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A Fisioterapia Dermatofuncional no Tratamento da Fibrose em Pós-operatório
A Fisioterapia Dermatofuncional no Tratamento da Fibrose em Pós-operatório
A Fisioterapia Dermatofuncional tem sido amplamente recomendada
Fisioterapia
03/08/2014
A cirurgia é o ramo da medicina especializado no tratamento de deformidades, lesões e doenças externas ou internas, realizado por meio de operações. No contexto das possibilidades cirúrgicas, encontra-se a cirurgia plástica, que tem por finalidade a reconstituição artificial de uma parte do corpo. A cirurgia plástica é dividida em reparadora e estética.
A primeira tem a finalidade de recuperar a função e restaurar a forma alterada por alguma enfermidade, traumatismo ou defeito congênito. A cirurgia do tipo estética objetiva o embelezamento pela melhora da forma. Entretanto, existe a dificuldade de um delineamento preciso entre as duas cirurgias, visto que ambas almejam alcançar o equilíbrio da estrutura corporal com a finalidade de uma unidade estética.
A Fisioterapia Dermatofuncional tem sido amplamente recomendada pelos cirurgiões plásticos como procedimento de tratamento do pós-operatório para as cirurgias, tendo contribuído com técnicas e recursos, como o ultrassom, drenagem linfática manual, crioterapia, laser, eletroterapia e a endermologia sobre as consequências da manipulação cirúrgica, objetivando minimizar as lesões decorrentes do trauma cirúrgico e acelerar a recuperação do paciente com complicações decorrentes de lipoaspiração, entre elas, a fibrose. O tratamento fisioterapêutico no pós-cirúrgico não só possibilita uma redução das prováveis complicações como, também, possibilita o retorno mais rápido do paciente ao exercício das suas atividades de vida diária.
A formação da fibrose esta relacionada a um processo cicatricial que ocorre a partir de um evento cirúrgico, que se inicia através de um complexo de respostas defensivas, que existem para manter a homeostase do organismo. O processo de restauração se inicia logo após o sangramento causado pela ruptura dos vasos sanguíneos, onde plaquetas formam um coágulo inicial, que atrai células inflamatórias e outras substancias pelo processo de reparação tecidual.
Pode se estabelecer que a intervenção cirúrgica lesiona as células, estimulando uma resposta fisiológica de reação inflamatória. As células lesionadas são substituídas por tecido cicatricial, composto fundamentalmente por fibras de colágeno.
Sabe-se que quanto antes forem empregados os recursos fisioterapêuticos no pós-operatório da cirurgia plástica, melhor será o resultado final e menor será a formação de fibroses. A seguir, estão descritos os principais tipos de procedimentos empregados no tratamento da fibrose pós-operatória.
Drenagem linfática manual: a realização das sessões pode ser no dia seguinte ao procedimento cirúrgico, com efeitos diretos a circulação sanguínea, reduzindo o edema, desintoxicação do tecido e melhora da nutrição das células. Cervásio (2010) afirma que o uso do ultrassom combinado a drenagem linfática diminui a fibrose.
Ultrassom: o objetivo é proporcionar melhora tanto na circulação sanguínea como linfática, tornando possível uma melhor nutrição celular. O modo de emissão indicado para o pós-operatório tardio é o continuo em 3 MHz, numa intensidade de 1,0 a 1,8 W/cm2 e num tempo de 6 minutos, punho fechado. Tem por objetivo desagregar as fibroses existentes, promovendo a extensibilidade das estruturas colágenas.
Já no pós-operatório imediato é indicado usar o ultrassom no modo pulsado, por promover significativo aumento no numero de fibroblastos e assim reparação tecidual, melhorando a circulação sanguínea e linfática e a nutrição celular.
Vacuoterapia: a vacuoterapia ou massagem mecânica, pode evitar o aparecimento de nódulos, este procedimento desfaz as elevações deixadas pela cânula. A aplicação deve ser com pressão negativa sobre a pele, aplicando sobre a fibrose com cabeçote de vidro 100mmHG. Sua utilização deve ser extremamente cautelosa.
Radiofrequência: tem por objetivo “amolecer” o tecido de colágeno e absorver o tecido fibroso, a dosimetria indicada é temperaturas entre 36°C a 38°C gerando a distensibilidade do colágeno.
Referências
Leal, V.; Catrib, A. M. F.; Amorim, R. F.; Montagner, M. O corpo, a cirurgia estética e a saúde coletiva: um estudo de caso. Ciên & Saúd Colet. 2010;15(1):77-86.
Silva, D. B. A Fisioterapia Dermato funcional como potencializadora no pré e pós operatório de cirurgia plástica. Fisioter. 2001;5(28):13-15.
Altomare, M.; Machado, B. cirurgia plástica: terapêutica pré e pos. In: Borges, F. S. Dermato-funcional – modalidades Terapeuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006.
Vieira, T. S.; Netz, D. J. A. formação da fibrose cicatricial no pós cirúrgico de cirurgia estética e seus possíveis tratamentos: artigo de revisão. Universidade do Vale do Itajai, UNIVALI, Balneario Camboriu – SC. Fev. 2012.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Miriam Stockey Paim
Fisioterapeuta graduada pela Universidade ULBRA - Campos Cachoeira do Sul/RS - 2014; Aprimoramento profissional em Fisioterapia Dermatofuncional, pelo VIDA (Centro de estudos e qualidade de vida), Porto Alegre/RS- 2014.
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