16/04/2014
Para a Associação Nacional de Equoterapia (2010), a Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com algum tipo de deficiência e/ou com necessidades especiais.
A Equoterapia promove, em seus praticantes, benefícios neuromotores gerados através do deslocamento constante do centro de gravidade, estimulado pelo movimento do cavalo, ao passo, ativando os sistemas vestibular, articular e muscular, visual, cerebelar e reticular (MEDEIROS; DIAS, 2002).
O termo praticante de Equoterapia é utilizado para designar a pessoa com deficiência e/ou com necessidades especiais quando em atividades equoterápicas. Nesta atividade, o sujeito do processo participa de sua reabilitação, na medida em que interage com o cavalo (ANDE - Brasil, 2010).
A terapia com cavalos tem como objetivo estimular a autoestima, a autoconfiança, desenvolver a orientação espacial, o equilíbrio, a lateralidade, a comunicação, além de proporcionar ganhos físicos, favorecer a sensibilidade, a percepção do esquema corporal, a diminuição da ansiedade, fobias de modo geral, entre outros fatores (MOTTI, 2007).
As modificações de postura levarão ao aprimoramento das reações de equilíbrio e endireitamento. O praticante também obterá benefícios psicossociais, que o tornarão mais confiante em relação às suas potencialidades, melhorando sua autoestima, demonstrando mais iniciativa e independência, o que certamente permitirá melhor interação social (MEDEIROS, 2010).
Em relação à expressão Paralisia Cerebral, a mesma surgiu durante a fase neurológica de Freud, em 1897, ao estudar outra síndrome, a Síndrome de Little. Freud observou que as crianças com Paralisia Cerebral geralmente apresentavam retardo mental, distúrbios visuais, convulsões, entre outros, no qual sugeriu que a desordem poderia algumas vezes, afetar o cérebro antes do nascimento e durante o desenvolvimento cerebral fetal (CROTTI, 2007).
Teixeira (2003) diz que a Paralisia Cerebral é constituída por um grupo de desordens neurológicas não progressivas, onde há um comprometimento motor que pode apresentar desordens associadas nas áreas do desenvolvimento cognitivo, visual, auditivo e da comunicação.
Assim, as aquisições das habilidades motoras do praticante interagem com o desenvolvimento mental e emocional do mesmo, ajudando-o a usar no dia-a-dia as habilidades cognitivas e perceptivas necessárias para adaptar-se a novas experiências e ao contexto apropriado.
A atuação do Terapeuta Ocupacional (TO) deve ser construída a partir do potencial do praticante, buscando orientar a participação do indivíduo em atividades selecionadas para restaurar, fortalecer e desenvolver suas capacidades, facilitar a aprendizagem daquelas habilidades e funções essenciais para sua adaptação e produtividade, atenuando ou corrigindo as deficiências.
O TO participa ativamente em conjunto com os demais profissionais já no processo de avaliação do praticante. É sua função avaliar as habilidades e potencialidades do praticante considerando aspectos motores, sensoriais, perceptivos, cognitivos e sociais verificando suas limitações funcionais primárias, secundárias e globais. Além disso, é de extrema valia conhecer as expectativas da família, a maneira como o tratam e o vêem, as rotinas em casa, na escola, em passeios para então adequar o planejamento às necessidades individuais. É muito importante salientar os aspectos positivos do praticante e valorizar sua capacidade de realização de alguma tarefa. Muitas famílias, na tentativa de ganhar tempo, ou não suportarem ver as dificuldades e ritmo lento do praticante, preferem fazer tudo, tornando-o incapaz de agir (PRADO, 2007).
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Terapeuta Ocupacional graduada pelo Centro Universitário Franciscano (2011).
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