Os efeitos do excesso do consumo de lipídios e o risco de doença cardiovascular.

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Nutrição

27/01/2016

Doença arterial coronariana (DAC) é a mais elevada causa de morte em homens e mulheres nos Estados Unidos e na maior parte do mundo. Nos Estados Unidos 49% dos homens e 32% das mulheres provavelmente desenvolverão doença coronariana. As evidências constadadas através de pesquisas cientíticas com vários estudos epidemiológicos, bem como algumas intervenções dietéticas rigorosamente controladas, sugerem que os hábitos nutricionais podem influenciar na saúde cardiovascular. Em parte, os efeitos da dieta no risco de doença coronariana podem ser medidos por resultados obtidos no tratamento de distúrbios metabólicos prevalentes como a obesidade, a hipertensão e perfis lipídicos anormais, os quais foram associados ao aumento do risco de doença cardiovascular. Orientações dietéticas gerais para a saúde cardiovascular foram emitidas nos últimos anos pelo Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Cardiologia.

 

       Este artigo objetiva estudar os padrões dietéticos do consumo de lipídios na dieta e a morbidade e mortalidade por doença cardiovascular (DCV). A variação nutricional dos principais fatores de risco cardiovascular, como obesidade e hipertensão, também serão examinados. E por fim fornecer dados que visem reduzir ou evitar mais danos ao sistema cardiovascular e prevenir o desenvolvimento da doença em indivíduos ainda sadios.

 

     Mais de 300 mil pessoas morrem no Brasil de doenças cardíacas e problemas nos vasos sanguíneos, notadamente infarto e acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é um dos 10 países com índices elevados de óbito por doenças cardiovasculares. Cerca de 60% dessas pessoas são em uma maioria homens, com idade média de 56 anos. A alta ocorrência desses problemas de saúde impõe que o Nutricionista deve ter informações precisas sobre tratamentos dietéticos disponíveis para problemas cardíacos e a razão para a sua utilização.

 

       Não existe uma única causa conhecida da doença cardíaca. No entanto, a presença de uma combinação de certos fatores predispõe uma pessoa a um risco elevado da doença. Algumas características pessoais tais como: histórico familiar de doença cardiovascular, sexo e idade. Existem gêneses que não se podem alterar, mas os fatores dietéticos e o estilo de vida levado pelo paciente podem ser modificados.

 

     Estudos sobre a composição da dieta relacionados com a morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares têm sido principalmente de natureza epidemiológica, embora, recentemente, estudos clínicos em larga escala estejam sendo realizados. Os primeiros estudos observacionais que sugeriram a relação entre ingestão alimentar e o risco de DCV, foram realizados na década de 1950. Esses estudos demonstraram uma relação de dependência entre o consumo de gordura saturada e morte por DCV. Além disso, o impacto da ingestão de gordura sobre a doença que parece ser modulado pela ação do colesterol no sangue. Estudos ecológicos demonstrando um aumento da prevalência de doença coronariana em países com maior consumo de gordura forneceram provas que corroboram para uma associação de padrão de dieta e risco da doença. Mais recentemente, a pesquisa americana Lifestyle Heart Trial da National Heart, Lung, and Blood Institute, mostrou reduções significativas na estenose e eventos cardíacos em um grupo de intervenção que consumia uma dieta com muito baixo teor de gordura em relação ao grupo controle.  

 

     Os efeitos da dieta nas DCV podem ser mediados por fatores de risco como: a obesidade, concentração de lipídios plasmáticos e lipoproteínas e hipertensão. Também são relevantes os efeitos da dieta sobre a homocisteína, inflamação e estresse oxidativo. O risco de DCV ao longo das últimas décadas tem sido atribuído ao aumento significativo da prevalência de obesidade. Certamente, o excesso de ingestão de calorias pode levar a desequilíbrios metabólicos como a resistência à insulina que conduz a uma cascata de eventos que levam a aumento de triglicérides plasmático, diminuição da lipoproteína de alta densidade (HDL) e aumento do colesterol (LDL) denso. Cada uma destas anormalidades lipídicas tem sido associada a um risco aumentado de DCV. O sobrepeso e a obesidade também são comumente associados com inúmeras outras comorbidades, como hipertensão, diabetes e síndromes metabólicas. Importante perda de peso pode ser conseguida com a restrição calórica independentemente da composição de macronutrientes da dieta. Debates consideráveis existem entre os especialistas em nutrição sobre os meios mais eficazes para a perda de peso. Aguns relatos indicam que dietas ricas em gorduras ou proteínas monoinsaturadas podem não só facilitar a perda de peso, mas também conduzir a uma maior perda em curto prazo (períodos menores do que 6 meses), em comparação com dietas com quantidades mais convencionais carboidratos.  Numa população de mulheres obesas, a perda de peso induzida por uma dieta rica em proteínas conduziu a melhorias nos parâmetros metabólicos, sem um aumento do colesterol LDL. Dietas ricas em proteína podem facilitar a perda de peso, aumentando a saciedade, diminuindo as respostas de insulina pós-prandial, e aumentando a termogênese.

 

    Há um consenso geral de que um alto nível de colesterol no plasma sanguíneo é um dos principais fatores de risco para doença coronariana. Evidências científicas têm demonstrado que o aumento do risco de aterosclerose e doença coronária é derivado de um alto consumo de lipídios pelas pessoas. Um fator importante é que, na doença arterial bloqueios que se formam nas artérias conhecidas como placas, são crescimentos ou massas de produtos químicos depositados nas paredes da artéria. A análise bioquímica do material de placa mostra que ele contém grandes quantidades de lipídios, uma grande parte é o colesterol.

 

Hipertensão

 

      O sódio desempenha um papel importante na determinação da pressão sanguínea e reduções na dieta de ingestão de sódio de 1,8g/dia foram associadas a reduções na pressão arterial e diastólica de cerca de 4 e 2 mmHg, respectivamente. A dieta DASH (dietary approaches to stop hypertension), elaborada a partir de estudos norte-americanos, através do National Heart, Lung, and Blood Institute (NHLBI) enfatiza abordagens dietéticas para parar a hipertensão. É um plano alimentar baseado numa alimentação rica em carboidratos, que enfatiza o consumo de frutas, legumes e produtos lácteos com baixo teor de gordura (principalmente as saturadas), gordura total e colesterol na dieta.

 

Bibliografia:

Effects of Diet on Cardiovascular Disease Risk - Patty Siri-Tarino,Elaine B. Feldman, and Ronald M. Krauss

Handbook of Nutrition and Food - Carolyne D., Johanna Dwyer and Elaine Feldman.

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

European Heart Journal (acesso em 6 Julho 2013)

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Zeura Cenira de Oliveira Saraiva

por Zeura Cenira de Oliveira Saraiva

Estudante de Nutrição do Centro Universitário do Ceará, ex-bolsista CAPES/CNPq no Programa Ciência sem Fronteiras. Estudei na Facoltà di Medicina e Chirurgia de Pisa - 1 ano. Monitora da cadeira de Anatomia Sistêmica. Cursos no Exterior: Nutrition and Physical Active for Heatlh, University of Pittsburgh. http://lattes.cnpq.br/6681136812904234

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