Móveis proporcionam estímulo sensorial por meio de suas cores e formas
Moda e Design
23/09/2013
Os primeiros relatos de um amontoamento de pedras que possui o formato de uma possível estante e a semelhança com uma cama como a conhecemos hoje, são de um sítio arqueológico datado de 3180 a 2500 a.C., localizado na praia de Skara Brae, na cidade de Orkney, no norte da Escócia. Skara Brae data do período Neolítico e é formada por um conjunto de dez habitações, toda construída com pedras que abrigava mais de 50 pessoas.
Foi neste mesmo local que os arqueólogos encontraram cestos, vasilhas de barro, peles, e os primeiros registros de mobília, similar a uma estante com enormes pedras representando prateleiras. Vale salientar que Skara Brae é mais antiga que Stonehenge e que as pirâmides do Egito, provando que o período Neolítico foi muito rico em desenvolvimento de acessórios e elementos voltados para auxílio das necessidades do dia a dia.
Ainda não se sabe ao certo de onde este grupo de pessoas veio, ou se elas nasceram ali mesmo em Skara Brae, só se sabe que elas sobreviveram 600 anos de intenso inverno de forma muito bem estruturada e organizada. Depois desse achado neolítico, seguimos em uma pesquisa pelo Egito, onde, de fato, encontramos mobiliários similares às formas que encontramos hoje. São cadeiras, bancos, mesas e até camas que foram encontradas nas tumbas de Tutankhamon e da rainha Hetepheres.
Estamos falando de mobiliários que, ao longo dos seus três mil anos, sofreram poucas transformações e que para cada ocasião festiva ou cerimonial, possuía forma e uso de materiais diferentes.
Uma característica muito importante da mobília egípcia era que os pés possuíam a forma de patas de animais e muitas vezes eram feitos de ossos de animais. Já na Grécia, os móveis eram considerados pequenos se comparados aos egípcios. As mesas eram menores, e serviam apenas de apoio para objetos e para realizar refeições.
As cadeiras eram menores e suas proporções bem mais harmônicas. Alguns objetos como panelas eram pendurados na parede e outros guardados em armários e arcas.
Uma característica marcante são os formatos de patas de leão e pés de outras figuras mitológicas nos pés das mesas e cadeiras. As cadeiras semicirculares e pequenas mesas de três pés também são uma invenção romana.
Mas um dos móveis mais importantes da época é a cadeira Lectus, presente na maioria das casas romanas, era uma cadeira de madeira que possuía uma cabeceira em bronze cheia de ornamentos decorativos, era geralmente usada para descanso e para fazer refeições.
Já na Idade Média, devido à quantidade enorme de batalhas, invasões e as constantes mudanças, os registros de mobiliários são menores, priorizando-se por mobílias desmontáveis. Um registro desta época são as mesas de cavaletes. Geralmente os móveis da Idade Média serviam para múltiplas funções e seu requinte está associado aos entalhes de madeira. Nesta época, como não existiam móveis acolchoados, o uso de almofadas era constante para evitar o desconforto.
Já o mobiliário do período Barroco, fazia uso de muitos detalhes, para ostentar riqueza e austeridade. É neste período que vemos armários destinados a guarda-roupas e outros pertences, além de bibliotecas com portas de vidro e móveis que relembram o mobiliário da época medieval.
O sofá foi um artefato criado neste período, que se destacou ao estofado uma técnica diferente para época, e possuía dimensões menores, geralmente para duas pessoas. Os contadores, que eram móveis destinados a guardar coleções e papéis, eram muito utilizados na época por possuírem detalhes decorativos muito requintados e muitos desses móveis eram embutidos; outra inovação do período.
Já com novas ideias e a busca por novos estilos de mobiliários entramos no universo do design pós-moderno da década de 60, que tinha a proposta de criticar o design modernista e seus ideais. O movimento fazia uso de móveis clássicos e trabalhava com uma releitura de novos materiais e formas em cima deles.
Fazendo uso das cores e de materiais como o plástico, a fim de encontrar e estruturar novas formas surgia assim o design pop. Um exemplo deste tipo de design é a cadeira Panton (1960), do dinamarquês Werner Panton, uma peça inteira sem encaixe feita por injeção, toda em plástico vermelho e empilhável com um design totalmente futurista; e esta era a inspiração da época para o design pop.
Para os designers, o produto deixa de ser uma peça meramente funcional para passar a entregar para o consumidor um estímulo sensorial por meio de suas cores e formas.
Já o design orgânico, que se iniciou na década de 30 e perdura até hoje, tem o intuito de humanizar o moderno, de capturar o espírito da natureza em suas formas.
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por Colunista Portal - Dia A Dia e Estética
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