28/10/2015
A pesquisa "Percepção dos pais a respeito do tabagismo passivo na saúde de seus filhos: um estudo etnográfico", mostra a carência no conhecimento dos pais a respeito da poluição tabagística ambiental, do tabagismo passivo e dos males que o cigarro podem causar na saúde dos seus filhos.
O tabagismo passivo é definido como a inalação da fumaça de derivados do tabaco por indivíduos não fumantes, mas que convivam com fumantes em ambientes fechados.
É a 3° causa de morte evitável no mundo, posteriormente ao tabagismo ativo e ao consumo imoderado de álcool. A fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados é denominada poluição tabagística ambiental (PTA), composta por mais de 4.000 componentes, sendo mais de 40 cancerígenos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a PTA torna-se mais prejudicial em ambientes fechados, pois o ar poluído comporta até 3 vezes mais nicotina e monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que passa pelo filtro do cigarro, inalada pelo fumante ativo.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) de 2011 apontam que o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Previdência Social gastam anualmente cerca de R$ 37 milhões com doenças e mortes causadas pelo tabagismo passivo e anualmente 5 milhões de pessoas evoluem para óbito devido às doenças relacionadas ao tabaco.
Na criança são mais frequentes as infecções do ouvido médio, a redução da função pulmonar e o risco de doenças respiratórias como pneumonia, bronquite e exacerbação da asma. Bebês expostos à PTA têm risco 5 vezes maior de apresentar síndrome da morte súbita infantil, além do risco de doenças pulmonares no primeiro ano de idade.
Estudos relatam o conhecimento dos pais a respeito do tabagismo passivo. Entretanto, sua falta ainda é evidente entre as classes socioeconômicas mais baixas. Contudo, mesmo entre aqueles que conhecem os efeitos da PTA, ainda encontram-se pais que expõe seus filhos aos efeitos deletérios do tabagismo intradomiciliar.
A preocupação do tabagismo passivo em crianças tem efeito em maior escala pelo fato de estarem desenvolvendo seus sistemas corporais, principalmente o sistema respiratório imaturo, que pode ser mais sensível a essa exposição.
Além disso pais e professores são modelos de comportamento durante a infância. Pais fumantes são fortes exemplos para que seus filhos fumem, o que, além de torná-los tabagistas passivos, pode influenciá-los a um envolvimento com o tabagismo ativo ainda na menor idade e acarretar-lhes sérios problemas de saúde. É importante o desenvolvimento de ações que levem a família e a escola a produzir ações preventivas relacionadas ao consumo de derivados do tabaco.
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REFERÊNCIAS:
1- Brasil - Ministério da Saúde - INCA [página na Internet]. Inca alerta para câncer de pulmão em fumantes passivos [acessado em 05 de setembro de 2006]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/tabagismo/atualidades/ver.asp?id=567.
2- Seelig MF. A ventilação e a poluição tabagística ambiental - argumentação científica para o estabelecimento de leis de ambientes interiores livres de fumo [tese de doutorado]. Rio Grande do Sul (RS): UFRGS; 2009.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Drª JOYCE CAIXÊTA Fisioterapeuta Pós-Graduanda em Fisioterapia CardioPulmonar e Terapia Intensiva, com vínculo empregatício em Instituto de Fisioterapia de Anápolis/GO (IFA), dentre experiências profissionais, destaca-se publicação do trabalho "Percepção dos pais a respeito do tabagismo passivo na saúde de seus filhos: um estudo etnográfico" na Revista Paulista de Pediatria.
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