Hiperplasia fibrosa inflamatória

As hiperplasias fibrosas representam processos proliferativos não-neoplásicos
As hiperplasias fibrosas representam processos proliferativos não-neoplásicos

Odontologia

13/02/2013

As hiperplasias fibrosas representam processos proliferativos não-neoplásicos, de origem inflamatória, decorrentes de estímulos produzidos pela ação de agentes físicos, em geral traumas crônicos. A hiperplasia fibrosa inflamatória (HFI) é a denominação dada a lesões proliferativas benignas, que se originam na cavidade bucal a partir de um traumatismo crônico de baixa intensidade.

É uma lesão bastante frequente em idosos, por estar frequentemente associada ao uso de próteses dentárias totais ou parciais mal adaptadas, entretanto a HFI pode ainda ter como fatores etiológicos diastemas, arestas de dentes cortantes, má higienização, manobras iatrogênicas profissionais, dentre inúmeras outras.

O termo hiperplasia refere-se ao aumento do número de células de um determinado tecido. Na HFI ocorre a proliferação das células epiteliais da camada espinhosa, podendo haver múltiplas projeções papilares na superfície.

A hiperplasia das células e fibras do tecido conjuntivo geralmente afeta a mucosa sob variados aspectos quanto à sua localização e extensão. Desenvolve-se comumente na mucosa do rebordo alveolar, fundo de vestíbulo e palato, mantendo em geral a cor do tecido local. Pode ainda haver a ulceração da mucosa devido à ação de trauma local.

Clinicamente, a HFI apresenta-se como nódulos e/ou cordões, de coloração avermelhada ou rosa-pálido, de consistência variando entre firme à flácida à palpação, de tamanho e formato irregulares, de crescimento lento e geralmente assintomático.

As hiperplasias do palato podem estar relacionadas a próteses totais mal-adaptadas ou aquelas confeccionadas com a presença de câmara de vácuo, que representa uma depressão na região central da prótese.

Este tipo de hiperplasia é reconhecida como uma variante da HFI, sendo conhecida como hiperplasia papilomatosa, que ocorre no palato duro e representa o desenvolvimento de projeções papilares, de aspecto granuloso, coloração avermelhada. É possível observar, nessas situações, a associação de uma prótese total mal adaptada a um quadro de má higienização e consequente superpopulação de Candída albicans.

Coelho et al. (2004) analisaram as lesões bucais relacionadas ao uso de próteses e concluíram que a HFI constituiu-se 16,7% dos casos, nos quais a maioria destas foi relacionada às próteses totais superiores.

O tratamento de escolha é a remoção cirúrgica com pequena margem de segurança. Outros cuidados devem ser observados, como a eliminação dos agentes irritantes, como a confecção de uma nova prótese. A prescrição de medicamentos antifúngicos para os casos de candidose associada também é indicada. Em situações em que existam múltiplas hiperplasias na cavidade bucal, a remoção pode ser realizada em etapas e optando-se entre cirurgia convencional cruenta, bisturi elétrico ou cirurgia a laser. O ideal é sempre enviar o tecido removido para análise anatomopatológica.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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