Quando a pragmática é avaliada, são avaliadas na verdade, as intenções com
Fonoaudiologia
28/02/2014
Desenvolvimento pragmático
A pragmática estuda “o funcionamento da linguagem em contextos sociais, situacionais e comunicativos...”, ou seja, analisa os aspectos funcionais da comunicação, o uso intencional da linguagem, portanto, quando avaliamos a pragmática, estamos avaliando as “intenções comunicativas do falante e da utilização que faz da linguagem para realizar essas intenções” (Acosta et al, 2003, p. 33-35).
Em relação à linguagem infantil, dois aspectos deverão ser analisados: as funções comunicativas, que seriam as habilidades comunicativas; e a conversação, que seriam as habilidades conversacionais, compromisso conversacional, fluência do discurso e adequação referencial (dêixis).
Desenvolvimento fonológico
Wertzner (2000, p. 5) salienta que o objetivo da avaliação do sistema fonológico da criança é verificar o inventário fonético da mesma, analisar as regras fonológicas que ela usa. As regras fonológicas abrangem “os fonemas usados contrastivamente, sua distribuição, e ainda o tipo de estrutura silábica observada.” Acosta et al (2003, p. 67), seguindo Stoel-Gammon (1991), apresenta alguns traços que são frequentemente encontrados em crianças com alterações de linguagem:
1) série restrita de sons da fala;
2) palavra limitada e forma silábica;
3) persistência de padrões de erro;
4) desproporção cronológica;
5) tipos de erros incomuns;
6) variabilidade extensiva, mas ausência de progresso.
Na avaliação dos aspectos fonológicos da criança, devemos observar o domínio dos encontros consonantais, domínio dos fonemas e produtividade dos processos fonológicos.
Primeiro realiza-se a fala espontânea, posteriormente, a nomeação de figuras, em que o examinador deve solicitar à criança que nomeie a figura mostrada. Caso a criança não saiba o nome da figura, o examinador nomeia mostrando-lhe em seguida as cinco figuras próximas, então volta à figura não nomeada, solicitando à criança que a nomeie.
Na prova de imitação o examinador solicita à criança que repita a palavra dita. As três provas deverão ser gravadas para posterior análise e transcrição fonética.
Desenvolvimento semântico
Ao analisarmos o aspecto semântico da linguagem, estamos analisando se a criança domina o significado das palavras e as combinações de palavras. Para tanto, Acosta et al (2003, p. 90) sugere que o desenvolvimento semântico deva ser analisado a partir dos dois processos básicos da linguagem: a compreensão e a produção, normalmente diferenciados como vocabulário expressivo e compreensivo. Em relação à compreensão, observa-se o reconhecimento de palavras, locuções e frases que a criança tem.
A avaliação da compreensão, nos primeiros anos de vida, é realizada por meio de atividades motoras da criança.
Quanto à produção “o conteúdo da linguagem é expresso mediante elementos formais: seleção de palavras adequadas para referir-se a pessoas, animais, objetos e ações, entonação pertinente e organização adequada dos elementos na frase para expressar ideias, conceitos, sentimentos, sensações, etc.”
Deve ser avaliada por intermédio das produções linguísticas da criança, com isto pode-se verificar a complexidade semântica que a criança apresenta e se está compatível com o desenvolvimento normal.
Befi-Lopes (2000, p. 41-42) salienta que “Dois princípios são básicos para o estudo do vocabulário infantil – se o significado das palavras utilizadas pelas crianças é o mesmo daquele que lhe é atribuído pelo adulto e se ele se altera de acordo com o crescimento infantil.”.
Desenvolvimento morfossintático
Seria o que tradicionalmente se denomina gramática, referindo-se aos conceitos de morfologia (trata das formas das palavras) e da sintaxe (estuda as funções). Para Befi-Lopes (2004, p. 992), ao avaliar-se uma criança com suspeita de DEL é importante observar “a forma como ela estrutura frases, a extensão de suas produções, [...] a utilização quantitativa e qualitativa de substantivos, verbos e adjetivos, [...] se fazem uso adequado de pronomes, conjunções, preposições, etc.” Segundo a autora, também é importante observar o que a criança compreende, mesmo quando ela não produza.
Para avaliação desta dimensão também se utilizam testes padronizados (ainda não temos disponíveis em português); utilização de escalas de desenvolvimento e a observação do comportamento e testes não padronizados.
Os testes não padronizados são os mais empregados por meio da coleta de fala espontânea em que pode-se observar os tipos de construções sintáticas utilizadas corretamente, complexidade dos sintagmas nominais e verbais, as orações que contêm erros ou omissões sintáticas, a variedade de estruturas utilizadas, a extensão média das produções, a estrutura interna das orações emitidas, as diferentes classes de formas de palavras utilizadas e como são tratadas.
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por Colunista Portal - Educação
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