A criança passa a se beneficiar com o uso constante do aparelho
Fonoaudiologia
08/03/2013
A importância do uso permanente da prótese auditiva pela criança surda não precisaria mais ser demonstrada. Entretanto, essa necessidade jamais será induzida pela própria criança, que não é capaz de compreender a relevância da ajuda oferecida pelo aparelho.
O benefício trazido pela prótese só revela totalmente depois de alguns anos de educação auditiva e a criança não sentirá, espontaneamente, a necessidade do aparelho. Aos pais, então, cabe o papel de assegurar esse uso. Mas como convencer dessa necessidade imperativa de usar a prótese?
No dia em que a criança é aparelhada nada muda para ela: ela não ouve melhor, não compreende melhor e não fala melhor... Por outro lado, na rua, aos olhos de todos, a criança leva, bem evidente, a etiqueta da surdez.
A curiosidade das pessoas deixa a criança indiferente, mas o mesmo não acontece com os pais, cujos sentimentos vão desde a humilhação à tortura moral, o que os conduz frequentemente, a retirar o aparelho durante os trajetos na rua, sob falsos pretextos, como: “as pessoas riem dela; a criança tem vergonha; tenho medo de quebrar o aparelho; de machucar; o ruído dos motores as incomodam.
Todas as explicações são boas para tranquilizar a consciência dos adultos! Mas, então, como conseguir que essa prótese se integre pouco a pouco ao esquema corporal da criança? Como conseguir que faça parte dela mesma?
Como convencer a criança de que é aconselhável que ela coloque a prótese logo depois de acordar e só a retire para tomar banho e, depois, para dormir? Assim, no começo é até mais útil usar sempre o aparelho desligado ou regulado muito baixo do que retirar dez vezes por dia sob falsos pretextos.
A criança que sempre usou o aparelho não sente sua prótese como um corpo estranho; ela passa a constituir parte de seu corpo. A criança que obtém esse resultado o consegue graças à obstinação de sua família. Mas que resultado!
A criança passa a se beneficiar com o uso constante do aparelho; aprecia o que começa a perceber e não consegue mais viver sem ele; seu mundo tornou-se sonoro; esses sons que ela aprendeu a interpretar em todas as suas nuanças trazem-lhe informações regularmente.
Resumindo, a criança ouve mal, é verdade, de forma incompleta, é verdade; mas ao fundo, em que medida? Ela ignora porque nunca ouviu normalmente e, para ela, o resultado está lá. Ela ouve!
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por Colunista Portal - Educação
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