Ácidos graxos poliinsaturados e saúde cardiovascular

Nutrição

11/01/2015

A maioria das gorduras animais possuem ácidos graxos saturados e são encontrados em diversos produtos (carnes, produtos lácteos e banhas). O consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras ou óleos contendo ácidos graxos saturados com cadeia variando entre 12 a 16 carbonos, pode aumentar o risco do surgimento doenças cardiovasculares.


Essas gorduras e óleos ricos em ácidos graxos saturados isolados e em conjunto com o colesterol, promovem o aumento da LDL-colesterol, exercendo influência negativa e podendo estar associado na potencialização do desenvolvimento da aterosclerose (AOQUI, 2012).


No organismo humano, os ácidos graxos trans podem tornar-se extremamente tóxicos. Os isômeros trans reduzem os níveis de HDL-colesterol, aumentam a LDL-colesterol.


Quando numa dieta há substituição dos ácidos graxos saturados ou os trans por monoinsaturados ou poliinsaturados, pode haver efeito hipocolesterolêmico e se houver controle no consumo de carboidratos, pode ocorrer diminuição do teor de triglicerídeos séricos.


Ácidos graxos ômega 3 são ácidos graxos poli-insaturados essenciais, ou seja , o corpo humano não pode sintetizá-los a partir de outras substâncias , por isso devem ser obtidos na dieta.


A linhaça oferece benefícios potencias para a saúde cardiovascular, por ser fonte de ácido alfa-linolênico (Ômega-3) e de lignanas, uma classe de fitoestrógenos.


Várias pesquisas contribuem para a consideração da semente de linhaça como alimento funcional. Estudos têm demonstrado que a ingestão de linhaça contribui com a redução do risco de cânceres e diabetes, dos níveis de colesterol total e da lipoproteína que quando em excesso tende a ser aterogênica, a LDL-c, assim como favorece a diminuição da agregação antiplaquetária e parece ter efeito sobre o auxílio ao controle do peso corporal quando associada a uma dieta equilibrada e com atividade física adequada.


A linhaça possui alto índice de ácidos graxos polinsaturados (73%), moderado em ácidos graxos monoinsaturados (18%) e baixo em ácidos graxos saturados (9%). Em média a linhaça contém 32%-45% de gordura, sendo 51%-55% de alfa-linolênico (Ômega-3) e 15%18% de linoleico (Ômega-6), 29%-25% de proteínas, 20%-28% de fibra dietética total, 4% a 8% de unidade e 3 a 4% de cinzas (LIMA, 2007).


A dieta ocidental possui relação elevada de n-6:n-3, com 15:1, 20:1. Razões menores têm sido relacionadas a melhorias da qualidade de vida. A relação de 4:1 foi associada com redução de 70% nas mortes por doenças cardiovasculares, 2,5:1 reduziu a proliferação de células cancerosas em pacientes com neoplasia colorretal, 2-3:1 diminuiu a inflamação em pacientes com artrite reumatoide, e uma relação 5:1 foi benéfica para asmáticos. A razão n-6:n-3 ótima varia de indivíduo para indivíduo e de acordo com o quadro de saúde deste (MACHADO, 2013).




Referências

AOQUI, M. Caracterização do Óleo da Polpa de Macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.) e Azeite de Oliva (Olea europaea L.) Virgem Extra e Seus Efeitos Sobre Dislipidemia e Outros Parâmetros Sanguíneos, Tecido Hepático e Mutagênese Em Ratos Wistar. 2012, 143f. Mestrado, Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade Católica Dom Bosco, 2012.


MACHADO, A.M. Efeitos da linhaça marrom e dourada no perfil lipídico e inflamatório e na composição corporal de adolescentes com sobrepeso. 2013, 123f. Dissertação em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal do Espírito Santo. 2013.


LIMA, C.C. Aplicação das farinhas de linhaça (Linum usitatissimum L.) e maracujá ( Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.) no processamento de pães com propriedades funcionais. 2007, 148p.Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal do Ceará 2007.