O PCA - Programa de conservação auditiva

O PCA envolve a atuação de uma equipe multiprofissional
O PCA envolve a atuação de uma equipe multiprofissional

Fonoaudiologia

28/02/2014

O PCA – Programa de Conservação auditiva é um conjunto de medidas coordenadas que previnem a instalação ou evolução das perdas auditivas ocupacionais, é um processo contínuo e dinâmico de implantação de rotinas nas empresas. Onde existir o risco para a audição do trabalhador, há necessidade de implantação do PCA.


É um programa previsto na NR - 9 buscando "a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venha a existir no ambiente do trabalho".


O instrumento de gestão transparente e participativa que pressupõe ações a serem desenvolvidas no âmbito da empresa sob a responsabilidade do empregador. A conservação auditiva nas empresas valoriza o trabalhador, promove a elevação da autoestima do funcionário, fazendo com que ele trabalhe mais satisfeito e sentindo-se seguro no âmbito ocupacional.


O ruído associado a agentes químicos, radiações ionizantes, frio/calor/vibração, acidentes com traumatismo crânio encefálico, barotraumas e alergenos, são agentes ocupacionais que provocam perdas auditivas.


O PCA envolve a atuação de uma equipe multiprofissional, pois são necessárias medidas de engenharia, medicina, fonoaudiologia, treinamento e administração. A NR – 9 é a norma regulamentadora que estabelece e obriga a elaboração e implementação por parte das empresas e instituições que admitam trabalhadores como empregados, o PPRA, visa a prevenção da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e o controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho.


O PPRA é o programa que norteia a conservação auditiva, facilitando assim o desenvolvimento do PCA. O programa de controle de riscos ambientais que faz o planejamento anual com estabelecimento de metas e prioridades, além de usar uma metodologia de ação e periodicidade.


A metodologia deve ser suficiente para a eliminação, minimização ou controle dos riscos no ambiente de trabalho. O controle do ruído é uma questão de importância econômica e social, além da saúde. A saúde auditiva é possível se os objetivos forem atingidos e os requisitos mínimos estabelecidos colocados em prática com eficiência.


O objetivo principal do PCA é assegurar a saúde auditiva dos trabalhadores expostos a níveis elevados de pressão sonora, dando ênfase à qualidade de vida do trabalhador evitando perdas auditivas induzidas por ruídos ou agentes nocivos e reduzir os efeitos que o ruído pode causar no organismo.


É necessário motivação da empresa e funcionário para que a implementação do o programa seja eficaz, pois os benefícios atingem as duas partes trazendo conforto, segurança e lucratividade para a empresa.


Alcançando os objetivos específicos, que leva ao objetivo geral, serão atingidos benefícios tanto para a empresa como para o funcionário.

A empresa que desenvolve de forma correta o PCA tem um aumento da produtividade, devido a redução do estresse/fadiga do funcionário, diminui o índice de acidentes (funcionário atento e mais concentrado no trabalha), ganhos direto e indiretos na manutenção da imagem da empresa, a prática de políticas que visam saúde e segurança do funcionário, faz com que a empresa seja respeitada e bem vista pela sociedade.


Além do aumento da possibilidade de mobilidade de função ou setor (reduzindo gastos extras com novas contratações e treinamento), melhoria do relacionamento entre funcionários (empregados bem humorados, satisfeitos favorecem a inter-relação) e evitando gastos com possíveis indenizações.


Os funcionários que trabalham em empresas que desenvolve o PCA são beneficiados diretamente com a prevenção da perda auditiva, melhorando assim, a qualidade de vida, diminuindo o nervosismo, o estresse, doenças cardiovasculares, cefaleias, além de um aumento na habilidade de dar e receber orientações, utilizar o telefone, ouvir sinais de alerta (incêndio ou alertas de máquinas) e a prevenção de problemas auditivos de origem não ocupacional, que são automaticamente detectados nos exames de rotina do PCA.


A conservação auditiva independe do indivíduo ser ou não portador da perda auditiva, pois o programa visa a conservação da audição do funcionário e não a exclusão do trabalhador dentro da empresa.


Este programa fornecerá diretrizes necessárias para que os investimentos realizados com recursos humanos e nas obrigações legais sejam revertidos em lucro, pois normalmente observa-se um grande desperdício na maioria das empresas brasileiras. Pois ele é um instrumento de gestão transparente, que garante segurança e qualidade na empresa.


Atualmente o número de empresas que investem em programas de saúde e segurança do trabalho vem aumentando a cada dia, significando um aumento de qualidade de vida pra os trabalhadores.


Com as certificações de qualidade ISO, as empresas hoje estão preocupadas em melhorar além do sistema produtivo, mas querem melhorar as condições dos seus sistemas de gestão de ambiente, na gestão de qualidade e nos sistemas de gestão de condições em saúde e segurança.


No entanto, o PCA é um programa amplo e complexo, que necessita treinamento, conscientização (administradores e profissionais do PCA) e competência. Vale salientar que os programas de conservação auditiva devem ser coordenados por profissionais da área médica, por fonoaudiólogos, engenheiros e técnicos de segurança do trabalho, sendo necessário o intercâmbio das informações adequadas ao sucesso do programa.


Vale salientar que o PCA é um programa que está agregado diretamente e em harmonia com outros programas, como, o PCMSO e o PPRA, no entanto, o bom desenvolvimento do programa de conservação auditiva está ao longo das NR’s – Normas Regulamentadoras, além do bom trabalho em equipe, um dos maiores desafios atuais nas empresas.


Enfatizando que o PCA envolve um trabalho de vigilância epidemiológica, avaliações e intervenções sobre o efeito dos níveis de pressão sonora e outros agentes sobre a audição, junto do trabalho de vigilância sanitária por meio do reconhecimento, antecipação e controle dos riscos para a saúde auditiva.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Colunista Portal - Saúde

por Colunista Portal - Saúde

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