RECURSOS FISIOTERÁPICOS PARA A REABILITAÇÃO DE SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO

RECURSOS FISIOTERÁPICOS PARA A REABILITAÇÃO DE SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO
RECURSOS FISIOTERÁPICOS PARA A REABILITAÇÃO DE SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO

Fisioterapia

12/01/2016

Síndrome do túnel do carpo (STC) é uma neuropatia de grande incidência no membro superior que sucede na compressão do nervo mediano que passa pelo túnel do carpo, ele fica na parte profundo ao palmar longo na superfície anterior do punho. É limitado pelo pisiforme e pelo hámulo do hamato medialmente; pelo tubérculo do escafóide tubérculo do trapézio lateralmente e pelo retináculo flexor anteriormente, e pelos ossos do carpo posteriormente. Dento do túnel, estão o nervo mediano e os tendões flexores dos dedos, do antebraço até a mão.

Esse túnel acomete especificamente o punho e mão, que com isso pode levar o paciente a parestesia, quadro álgico intenso e incapacidade funcional. Dentre os sintomas referidos pelos pacientes acometidos por essa patologia estão: desconforto que pode irradiar para o ombro, dor e parestesia no dermátono do nervo mediano e força de preensão diminuída, assim dificultando pegar um objeto. (MASER et al MAXEY e MAGNUSSON, 2003). A STC pode ser dividida em aguda que é aquela em que rapidamente ocorre um aumento da pressão dentro do túnel do carpo. A causa mais comum é a fratura distaldo rádio. Outras causas são as fraturas-luxações do carpo, hemorragias por uso de anticoagulantes, hemofilia, queimaduras, infecções e tumores, ou por doenças ocupacionais LERS/DORTS devido há esforços repetitivos. Na STC crônica os sintomas são de longa duração, muitas vezes o paciente tem dificuldade. (DAVID, 2009)

O tratamento da STC se da através de três processos o cirúrgico e o conservador e o fisioterapêutico. Embora a literatura favoreça a cirúrgica, ela geralmente não apresenta está patologia como distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (DORT), pois estas doenças acometem principalmente pessoas que realizar muito esforço repetitivo que provocar alterações musculoesqueléticas que pode se tratada por meio da fisioterapia, enquanto o conservado e por meio órtese e anti-inflamatório (DAVID, 2009).

Etiologia

A etiologia é desconhecida, estudo relata que esta patologia é mais comum em mulheres e é decorrente do trabalho e por uma predisposição genética, sendo uma herança autossômica dominante, entretanto diversos autores relatam múltiplas causas da STC.

 Sua causa pode ser por: Lesão por esforço repetitivo; Artrite reumatoide; Tenossinovite flexora (geralmente associada a doença reumática); Compressão nervosa; gestação; mieloma múltiplo; Diabetes melito; Hipotireoidismo; Obesidade; Tumor benigno; Há outras condições que poderão aumentar a pressão do líquido no pulso, sendo estas luxação ou entorses do pulso, incluindo fratura de Colles, seguida por edema.

Incidência

Essa síndrome tem incidência mais prevalente em mulheres com idades aproximadas de 40 a 60 anos.Em torno de 50% dos casos a patologia começa na mão dominante, onde os sintomas comumente são mais intensos.

Quadro Clínico

O comprometimento mais presente na STC é o unilateral envolvendo a mão de uso mais frequente, sendo referido em 51% dos casos. Possui índices altos de 95% dos pacientes, queixando-se de que acordam durante a madrugada pela dormência dolorosa no período noturno.

Além de sintomas mais comuns que é a algia e parestesia na face palmar do punho e mão, também encontrado nos dedos indicadores e médios, a dor pode ser descrita na região do antebraço, somente no ombro, ou em conjunto com o ombro. Outra frequente reclamação é fraqueza nas mãos, perdendo as funções básicas de controle, prejudicando o simples manusear de objetos. Sensação de inchaço, principalmente na mão (FREITAS, 2005).

 

Diagnóstico

Os testes frequentemente utilizados para auxiliar no diagnostico preciso da síndrome do túnel do carpo são os teste de Tínel e Phalen. O sinal de Tinel é verificado com a percussão no trajeto do nervo mediano pelo canal do carpo, que causa uma sensação de choque no território inervado. O teste de Phalen consiste na flexão dos punhos com os cotovelos fletidos a 90° juntamente com a rotação interna, por, aproximadamente um minuto causando o agravamento das alterações sensitivas percebidas pelo paciente (ALVES at al. 2011).

O diagnóstico por imagem é importante em casos onde há duvidas, principalmente nos sintomas recorrentes ou após a liberação do túnel do carpo por procedimentos cirúrgicos. As radiografias simples e a tomografia computadorizada representam valor diagnóstico limitado, exceto em casos de estenose óssea do carpo e calcificações em partes moles, a ultra-sonografia e a ressonância magnética (RM) permitem uma melhor visualização direta da compressão do nervo mediano e outras estruturas de partes moles do túnel do carpo (TURRINI, 2005).

As grandes vantagens do ultra-som na STC é que permite a realização de um exame rápido, dinâmico, em tempo real, e que tem baixo custo. O exame, entretanto, esse exame demonstra algumas limitações como na avaliação das estruturas ósseas. A área do nervo mediano é mais bem obtida no ultra-som na altura do rádio distal ou no pisiforme, que é considerado o túnel do carpo proximal, sendo a localização esperada para o edema máximo do nervo (TURRINI, 2005).

Tratamento

as linhas de tratamento são:

O tratamento clínico e medicamentoso, totalmente conservador, pode ser feito através da infiltração com corticóide, a utilização deste método trás melhoras que duram longos prazos, e até anos, porém, sua aplicação só deve ser feita apenas uma vez. Já a utilização de medicamentos com base antiinflamatórios não hormonais traz alívio apenas temporário. A reeducação de postura da mão é outro método, melhoras expressivas nos sintomas incômodos, que serão notadas. O conservador é ideal para pacientes diagnosticados em grau moderado.

Outra alternativa é a utilização de órtese, para alivio dos sintomas dolorosos. Em média após um mês será notada a melhora e alívio das dores, o paciente então será instruído à utilizar a órtese no período noturno e quando o mesmo for submetido a alguma atividade que o impossibilite de permanecer com as mãos na posição anatomicamente adequada (FREITAS, 2005).

o tratamento fisioterápico apresenta-se como tratamento conservador de grande valia, utilizando-se recurso próprios para tratar a afecção.

O tratamento cirúrgico séria a ultima opção de tratamento, sendo este, o método considerado após a falha do tratamento conservador, o paciente que for submetido ao método cirúrgico, terá como foco a descompressão da região. Como citado anteriormente, a STC costuma acometer de forma bilateral. Não é recomendada a cirurgia em ambos os lados, primeiro, será tratado o lado mais afetado, depois de um período de três meses, será feita então a cirurgia do lado menos afetado.

Tratamento fisioterapêutico

A avaliação fisioterapêutica é de suma importancia para traçar os respectivo objetivos a serem alcançados, seus resultados possibilitam que tenhamos uma conduta específica, de acordo com a sua fase de acometimento. (DAVID, 2009)

São varias as modalidades terapêuticas aliadas ao tratamento à síndrome do túnel do carpo, entre elas podemos destacar a laserterapia, seu uso pode ser dado por meio de aplicação convencional, diretamente sob o local da lesão, proporcionando excelentes resultados, A termoterapia de adição de calor, na forma superficial e profunda em processo inflamatório crônico também possui grande eficácia no tratamento, pois melhora o metabolismo a circulação, aumenta a elasticidade do tecido conjuntivo, relaxa os músculos e induz a analgesia. (SANTOS et al. 2009)

A irradiação com o laser de baixa frequência estimula a proliferação celular, por meio de reação fotoquímica que altera a permeabilidade da membrana celular. O tratamento com laser tem sido muito utilizado para o estimulo de cicatrização de ferimentos, além da regeneração neuronal e no controle da dor. (ALVES et al. 2011)

Outra forma de grande eficácia para promover o alívio do quadro álgico na fase aguda é a utilização da crioterapia como recurso aliado ao tratamento de STC. O recurso possui efeito analgésico que proporciona alterações da transmissão neural que nesse caso a mesma será diminuída, alem de reduzir o espasmo muscular, alteração do aporte sanguíneo aos músculos e nervos,bem como a liberação de neurotransmissores sendo eles, endorfinas e encefalinas, que são substancias secretadas pelo sistema nervoso central (SANTOS et al. 2009).

Na fase aguda do processo inflamatório da STC a termoterapia deve ser utilizada de forma superficial e com moderação, tendo como objetivo a diminuição de espasmos e promover a melhoria do aporte sanguíneo local. Todavia, evita-se a utilização de termoterapia profunda, pois a mesma pode agravar a inflamação local. Entretanto, o ultrassom é indicado nessa fase, em forma pulsátil, pois se mostra como um excelente recurso terapêutico e efeitos satisfatórios quando se trata da diminuição do quadro álgico, parestesia e dor noturna. (SANTOS et al. 2009)

Os recursos eletrotermofototerápicos associados às técnicas cinesioterápicas são indispensáveis, principalmente nas fases iniciais do tratamento, podendo consequentemente apresentar resultados satisfatórios e boa resposta quanto aos sinais e sintomas, ainda que o paciente seja submetido a procedimentos cirúrgicos e o mesmo se encontrar em fase pós-operatória (DAVID, 2009).

As tecnicas manuais tambem podem ser exploradas pois a mesma com seus efeitos fisiológicos são úteis em qualquer condição onde se deseja alivio da dor, redução do edema em fase crônica ou mobilização dos tecidos contraturados. No caso da STC, podemos utilizar a massoterapia com a finalidade de relaxamento muscular com conseqüente diminuição da dor, redução de edema e espasmos musculares. No espasmo muscular, a resposta fisiológica e a restrição capilar, que reduz o fluxo sangüíneo. A restrição da circulação normal significa que o fluxo de nutrientes e de oxigênio até a área está limitado, e que são retidos os produtos indesejáveis do metabolismo no tecido mole. Assim, estabelece-se um ciclo adverso: mais espasmo leva a mais dor e a menos flexibilidade do tecido. Este ciclo pode ser interrompido pela massagem (VIANA, 2003).

 Por vez, uma técnica que esta se mostrando bastante eficaz e que vem sendo estuda no tratamento de síndrome do túnel do carpo é a mobilização neural, entretanto seu uso não deve ser isolado, deve-se associar com as demais tecnicas da fisioterapia para que se obtenha resultados, sendo essa uma técnica relativamente nova como um suplemento para a avaliação e tratamento de síndromes dolorosas. A técnica consiste em influenciar a fisiologia da dor por tratamento mecânico da inervação e das estruturas não neurais em volta do sistema nervoso. A abordagem terapêutica inclui a interação da mecânica e fisiologia do sistema nervoso com conceitos da neurodinâmica que trabalham com estruturas que podem ser movidas,  que nesse caso podemos enfatizar a medula, meninges, raízes nervosas e nervos periféricos. Com a realização de movimentos, o sistema musculoesquelético ocasiona tensões e movimentos no tecido neural, esses movimentos estimulam respostas fisiológicas no sistema nervoso (IGARASHI, 2011).

 



Referências Bibliográficas:


 

TURRINI, Elizabete et al. Diagnóstico por Imagem do Punho na Síndrome do Túnel do Carpo. Universidade federal de São Paulo. 2005

DAVID, Debora. et al. Atuação da fisioterapia na síndrome do túnel do carpo - estudo de caso. Rev.Con. Scientiae. Saúde. 2009.

ALVES, M. P. T.; ARAÚJO, G. C. S.. Laserterapia de baixa intensidade no pós-operatório da síndrome do túnel do carpo. Rev. Brasileira de ortopedia, São Paulo, v. 46, n. 6. 2011.

SANTOS, C. M. T.; PEREIRA, C. U. Reabilitação na síndrome do túnel do carpo. Arquivo Brasileiro Neurocirurgia, v. 28, n. Aracajú -SE. 4, dez de 2009.

IGARASHI, Yuzo. Evidências da mobilização neural naSíndrome do túnel do carpo: uma revisão sistemática. 2011.

VIANA, Naiara. S. et. al. abordagem fisioterapêutica na sindrome do túnel do carpo. Monografia UFG. Goiânia, GO. 2003.

FREITAS, P. Reabilitação da mão. São Paulo: Atheneu, 2005.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Lucas Altino de Sousa

por Lucas Altino de Sousa

Acadêmico do curso de bacharelado em Fisioterapia pela faculdade Metropolitana de Marabá (METROPOLITANA).

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