18/01/2013
PINHO (1998) refere que na reabilitação das laringectomias parciais horizontais (supraglóticas), em termos funcionais, a retirada da porção superior da laringe deixa a região remanescente muito exposta no momento da deglutição, dificultando um vedamento correto da via respiratória, para impedir a entrada de bolo alimentar. Então a reabilitação da função alimentar merece atenção especial de maneira que o paciente.
Inicie o acompanhamento fonoaudiológico fazendo uso de traqueostomia e sonda naso-gástrica. O plano de reabilitação deverá abordar a disfagia e a disfonia, além da garantia da qualidade da função respiratória, considerando que o paciente poderá desenvolver problemas pulmonares, como pneumonia pela aspiração.
Na abordagem direta da disfagia, utilizam-se manobras de deglutição e estimulação sensorial oral. Associa-se também a manipulação de consistência e volume do bolo alimentar as manobras posturais, que fazem parte da terapia indireta da disfagia.
As manobras de deglutição supraglótica e de Mendelsohn, com a estimulação térmica (gelada) do reflexo da deglutição (na região dos pilares anteriores), são
destacadas nas modalidades de abordagem direta.
Na abordagem indireta da deglutição, utiliza-se a manipulação da consistência alimentar, iniciando com pastosa (não grudenta) e prestando atenção nos líquidos, reduzir a quantidade e aumentar o intervalo entre um gole e outro. Podem-se utilizar recursos como o canudo, para estimular a ação da língua.
A oclusão do traqueostoma auxilia na tentativa de elevação da laringe e na eliminação de resíduos por um fluxo respiratório firme, base para o mecanismo de tosse.
As estratégias de variação tonal, como melodia e vibração em escalas, estimulam a elevação da laringe no pescoço contribuindo para estimulação da ação de proteção laríngea no momento da deglutição.
Considera-se que se um paciente estiver com dificuldades, à deglutição (aspirando), possivelmente sua qualidade vocal estará prejudicada, devido ao acumulo de secreções e resíduos alimentares na região remanescente da laringe, resultando no comprometimento da função respiratória.
A qualificação vocal após laringectomias supraglóticas vinculada tanto às implicações anatômicas, pela perda de extensão vertical da laringe e ressecções múltiplas no trato vocal, quanto as funcionais, em especial a respiração e a deglutição (em relação à ocorrência de aspiração).
PINHO (1998) cita CAMARGO (1996) ao referir que nas laringectomias parciais verticais o restabelecimento da produção vocal consiste em dois níveis básicos de atividade, as ações esfincterianas (de fechamento) e vibratória. A estimulação da ação esfincteriana na terapia, além da ação direta na produção vocal, também contribui para efetividade da função da deglutição e consequentemente melhoraria a função pulmonar, implicando uma melhor qualidade vocal.
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