Uso da Auriculoterapia na Medicina Veterinária

Na Medicina Veterinária a auriculoterapia pode ser uma técnica clínica
Na Medicina Veterinária a auriculoterapia pode ser uma técnica clínica

Medicina Alternativa

25/04/2014

INTRODUÇÃO

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é um sistema de medicina coerente e bem desenvolvido, praticado na China há milhares de anos. O sistema considera o corpo como um todo e como parte da natureza. Para manter-se saudável é preciso conservar a harmonia das funções do corpo e entre o corpo e a natureza. A doença ocorre quando esta harmonia é rompida. Para restabelecer o estado de harmonia são usadas várias abordagens terapêuticas: como a medicina chinesa a base de ervas, acupuntura, auriculoterapia, massagens, exercícios corpo e mente e a terapia dietética chinesa. A prevenção da doença é base integrante da MTC. (Still; Konrad, 1984 & López; Buendía).


A acupuntura e a auriculoterapia são partes integrantes da (MTC). Embora existam evidências de sua utilização por diversos povos desde a antiguidade, foi na China que se deu seu maior desenvolvimento, a partir da relação do pavilhão auricular com os demais órgãos e regiões do corpo. Ela foi descoberta em 1956 pelo médico francês Dr. Paul Nogier e logo após tornou-se público seus conhecimentos, pois ele identificou em muitos dos seus pacientes com as mesmas doenças, alguns pontos da orelha apresentavam-se com alta sensibilidade, vermelhidões e até escamações, cuja cauterização promovia uma melhoria na maioria dos casos e até mesmo a cura das patologias. (Draehmpaehi; Zohmann 1997).


A auriculoterapia é uma técnica da MTC que usa o pavilhão auricular para efetuar tratamentos terapêuticos, usando do reflexo que a aurícula exerce sobre o SNC. O uso com objetivo terapêutico vem desde a antiguidade, no Oriente e na Europa antiga. Esse método tem sido recentemente desenvolvido e vem crescendo com a prática e uso dos clínicos e pesquisadores. (López; Buendía).


A acupuntura auricular difere-se da acupuntura corporal em vários aspectos, porque usa outros pontos localizados na aurícula e dentre suas principais indicações estão às doenças articulares degenerativas do ombro, cotovelo, joelho ou outras articulações, com êxito em doenças do disco intervertebral. (Still, 2006).


Na Medicina Veterinária a auriculoterapia pode ser uma técnica clínica complementar valiosa, especialmente na clínica de pequenos animais. Os profissionais receptivos, que dispuserem de tempo e condições para aprimoramento, devem ser estimulados a assistirem palestras que introduzem a acupuntura e a auriculoterapia para despertar o interesse em comprovar a veracidade das informações nela contida. (Still, 2006).


Fonte: Silva 2010

OBJETIVO
Divulgar as técnicas da MTC e em especial da Auriculoterapia e suas vantagens, aplicabilidade e resultados no tratamento e diagnóstico de patologias dentro da Medicina Veterinária, a ponto de popularizá-la tornando-a acessível ao profissional da saúde e seus pacientes. Como mais uma ferramenta terapêutica e diagnóstica na clínica e dia a dia destes profissionais.


MÉTODO
Realizar a limpeza do pavilhão utilizando álcool 70%, realizar massagem para estimular as regiões auriculares com função terapêutica, sempre no sentido ascendente, iniciando no lóbulo até o ápice e do trago até o ápice, e sempre realizada de forma bilateral e simultaneamente. Esta massagem também serve como autoatendimento nas disfunções musculoesqueléticas quando bem aplicada ao paciente. (Neves, 2009).


As superfícies das duas aurículas devem em primeiro lugar serem visualmente inspecionadas e depois segue a palpação, os pontos detectados serão marcados nas respectivas aurículas. Caso as mesmas tenham sinais traumáticos ou inflamatórios as investigações do auriculodiagnóstico não é recomendada. (Neves, 2009).


Selecionar os pontos, colocar o animal em um local tranquilo e confortável, contê-lo de forma suave e gentil para que este não sacuda a cabeça, porque neste caso as agulhas poderão sair do lugar. Fazer o agulhamento e deixar o animal contido e relaxado por pelo menos 20 minutos. (Still, 2006).


RESULTADOS E DISCUSSÃO
Seu uso principal tem sido para alívio da dor, porque é relativamente não invasiva e não vicia, pelo contrário uma grande virtude da técnica é equilibrar as emoções do paciente controlar a ansiedade e o desânimo. Possui uma grande facilidade porque é aplicada em uma área distante do local da dor. É uma terapia que produz resultados rápidos, na maioria das vezes imediata, tem baixo custo, fácil aplicação e boa aceitação pelos pacientes. (Draehmpaehi; Zohmann 1997).


Mas antes de tentar a auriculoterapia o animal deve ser examinado como um todo, depois selecionar os pontos de acupuntura auricular, o método da estimulação, o período de duração do tratamento. (Still, 2006).
Sempre devemos selecionar os pontos ativos, os quais previamente identificados no auriculodiagnóstico. Deve-se evitar o uso de muitos pontos, principalmente se formos agulhá-los. Os pontos podem ser usados sozinhos, porém se forem usados com a acupuntura eles devem ser agulhados primeiro porque após o agulhamento do corpo os pontos dolorosos na orelha podem desaparecer. (Still, 2006).


A inserção da agulha no centro de um ponto ativo vem acompanhada de um repuxo rápido da cabeça e às vezes até do corpo. Em humanos temos a descrição de uma dor aguda e de curta duração. (Neves, 2009).


Os tratamentos devem ser repetidos em dias e pavilhão auricular alternado para tratar patologias agudas ou dolorosas.


Algumas doenças do sistema musculoesquelético com dor respondem bem à auriculoterapia. (López; Buendía).


Ela deve ser usada com cautela, ou seja, poucos pontos estimulados, fazer uma estimulação menos vigorosa. Deve ser evitada em pacientes debilitados e com problemas cardíacos, pois o estresse do manuseio num ambiente às vezes estranho pode combinar-se com impulso sensorial forte dos pontos estimulados e levar ao prolapso cardiovascular do animal. (Still; Konrad, 1984).


CONCLUSÃO
A acupuntura sistêmica e a acupuntura auricular são bem aceitas, difundidas e tem ganhado cada vez mais credibilidade na medicina ocidental, com excelentes resultados. Na clinica veterinária vem crescendo de forma gradual, porém faz-se necessário ainda pesquisas para que se possa ter maior divulgação e credibilidade por partes dos colegas e proprietários de animais.



REFERÊNCIAS

Curso de Auriculoterapia. WWW.portaleducação.com.br. Acesso em 16/06/2010.

DRAEHMPAEHI, Dirk; ZOHMANN, A. Acupuntura no Cão e Gato. Princípios Básicos e Prática Científica. Ed: Roca, São Paulo, 1997.

LÓPEZ, H, S; BUENDÍA, G, L. Acupuntura Veterinária. Ed: Interamericana, México.

NEVES, M. L. Manual Prático de Auriculoterapia. 1ª edição, Porto Alegre, 2009.

SCHOEN, A. M. Acupuntura Veterinária. Da Arte Antiga à Medicina Moderna. 2ª edição, Ed: Roca, São Paulo, 2006.

STILL, J; KONRAD J. Experimental Verification

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Sueli Moreira da Silva

por Sueli Moreira da Silva

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