Linguagem x Língua

Existe uma diferença, e é preciso saber diferenciar esses conceitos
Existe uma diferença, e é preciso saber diferenciar esses conceitos

Fonoaudiologia

28/02/2014

Você sabe qual a diferença entre linguagem e língua? Para começarmos, vejamos abaixo:

Linguagem: Reflete um sentido mais amplo que o conceito de língua.
Língua: “É um sistema abstrato de regras gramaticais”. (FERNANDES, 2003, p. 02).

É necessário saber diferenciar bem estes conceitos para poder identificar onde está a alteração quando avaliada. Linguagem é toda e qualquer expressão do pensamento, sendo que a língua é uma forma de linguagem, como também a linguagem corporal, música, pintura, símbolos.

Porém, linguagem não é um tipo de língua e contém um conceito muito mais amplo. A expressão oral é considerada uma das formas mais conhecidas e importantes de comunicação entre os humanos (FERNANDES, 2003), no entanto, outros tipos de linguagem podem ser utilizados.

Veja os questionamentos abaixo; você já fez estas perguntas?


• Como as crianças adquirem a linguagem?
• Como as crianças aprendem tão rápido a língua materna?
• Será que elas já nascem com uma predisposição ou é adquirida?
• Existe um período crítico para uma aquisição?
• Existe uma diferença entre o processo de aquisição da linguagem de uma criança normal e uma criança com algum tipo de desvio?

A linguagem é um dos aprendizados mais complexos que o homem desenvolve, sua aprendizagem estende-se por toda sua vida. Os estudos sobre aquisição da linguagem, além de ter merecido atenção especial de especialistas de diversas áreas (linguística, psicologia, medicina), também despertaram indagações entre os pesquisadores interessados no assunto – dúvidas e controvérsias ainda persistem.

Várias teorias foram formuladas e reformuladas para tentar explicar, assim, estudaremos um pouco sobre estas teorias, propostas ou abordagens.

Estudos sobre aquisição da linguagem visam tentar explicitarde que modo o ser humano parte de um estado no qual não possui qualquer forma de expressão verbal e, naturalmente, ou seja, sem a necessidade de aprendizagem formal, incorpora a língua de sua comunidade nos primeiros anos de vida, adquirindo um modo de expressão e de interação social dela dependente. (CORREA, 1999, p. 01).

Cupello (1993, p. 7) inicia o segundo capítulo de seu livro afirmando que “Todo ser humano já nasce com a necessidade de aprender uma língua, para poder se comunicar com o mundo.”.

Para Borges e Salomão (2003), a primeira forma de socialização da criança é a linguagem, e geralmente são os pais, por meio da fala durante o manuseio com o bebê, que efetuam esta interação. Por intermédio da linguagem, a criança tem acesso, antes mesmo de aprender a falar, a valores, crenças e regras, adquirindo os conhecimentos de sua cultura.

Conforme a criança se desenvolve, a visão e audição, e os outros órgãos do sentido, também se desenvolvem, ficando mais refinados. Dessa forma, a criança alcança um nível linguístico e cognitivo mais elevado, desenvolvendo cada vez mais seus códigos de linguagem.

A aquisição da linguagem é um trajeto longo e difícil, embora ocorra naturalmente. Muito antes de começar a falar, a criança está habilitada a usar o olhar, a expressão facial e o gesto para comunicar-se com os outros. O choro já é uma manifestação de tentativa de se comunicar; no início é indiferenciado e a partir da segunda/terceira semana, ganha características de diferenciação.

No desenvolvimento da linguagem, duas fases distintas podem ser reconhecidas: a pré-linguística, em que são vocalizados apenas sons isolados (sem palavras) e que persiste até 11 e 12 meses. A fase linguística, quando a criança começa a falar palavras isoladas com compreensão.

Este processo é contínuo e ocorre de forma ordenada e sequencial com sobreposição considerável entre as diferentes etapas deste desenvolvimento.

Quatro sistemas interdependentes envolvem o processo de aquisição da linguagem:

• O pragmático, que se refere ao uso comunicativo da linguagem num contexto social;
• O fonológico envolvendo a percepção e a produção de sons para formar palavras;
• O semântico, respeitando as palavras e seu significado; e
• O gramatical, compreendendo as regras sintáticas e morfológicas para combinar palavras em frases compreensíveis.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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