre as funções básicas do tecido adiposo está a de servir como reserva energética orgânica, atuar como isolante térmico, além de proteger o corpo contra choques mecânicos (BLOG DE HISTOLOGIA, 2008; KARIN, 2008).

Pesquisas atuais indicam que o tecido adiposo também exerce funções endócrinas, por síntese e liberação de peptídeos e não-peptídeos. Esta propriedade permite uma interação do tecido adiposo com outros órgãos, bem como com outras células adiposas e o torna um tecido de grande importância na homeostase energética corporal.

Entre os principais produtos dos adipócitos estão: adinopectina (influência na sensibilização da insulina); angiotensinogênio (regulador da pressão sanguínea e influência na adiposidade); proteína estimuladora de ascilação (influência na síntese de triglicerídeos); interleucina (mediados inflamatório); leptina (sinalizador cerebral do estoque de gordura corporal, influência na sensibilização insulínica, regulação do apetite e gasto energético); resistina (influência no desenvolvimento à resistência insulínica) e fator de necrose tumoral (interferência na sinalização insulínica).

Apesar de possuir uma função biológica importante, o tecido adiposo é indesejável em excesso. Em animais sedentários, quando o gasto de energia com atividades diárias é menor do que sua ingestão, o organismo transfere a energia em excesso para a formação de lipídios depositados no tecido adiposo. Esse depósito aumenta o peso e o volume corporal, implicando em alterações morfológicas e sobrecarga do coração e dos pulmões, responsáveis pela oxigenação de um volume corporal maior do que o esperado (COSTA E DUARTE, 2006).

Os critérios de classificação do tecido adiposo consideram aspectos como: a pigmentação da gordura armazenada e a forma de organização do tecido. Subdividindo-o em duas categorias: tecido adiposo: unilocular e multilocular.

O tecido adiposo branco, também denominado unilocular, possui células com formato esférico, tendo em seu interior uma grande quantidade de lipídios agrupados em uma grande "gota". É ricamente irrigado e possui vasta rede de fibras reticulares, que dão sustentação ao tecido.

O tecido adiposo unilocular forma o panículo adiposo que fica sob a pele, absorvendo impactos e funcionando como isolante térmico. Possui distribuição diferenciada segundo o sexo e a idade do indivíduo, correlacionando-se com as características sexuais secundárias (KARIN, 2008).

O tecido adiposo pardo, também denominado multilocular, possui adipócitos menores que os do tipo anterior de tecido adiposo e em formato poligonal. Suas células são constituídas por diversas gotículas lipídicas, que se espalham por todo o citoplasma e são ricas em mitocôndrias, organelas que produzem energia e calor.

Os animais hibernantes possuem uma espessa camada deste tecido para manter a temperatura do corpo em períodos longos de frio. Nos seres humanos, esse tecido é mais importante nos recém-nascidos, para protegê-los do frio. É um tecido que só é formado enquanto o bebê está no ventre, não sendo mais produzido na vida pós-natal (KARIN, 2008).

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