Desnutrição Infantil

A desnutrição infantil envolve problemas socioeconômicos e político-culturais
A desnutrição infantil envolve problemas socioeconômicos e político-culturais

Nutrição

11/06/2013

A desnutrição é um importante problema de saúde pública na infância, que afeta um grande número de crianças. Trata-se de um problema do tipo multifatorial, envolvendo determinantes de origem biológica (baixo peso ao nascer e condições de saúde inadequadas) e social (condições socioeconômicas e ambientais desfavoráveis). O consumo nutricional inadequado não é a única causa da desnutrição. Fatores sociais, culturais, genéticos, econômicos e políticos também devem ser considerados. Problemas de saúde relacionados às condições precárias de higiene e o cuidado inadequado também são fatores que podem contribuir. Esses fatores estão inter-relacionados e agem diretamente (biologicamente) ou indiretamente (social) sobre o estado nutricional.

Avaliar o estado nutricional é de fundamental importância para investigar se a criança está crescendo dentro dos limites recomendados ou está fora deles devido a doenças ou condições de vida desfavoráveis. Medidas de crescimento em crianças são uma das maneiras mais eficientes de ponderar o seu estado de saúde geral, tornando eficaz possíveis intervenções que podem restabelecer condições ideais de saúde e evitar os danos resultantes de desnutrição. O conhecimento do estado nutricional pode ainda determinar prognóstico e terapia em diferentes patologias.

Os fatores de risco, relacionados com a desnutrição em crianças são: baixo peso ao nascer, história de prematuridade, desmame precoce, baixo grau de escolaridade materna, renda familiar abaixo de dois salários mínimos, saneamento básico domiciliar inadequado.

O período entre o desmame e os 5 anos de idade é, nutricionalmente, o mais vulnerável segmento do ciclo de vida. O crescimento rápido, a perda da imunidade passiva e o desenvolvimento do sistema imunitário contra infecções determinam necessidades nutricionais específicas nesse período, trazendo a necessidade do monitoramento do estado nutricional nessa faixa etária. É por essa razão que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) consideram fundamental a vigilância do estado nutricional de crianças, em especial, nos países em desenvolvimento, visando à identificação precoce de crianças em risco nutricional/desnutrição e à execução de ações que promovam a recuperação do estado nutricional e da saúde global da criança.

Apesar das evidências recentes de redução dos índices da desnutrição no Brasil, especialmente no Nordeste, ela continua como a endemia carencial mais importante em nosso país, provocando uma elevada demanda nos serviços de saúde e aumento nas taxas de mortalidade hospitalar e leva também à dificuldade de tratamento de quase todas as outras doenças que acometem as crianças, de forma especial as respiratórias e intestinais.

Quando se trata de desnutrição infantil, este ainda é um problema de saúde pública que afeta tanto o sistema físico quanto mental, levando a apatia, depressão, retardo no crescimento e no desenvolvimento psicomotor, retardo de cicatrização, alterações metabólicas e imunológicas da criança, aumentando as morbidade e mortalidade, os quais continuam a ser graves problemas em nosso país.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Layane Thais  de Almeida Lopes

por Layane Thais de Almeida Lopes

Especialista em Nutrição Clínica: Metabolismo, Prática e Terapia Nutricional pela Universidade Gama Filho e em Docência em Nutrição pela Faculdade Unyleya. Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Docente e membro do núcleo docente estruturante (NDE) da Faculdade Regional de Riachão do Jacuípe (FARJ).

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