Ao pé do ouvido

A vida tem muito sentido!
A vida tem muito sentido!

Fonoaudiologia

23/07/2013

O som soa nos ouvidos como uma sinfonia, uma ventania, um barulho no trânsito, um eco, um ruído de moto ou de carro, uma discussão de casal ou gargalhadas provenientes de um bar. Ao contrário dos sons das ondas do mar, quando se chocam e são carregadas até a areia, indo e voltando numa cadência harmônica.

No silêncio da noite fica fácil registrar uma variedade de ruídos, como as vozes de uma conversa distante sem definição das palavras, um cão que late e se comunica com os outros cães, a sirene de um carro da polícia, o apito do guarda noturno, que patrulha o bairro, todos inseridos numa comunicação auditiva.

É fácil perceber quando alguém está próximo, chegando mais perto ou quando está indo embora, parece até que acena com uma das mãos despedindo-se!

O barulho do telefone que toca numa chamada importante, nos emociona e nos aproxima de quem está do outro lado da linha, intermediando contatos, viabilizando soluções como um mediador de voz e de comportamento. O que dizer então da música com sua diversidade de sons! Às vezes estridente, ensurdecedora, com ritmos compassados e acelerados eletronicamente, fazendo pulsar os ouvidos e despertando o desejo de cantar e dançar. Ao contrário das canções calmas e serenas, que se assemelham aos sons da natureza e ao canto dos pássaros, como um voo do alto de uma montanha, ou de uma floresta.

 A chuva, o raio e o trovão cantam como uma orquestra sinfônica, derramando água, lavando as calçadas, as cidades, as matas e os animais, desaguando nos rios e formando lagos e poças, numa cantoria agitada no início, mas que se acalma e se esvai aos poucos, até silenciar.

As reações das pessoas com relação à música são surpreendentes, alguns não se contêm e independente do local onde estejam querem extravasar, cantar e dançar, deixando invadir a alma e o corpo numa mesma sintonia, outros acompanham com a batida dos pés e com passos tímidos, tentam não chamar muito a atenção.

Dentro de um ônibus, no trem, no carro ou no metrô, ela - a música-, nos faz companhia e nessa onda, o fone de ouvido se tornou um item obrigatório. Alguns cantam sem se preocupar com as críticas, arranhando um inglês incompreensível como se estivessem embaixo do chuveiro. Nas ruas da cidade grande, até mesmo os engravatados aderiram a essa moda, pois ao ouvir o repertório de sua preferência, sentem-se como se fossem o personagem principal de um enredo, dando movimento e ação ao cenário e ao caminho por onde passam.

É difícil resistir à música, pois algumas falam a nossa língua mesmo cantada em outro idioma e outras nos fazem pensar trazendo recordações, contando um pouco de nossa história de vida.

Em uma passagem rápida pelas calçadas, observe as pessoas, os barulhos e a variedade de sons que nos enlouquecem, mas que sinalizam essa maravilha que é o poder da audição! Saiba ouvir o outro numa conversa entre amigos, analise e comunique-se de forma saudável, pois mesmo os deficientes auditivos sabem se expressar e se comunicar. 

Quando possível, permita-se extravasar! Libere o corpo e a mente, pulando, cantando e dançando até cansar, ou dê uma pausa para o descanso, esparramando-se na cama ou no chão e de olhos fechados, curta uma música que lhe toca o coração!

Tente ouvir o silêncio e perceba o que esse sentido tem a nos dizer, assim notará os outros e a si mesmo numa cadência que nos une e nos ambienta, pois como já dizia o cantor Lulu Santos: –“Nós somos feitos de silêncio e sons”. 

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Yrley Morato

por Yrley Morato

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