Mais frequente no sexo masculino, a partir da quinta e sexta década da vida
Medicina
20/06/2014
Prurido anal ou coceira ao redor do orifício anal pode ocorrer em graus variados de intensidade. E um sintoma proctologico comum, acometendo 5% da população, sendo mais frequente no sexo masculino, a partir da quinta e sexta década da vida. Na maioria das vezes em 50-90% não se conhece a causa, ou seja, é idiopática. Também costuma ser mais frequente a noite.
Causas: Prurido idiopático ou primário - quando o agente etiológico ou causal e desconhecido;
Prurido secundário - nestes casos estão envolvidas as alterações sistêmicas ou proctologicas e ate mesmo problemas psicológicos.
Abordando as causas secundárias:
-Higiene pessoal inadequada e um fator, principalmente nos pacientes obesos, senis , acamados ou com distúrbio mental onde existe uma clara dificuldade de se fazer corretamente a higiene local. Limpeza excessiva, uso de papel higiênico e agentes abrasivos também podem causar o prurido devido a fricção constante local, traumatizando a pele.
-Doenças anorretais: fistulas, fissuras, prolapsos, hemorroidas , tuberculose, sífilis, incontinência fecal , cirurgias previas com alterações da anatomia local são de prurido . Lesões dermatológicas por alergia de contato a tecidos sintéticos, papel higiênico, sabonetes e desodorantes íntimos . Uso de preservativos em praticantes de sexo anal.
-Dietas: alguns alimentos podem afetar ou piorar o sintoma. Ex: café e descafeinados, refrigerantes ,chocolates, cítricos , condimentos , cerveja, leite e derivados.
-Doenças ginecológicas, sistêmicas, neoplasias, infecções virais, parasitoses, micoses e uso de medicamentos estão relacionados como fatores etiológicos.
Diagnóstico: E importante fazer uma história clínica detalhada , abordando hábitos alimentares, medicações em uso, habito intestinal , higiene pessoal, historia sexual , de traumas locais e cirurgias previas. No exame físico, devemos procurar alterações na pele, presença de cicatrizes, avaliação da tonicidade do esfíncter anal e alterações que levem a suspeita de doenças sistêmicas. Exames laboratoriais, biopsia e teste sorológicos vão depender da suspeita clínica.
Tratamento:
As medidas gerais são:
Manter a região limpa, seca e livre de resíduos fecais de preferência com uso de duchas após evacuação. Evitando o papel higiênico;
Uso de roupas intimas folgadas, ventiladas, se possível de algodão;
Secar a região após o banho com toalha macia evitando africção.
Tratamento medicamentoso: Corticoides tópicos, anti- histamínicos estão indicados nos casos de dermatites crônicas , uso de benzodiazepinicos para os pacientes que apresentam sintomas noturnos.
Tratamento cirúrgico: Não existe uma única técnica eficaz que resolva a maioria dos casos. A opção menos agressiva seria a injeção de azul de metileno cujo mecanismo de ação seria destruição de terminações nervosas, outras substâncias também podem ser usadas como alternativa como as soluções anestésicas alcoólicas, oleosas, etc.
Fonte: Manual de doencas anorretais de 2013
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Kelly Ribeiro Moura Barboza
Graduada em Medicina pela EMESCAM
Residencia Medica em Clinica Medica pelo HSE-RJ
Residencia Medica em Gastroenterologia pela UFES
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