18/01/2013
STEFFEN e FEIJÓ (1997) referem que a escolha quanto ao método de tratamento dependerá dos resultados das avaliações, da compreensão e aceitação dos pacientes. O câncer de laringe pode ser tratado através de métodos cirúrgicos ou radioterápicos. Os autores descrevem que as laringectomias parciais podem ser: horizontais: tratamento dos tumores supraglóticos, verticais: tratamento dos tumores de origem glótica.
Os procedimentos cirúrgicos verticais dividem-se em:
Cordectomia: ressecção de uma prega vocal, com margem no pericôndrio interno, através de uma abertura da laringe na linha média da cartilagem tireoide. O espaço deixado pela prega vocal removida passa a ser preenchido por um tecido fibroso produzido através da cicatrização. Este tecido fibroso juntamente com a prega vocal sadia irão formar uma ”neoglote”, permitindo a produção vocal. A voz caracteriza-se por flutuações de altura e intensidade, ruído e soprosidade. Atualmente esta técnica é pouco aplicada por ser indicada para tumores “T1a” localizados no terço médio da prega vocal, para estes utiliza-se a radioterapia.
Laringectomia fronto-lateral: indicada nos casos de neoplasia glótica, onde as pregas vocais estão afetadas pelo tumor em seu terço anterior (T1a, T1b e alguns T2). Realiza-se uma extirpação da parte mediana da cartilagem tireoide através de duas incisões paralelas verticais, a prega vocal lesada, a região da comissura e pequena parte da prega vocal e ventricular contralateral. O local pode ser deixado destapado, até a sua cicatrização. Então, forma-se uma “neocorda” através do tecido fibroso cicatricial, diminuindo a fenda glótica e o aspecto de membrana laríngea anterior. O paciente permanece com traqueostomia provisória pós-operatória, que será retirada antes do décimo dia, voltando a respirar e falar por vias naturais. A voz geralmente é rouca com baixa altura e intensidade, com diminuição de harmônicos.
Laringectomia fronto-lateral aplicada: ressecção cirúrgica das mesmas estruturas mencionadas neste procedimento, mas em maior dimensão, abrangendo a região subglótica anterior, caso o tumor não invada mais do que um centímetro em extensão ou uma das aritenóides. Mantém o anel cricóide. Ë indicada nos casos de T2 com diminuição da mobilidade da aritenóide, T1b com disseminação superficial, aproximando-se da apófise vocal da aritenóide. Sendo o local de recessão mais amplo faz-se necessário uma reparação imediata. O aspecto vocal é razoável e é comum aspiração de alimentos, porém deverá ser evitada através da reconstrução da laringe.
Laringectomia subtotal (laringectomia ¾): são cirurgias que combinam hemilaringectomias com laringectomias supraglóticas. Apresenta o mesmo desconforto da laringectomia total, no que se refere à necessidade de respirar definitivamente através do traqueostoma, porém permite uma fonação de melhor qualidade. A voz é considerada de ótima qualidade.
Considerações sobre a qualidade de vida dos pacientes ante as modalidades terapêuticas empregadas também são importantes para determinar o melhor tratamento. O impacto de se preservar a voz na qualidade de vida do paciente é muito importante, pois na laringectomia total, trinta por cento dos pacientes, passam a usar a voz esofágica incompreensível e aproximadamente cinquenta por cento deles ficam fechados em suas casas, perdendo seus empregos e evitando o convívio social.
Conforme a localização e estágio do câncer pode ser tratado com radioterapia ou cirurgia. Existem vários procedimentos cirúrgicos disponíveis de acordo com as características do caso e do paciente. Em alguns casos, com a intenção de se preservar a voz, a radioterapia pode ser realizada primeira, deixando a cirurgia como resgate quando a radioterapia não conseguir mais controlar o tumor.
“As laringectomias parciais, quando indicadas oferecem controle oncológico local semelhante à ressecção total da laringe” (Arquivos da Fundação de Otorrinolaringologia).
BEHLAU e PONTES (1995) acreditam que as cirurgias relacionadas com remoção de partes da laringe, como cordectomias ou laringectomias parciais, podem ter ou não a reconstrução do espaço criado através de retalhos de musculatura e/ou pele. Os retalhos de reconstrução servem como apoio para as estruturas remanescentes para criar alguma condição mínima de fonte sonora, e na tentativa de manutenção de uma válvula suficiente para proteger a laringe durante a deglutição. Assim, as estruturas remanescentes deverão se desenvolver, auxiliando na produção de um som básico o menos turbulento possível, além de evitar a aspiração de líquidos ou alimentos.
Para BOONE e McFARLANE (1994), em casos de cânceres pequenos da laringe detectados precocemente, como os cânceres em estágio I e II, podem ser tratados com êxito através da radioterapia e/ou cirurgia menor. Os cânceres da laringe em estágio III, também podem ser tratados com sucesso por radioterapia e/ou cirurgia, removendo somente as estruturas envolvidas.
De acordo com COLTON e CASPER (1996), o grau de severidade do câncer de laringe, avalia-se usando o sistema “TNM” ou suas variáveis (American Joint Comitte for Staging and End Results Reporting, 1983). O “T” refere-se à localização do tumor primário, o “N”, indica o envolvimento de nódulos linfáticos e o “M” significa a propagação da lesão para outras partes do corpo (metástase).
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
O Portal Educação possui uma equipe focada no trabalho de curadoria de conteúdo. Artigos em diversas áreas do conhecimento são produzidos e disponibilizados para profissionais, acadêmicos e interessados em adquirir conhecimento qualificado. O departamento de Conteúdo e Comunicação leva ao leitor informações de alto nível, recebidas e publicadas de colunistas externos e internos.
UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA, com sede na cidade de São Paulo, SP, na Alameda Barão de Limeira, 425, 7º andar - Santa Cecília CEP 01202-001 CNPJ: 17.543.049/0001-93