Gagueira na infância: O que você precisa saber

Algumas crianças apresentam uma maior predisposição para que a gagueira persista
Algumas crianças apresentam uma maior predisposição para que a gagueira persista

Fonoaudiologia

24/02/2012

A gagueira infantil corresponde, na maioria das vezes, à gagueira do desenvolvimento pois o surgimento dos primeiros sintomas coincide com a época em que a criança está adquirindo e desenvolvendo a sua linguagem, em torno dos 2 a 4 anos, sendo possível surgirem os primeiros sintomas até os sete anos de idade em alguns casos.

Uma das grandes dificuldades em relação a este tipo de sintoma é determinar o que é normal e o que representa de fato uma alteração do desenvolvimento. Cerca de 80% das crianças que apresentam algum tipo de disfluência na infância superam estas dificuldades sem a necessidade de uma intervenção profissional.

Entretando, algumas crianças apresentam uma maior predisposição para que a gagueira persista. Para determinar se a criança está passando por um processo natural de aquisição de fala e linguagem, ou se existem maiores chances destas alterações persistirem e caracterizar um quadro de gagueira é preciso procurar por um fonoaudiólogo que irá avaliar e orientar adequadamente à família e se necessário iniciar uma intervenção precoce.

Se as alterações na fala perduram por mais de seis meses, se há alguém na família que gagueja, se a criança for do sexo masculino, se apresenta outras alterações de fala, se apresentou alguma complicação de saúde anteriormente, se apresenta tensão ao falar é preciso ficar alerta.

É importante observar também: Como a criança reage ao perceber estas dificuldades? Fica irritada, desiste de continuar a conversa, se isola o lida tranquilamente, às vezes nem percebe o que está acontecendo... Como a família reage diante da gagueira da criança? Fica ansiosa, demonstra preocupação, pede que a criança respire, pense no que deseja dizer o espera que a criança fale o que deseja dando atenção àquilo que ela diz e não ao modo como isso acontece...

Existe algum fator de estresse associado à essas dificuldades? Separação dos pais, alguma mudança, gravidez da mãe... Em que momentos esta criança apresenta tais rupturas? Quando está ansiosa desejando contar algo que a deixou muito extasiada ou sempre que vai dizer algo... Como esta criança se relaciona com as outras pessoas? É muito tímida, introvertida, ansiosa, irritada ou interage bem com as outras pessoas?

Como é a rotina da família? Muito agitada ou há tempo para conversar e brincar com a criança... É claro que apenas um destes fatores não é o suficiente para caracterizar m quadro de gagueira mas a associação destes pode ser um alerta importante. Se as alterações na fala do seu filho estiverem associadas a alguns destes fatores é importante buscar uma avaliação fonoaudiológica o mais rápido possível pois a intervenção precoce garante melhores resultados no tratamento.

Fonte
: http://www.fonoemfoco.blogspot.com/

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Dirlene da Silva Moreira

por Dirlene da Silva Moreira

Fonoaudióloga pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, atua na área clínica e ocupacional, realiza palestras e treinamentos em audiologia ocupacional, voz profissional e fonoaudiologia educacional. Idealizadora do blog Fonoaudiologia em Foco.

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