O que é Fibromialgia?
A Fibromialgia consiste em uma síndrome em que os pacientes apresentam dor generalizada (podendo ser dor muscular, dor nas juntas, dor de cabeça) por mais de 3 meses, além de alguns sintomas inespecíficos associados, como alterações no sono, alterações de humor (como ansiedade e depressão) e fadiga.
A Fibromialgia afeta de 1 a 5% da população mundial, sendo uma síndrome dolorosa bastante comum, com importantes efeitos e alterações nas vidas das pessoas.
Quem tem Fibromialgia?
Estudos epidemiológicos mostram que a Fibromialgia chega a ser até 8 vezes mais comum em mulheres do que homens. Outros estudos também demonstram relação familiar, ou seja, se alguém na família apresenta quadro de dor generalizada, há um maior risco de alguém na família desenvolver Fibromialgia.
Outros fatores predisponentes incluem histórico de ansiedade, história de traumas, e algumas infecções virais.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é realizado por meio de critérios clínicos, não necessitando do uso de exames de imagens como Raio-X, Tomografias e Ressonâncias. A Fibromialgia também não resulta em alterações laboratoriais.
O médico geralmente pode pedir esses exames para excluir outras patologias e outros diagnósticos diferenciais, ou seja, os exames não são obrigatórios para o diagnóstico.
Terapias Alternativas
Pacientes com fibromialgia frequentemente procuram terapias alternativas para o alívio dos sintomas. A Acupuntura é uma das opções terapêuticas mais procuradas por estes pacientes, com ótimos resultados.
Como a Acupuntura pode ajudar?
A Acupuntura consiste na inserção de pequenas e finas agulhas metálicas em diversas áreas predeterminadas do corpo (os "Pontos de Acupuntura"), que corresponderiam a trajetos de Meridianos, pela Medicina Tradicional Chinesa. Em uma sessão de Acupuntura, as agulhas geralmente são deixadas nestes pontos por volta de 20 a 30 minutos, provocando efeitos locais e sistêmicos. Estas agulhas podem também ser estimuladas por meio de estímulos manuais ou elétricos, para aumentar a eficácia do agulhamento.
As aplicações de Acupuntura ajudam os pacientes com Fibromialgia no alívio da dor (com importante diminuição da sensação dolorosa), melhora do sono, humor, e fadiga (por meio da ação da Acupuntura de liberação de opioides endógenos e neurotransmissores como serotonina, endorfina). Assim, a Acupuntura é uma excelente terapia nestes casos, pois ajuda os pacientes a ter melhora na qualidade de vida, melhora dos sintomas da Fibromialgia, e também na diminuição do uso de remédios contínuos que estes pacientes precisam tomar todos os dias, diminuindo assim os seus efeitos colaterais.
Mas há evidências científicas?
A Acupuntura é ainda uma terapia recente no mundo ocidental, com a grande maioria das pesquisas científicas iniciadas após a década de 70. Muitos dos estudos iniciais pecavam pela baixa qualidade metodológica. Estuda-se bastante também a Acupuntura em experimentos animais, em que pesquisadores tentam entender o mecanismo de funcionamento da Acupuntura.
De acordo com estudos científicos, a Acupuntura apresenta efeitos analgésicos em diversos tipos de dores crônicas. Os estudos de Acupuntura na Fibromialgia são poucos, mas a maioria sugere que a Acupuntura pode ter um efeito benéfico, não apenas no controle da dor, mas também nos outros sintomas associados à Fibromialgia.
Um estudo publicado pela Clínica Mayo dos Estados Unidos mostrou que a Acupuntura pode ajudar a melhorar a fadiga e ansiedade nos pacientes com Fibromialgia, por até 7 meses após o final do tratamento. Neste estudo, foram selecionados 50 pacientes com Fibromialgia, sendo que metade deles recebeu o tratamento real de Acupuntura, e a outra metade um tratamento placebo. Nenhum dos pacientes sabia qual tratamento estava recebendo. Os pacientes no grupo Acupuntura relataram menos fadiga, e menos sintomas de ansiedade após um mês de tratamento com a Acupuntura real.
Outro estudo feito no Canadá com 20 pacientes com Fibromialgia, seguiu os pacientes por 12 semanas. No estudo, 7 pacientes relataram melhora significativa de seus sintomas, 10 relataram melhora moderada, e 3 pouca melhora.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Hong Jin Pai
Médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)
Doutorado em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Pós-graduação em Acupuntura na Faculdade de Medicina Chinesa-Acupuntura de Beijing
Professor de Acupuntura pelo World Federation of Chinese Medicine Societies (WFCMS)
Médico do Centro de Acupuntura do Instituto de Ortopedia do HC-FMUSP
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