Introdução à toxicologia

Toxicologia Ocupacional procura prevenir o desenvolvimento das lesões tóxicas ou de doen&#
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Medicina

13/11/2013

A Toxicologia Ocupacional é um ramo da ciência que estuda os efeitos nocivos causados por substâncias químicas presentes no ambiente de trabalho. Nos últimos tempos, a Toxicologia Ocupacional tem ganhado grande destaque porque se preocupa com a saúde dos trabalhadores, que é a população produtiva do país.


A associação de algum efeito tóxico com uma determinada atividade profissional já é conhecida há séculos, e desde essa época procura-se estudar estes efeitos e estabelecer medidas de segurança no manuseio das inúmeras substâncias tóxicas a que o homem é exposto em seus diferentes ambientes de trabalho.


Devido ao crescimento acelerado da indústria e ao constante aumento do uso de produtos químicos, qualquer tipo de atividade pode expor o trabalhador a uma variedade de substâncias, capazes de produzirem efeitos indesejáveis sobre os sistemas biológicos. As medidas preventivas destinadas a este fim são conhecidas como procedimentos de monitoramento.


De uma maneira bem resumida, a Toxicologia Ocupacional procura prevenir o desenvolvimento das lesões tóxicas ou de doença profissional. Para cumprir tal objetivo é necessário um grande conhecimento sobre os agentes ocupacionais potencialmente tóxicos, especialmente informações sobre a toxicidade das substâncias e a relação dose/resposta.


Esses dados podem ser obtidos por meio de quatro fontes principais:
experimentação em animais; experimentação em voluntários; observação ao acaso no ambiente de trabalho; pesquisas epidemiológicas.


Com os dados experimentais e epidemiológicos, torna-se possível definir critérios de segurança para cada substância, como, por exemplo, as suas concentrações aceitáveis, e adotar medidas de prevenção que tornem possível respeitar esses critérios. Dessa maneira, é mantida a saúde do trabalhador, ou, em outras palavras, alcançado o objetivo da Toxicologia Ocupacional.


O monitoramento ambiental visa determinar os níveis de agentes químicos no ambiente ocupacional, para avaliar uma exposição potencial, isto é, a quantidade do agente químico que pode alcançar os organismos vivos. Assim, com base nos dados obtidos e no conhecimento do risco toxicológico das substâncias, é possível evitar que a contaminação atinja níveis perigosos. O controle desses agentes nocivos foi, por muitos anos, efetuado como único modo de se prevenir o aparecimento de alterações prejudiciais à saúde, decorrentes da exposição ocupacional.

Para se estabelecer as concentrações máximas para uma exposição ocupacional, uma série de informações científicas é exigida, tais como: os conhecimentos das propriedades físico-químicos das substâncias; investigações toxicológicas sobre toxicidade aguda, subaguda e crônica pelas diversas vias de introdução; experimentos em animais e observações no homem.


O monitoramento ambiental, entretanto, ao estimar a intensidade da exposição, não é inteiramente satisfatório para evitar o risco decorrente da exposição ocupacional a agentes nocivos. Existem inúmeras variáveis que prejudicam a associação direta entre a exposição e os efeitos nocivos. Os indivíduos diferem quanto à duração e à intensidade da exposição aos contaminantes da atmosfera, aos hábitos alimentares, hábitos próprios no trabalho e no macroambiente. O monitoramento ambiental não considera, por exemplo, o trabalho extra ou o trabalho pesado, quando pode ocorrer até 20 vezes mais inalação de ar por minuto do que no trabalho leve.


Além disso, as características individuais tais como sexo, idade, raça, estados nutricionais, entre outros, resultam em uma série de respostas diferentes dos diversos organismos, frente a uma mesma concentração do agente tóxico ocupacional. No entanto, para vários agentes tóxicos, como, por exemplo, aqueles que apresentam ação tóxica local (vapores de ácidos, NO, NO2, SO2, etc.), o monitoramento ambiental é o único meio de prevenir o aparecimento de intoxicações.


Há uma série de vantagens e limitações para que seja realizado o monitoramento biológico. Ele é de uso limitado a poucos agentes químicos e também não pode ser utilizado para a prevenção de efeitos carcinogênicos, mutagênicos ou alergênicos, para os quais não são conhecidas as doses onde não são observados efeitos nocivos.


Dentre as vantagens do monitoramento biológico em relação ao ambiental, podemos citar:
exposição relativa a um período de tempo prolongado; exposição como resultado da movimentação do trabalhador no ambiente de trabalho; absorção de uma substância, por meio de várias vias de introdução e, não apenas, pelo sistema respiratório; exposição global, decorrentes de várias fontes de exposição, seja ocupacional, seja ambiental; quantidade da substância absorvida pelo trabalhador, em função de outros fatores (atividade física no trabalho e fatores climáticos); quantidade da substância absorvida pelo trabalhador, em função de fatores individuais (idade, sexo, características genéticas, condições funcionais dos órgãos relacionados com a biotransformação e eliminação do agente tóxico).


Quando o monitoramento biológico é realizado, deve ser considerado o fato de que o próprio homem é a melhor indicação das condições do seu local de trabalho. No monitoramento biológico é estimado o risco para a saúde dos indivíduos expostos a substâncias químicas com base na exposição interna do organismo (dose interna). Todos os trabalhadores são examinados, individualmente, procurando detectar precocemente uma exposição excessiva (antes que alterações biológicas significativas ocorram) ou, então, algum distúrbio biológico reversível (antes que tenham causado algum prejuízo à saúde). Temos, então, dois tipos de monitoramento biológico.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Colunista Portal - Saúde

por Colunista Portal - Saúde

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