O surgimento do rádio e da televisão

O rádio auxiliou não só na propagação de informações
O rádio auxiliou não só na propagação de informações

Marketing e Vendas

09/04/2013

O rádio auxiliou não só na propagação de informações, como também no lançamento dos esportes comentados e na musicalização do cotidiano. No ano de 1863, em Cambridge, na Inglaterra, James Clerck Maxwell, professor de física experimental, demonstrou teoricamente a provável existência das ondas eletromagnéticas. A partir desta revelação outros pesquisadores se interessaram pelo assunto, como o alemão Henrich Rudolph Hertz (1857-1894).

Hertz comprovou a propagação radiofônica por meio do ar em 1887, o que determinou que os antigos “quilociclos” passassem a ser chamados de “ondas hertzianas” (Hz) ou “quilohertz”. A industrialização de equipamentos, contudo, deu-se com a criação da primeira companhia de rádio, fundada em Londres pelo cientista italiano Guglielmo Marconi.

O funcionamento dos aparelhos de emissão e recepção de sinais já havia sido testado por Marconi em 1896, a partir do momento em que o cientista identificou a importância comercial dos telégrafos. Até então o rádio era algo como uma “telegrafia sem fio”, algo já bastante útil e inovador para a época, tanto que outros cientistas e professores se dedicaram a melhorar esta função. Oliver Lodge (Inglaterra) e Ernest Branly (França), por exemplo, inventaram o “coesor”, um dispositivo que melhorava a detecção de ondas.

A mudança de sintonia dos rádios, por meio da possibilidade de seleção da frequência, foi alcançada por Oliver Lodge, em 1897, quando inventou o circuito elétrico sintonizado. Enquanto isso, Roberto Landell de Moura, padre e cientista brasileiro, construiu diversos aparelhos que, além de totalmente relevantes para a história do rádio, contribuíram para descobertas fundamentais para o desenvolvimento de novas técnicas de difusão e de captação de ondas.

Na década de 1920, a empresa norte-americana Westinghouse dá início à “Era do Rádio” com a criação do microfone, a partir de modificações específicas no bocal do aparelho telefônico. Além desta invenção, obtida por seus engenheiros, a Westinghouse foi responsável pela radiofusão em si, com a fabricação de aparelhos de rádio para as tropas na Primeira Guerra.

Com o fim do conflito mundial, vários aparelhos ficaram estocados nas fábricas, sendo que para estimular a venda para com o grande público, a empresa instalou antenas nos pátios de suas fábricas, para que fosse transmitida música para as comunidades locais. A consequência foi a transformação do rádio em um meio de comunicação com apelo em diversos países.

A fim de que se compreenda o motivo da época ter ficado conhecida como a “Era do Rádio”, basta verificar que nos EUA a rádio crescia surpreendentemente: em 1921 eram quatro emissoras, mas no final de 1922, os norte-americanos contavam com 382 emissoras. A televisão, por sua vez, seria uma revolução no modo do homem ver o mundo: à distância (telever), todos os objetos e locais conhecidos no planeta, sem a necessidade do contato ou ida aos mesmos.

A história e o desenvolvimento da televisão se relacionam a diversas pesquisas e descobertas científicas dos séculos XIX e XX. A transmissão de imagens a distância era uma tentativa constante entre os cientistas, sendo que descobertas como a do selênio, em 1817, pelo químico sueco Jons Jakob Berzelius, propiciaram o estudo e desenvolvimento desta ação por meio da corrente elétrica.

Contudo, os estudos pioneiros e o próprio invento da televisão é atribuído ao alemão Paul Nipkow, que analisava a ideia do envio de imagens a distância, sendo que em suas concepções poder-se-ia decompor a imagem em pontos, que seriam posteriormente transformados em impulsos elétricos por uma célula fotoelétrica e enviados por um fio para um receptor, ocorrendo o processo inverso para composição da imagem.

Nipkow criou então um disco com furos em expirais que “varriam” uma imagem, no qual cada furo gerava uma luz, convertida em corrente elétrica por uma célula de selênio, que por sua vez acenderia uma lâmpada, iluminando então outro disco oposto ao primeiro, gerando a imagem num écran. Este invento foi denominado “Disco de Nipkow”, servindo de pilar para o desenvolvimento da televisão e colocando Nipkow como o pioneiro do desenvolvimento da TV.

A televisão iniciou-se, oficialmente, na Alemanha e posteriormente na França, que inclusive utilizava-se da Torre Eiffel como ponto emissor. Na década de 1920, as primeiras transmissões eram realizadas em caráter de teste pelo escocês John Logie Baird, que utilizou-se de um sistema mecânico baseado no “Disco de Nipkow”. Na mesma década, nos Estados Unidos, dois cientistas desenvolviam ideias voltadas à transmissão de imagens a distância.

O russo Wladimir Zworykin e o americano Philo T. Farnsworth, mesmo sem qualquer tipo de contato na época, foram considerados os inventores da televisão, no que se refere à base de seu funcionamento. Farnsworth concebeu, em 1925, por meio de diversas fórmulas, o diagrama de uma válvula transmissora de imagens, enquanto Zworykin foi convidado pela RCA para a produção do primeiro tubo de imagem para televisão, o qual ficou conhecido como Orticon e passou a ser produzido em escala industrial em 1945, sendo primeiramente apresentado em Nova York, em 1936.

As novas tecnologias de produção de imagem movimentaram a década seguinte, no que se refere à implantação da TV em cores, que já havia sido estudada desde 1929, sendo apenas em 1954 iniciadas as transmissões em cores nos Estados Unidos, com o uso do padrão NTSC (National Television System Committee):

A Alemanha, em 1967, inicia o uso de uma variação do padrão americano, batizado de PAL (Phase Alternation Line), com a correção de deficiências do NTSC, sendo colocado em funcionamento, no mesmo ano na França o SECAM (Séquentiel Couleur à Mémoire – Cor Sequencial com Memória). No Brasil, a primeira transmissão colorida foi realizada pela Embratel, que transmitiu, mas em caráter fechado, a Copa do Mundo de 1970. Em 1972, foi realizada a primeira transmissão pública em cores, para todo Brasil, com a cobertura da Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS).

Nos anos 1970 começou a ser desenvolvida uma tecnologia revolucionária, que viria décadas depois: a televisão digital. Os japoneses, por meio de um consórcio de estações de TV, deram início a estudos voltados à televisão de alta definição, chamada de HDTV (High Definition Television). No começo dos anos 1980, eram realizados os testes iniciais desta tecnologia, para que no decorrer da década, europeus, norte-americanos e japoneses alcançassem um padrão próprio, mesmo que em caráter experimental, a fim de que as demandas dos consumidores fossem atingidas: começava, nos anos 1990, a era da TV digital.

Três padrões de transmissão digital seriam adotados pelo mundo: o padrão norte-americano ATSC (Advanced Television Systems Comitee), o padrão japonês ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) e o padrão europeu DVB (Digital Video Broadcasting), cada um com suas vantagens e desvantagens. Contudo, a escolha de um padrão estimula a reflexão dos países consumidores, em torno do tipo de serviço almejado como, por exemplo, o tipo de transmissão, no qual aspectos político-econômicos possuem grande influência.

O Brasil adotou o padrão japonês, visto que se saiu superior nos testes de comparação com outros padrões e possui vantagens na transmissão para dispositivos móveis, o que garante grande mobilidade e portabilidade em território nacional. Ao contrário dos outros padrões, o ISDB utiliza uma faixa de frequência para transmissão tanto terrestre como via satélite, apresentando padrões de codificação superiores, permitindo com uma única faixa de frequência a transmissão de um volume maior de dados.

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