Próteses totais na terceira idade

As próteses totais são indicadas para pacientes com edentulismo total
As próteses totais são indicadas para pacientes com edentulismo total

Odontologia

14/02/2013

As próteses totais são aquelas indicadas para pacientes com edentulismo total. O sucesso desse tipo de prótese está relacionado com a anatomia da região; a adaptação das próteses na área basal é fundamental para a sua retenção e funcionalidade.

A área basal consiste na base protética em que será dada a adaptação da prótese total. É composta da mucosa e submucosa, que recobrem o osso alveolar de suporte.

Na grande maioria das vezes, após as perdas dentárias ocorrem modificações anatômicas importantes que podem interferir e modificar a estrutura da área basal. As modificações podem incluir desde alterações ósseas e de mucosa, até alterações musculares com envolvimento da articulação temporomandibular.  È importante ressaltar que tais alterações anatômicas tornam-se mais acentuadas quanto maior for o tempo de reabilitação do paciente.

Quando existe uma reabsorção óssea significativa, principalmente em pacientes com histórico de doenças periodontais agressivas, os rebordos alveolares encontram-se mais planos, o que dificulta a confecção de uma prótese estável e retentiva. Por isso, a preservação do tecido ósseo torna-se muito importante na odontologia.

Além disso, outras variações anatômicas ou lesões podem interferir com o planejamento das próteses totais. Como exemplo, podemos citar as hiperplasias fibrosas inflamatórias decorrentes do uso de próteses antigas mal-adaptadas, tecidos moles em excesso, tórus mandibular ou palatino.

O tórus é uma excrescência óssea, de base achatada, que apresenta crescimento lento, na linha mediana do palato e/ou na superfície lingual da mandíbula. Não necessita de tratamento, exceto em casos de interferência no uso das próteses.

No planejamento da prótese total, a dimensão vertical do indivíduo e a orientação do plano oclusal devem ser avaliadas cuidadosamente a fim de devolver as funções mastigatórias que foram perdidas.

A orientação correta do plano oclusal proporcionará a normalidade funcional dos músculos da bochecha e da língua, tornando as próteses estáveis. O plano oclusal é utilizado normalmente para a montagem dos dentes que devem estar orientados em uma zona de equilíbrio da musculatura, devolvendo, ao mesmo tempo, a dimensão vertical de oclusão.

Realizando-se uma avaliação nos fatores físicos de estabilidade de uma prótese total, podemos dizer que um plano inclinado desvia forças e provoca instabilidade.

O protesista deve procurar sempre forças que atuem em ângulo reto; e para se conseguir esse objetivo muitos fatores devem ser observados, dentre eles podemos comentar sobre o ângulo de abertura formado pelas superfícies oclusais.

Quanto mais paralelas forem as superfícies oclusais superior e inferior, melhor será a estabilidade, pois planos oclusais divergentes forçam as próteses a se deslocarem no sentido antero-posterior.

Deve ser lembrado ainda que a prótese total inferior possui algumas desvantagens em relação a superior. Além de possuir uma área chapeável menor, a prótese total inferior fica sujeita às interferências musculares e o processo alveolar da mandíbula costuma sofrer sofre uma reabsorção mais acentuada em altura do que processo alveolar maxilar.

Algumas considerações importantes devem ser avaliadas quando da confecção das próteses totais em pacientes com doenças sistêmicas. Por exemplo, um paciente idoso com diabetes descompensada pode apresentar variações anatômicas na base de suporte das próteses, devido ao acúmulo de líquidos nos tecidos moles de suporte. Nestes casos, torna-se essencial que seja realizado um exame glicêmico do paciente antes dos procedimentos, principalmente antes das fases de moldagens.

Quando esses pacientes são instáveis em relação á doença, a confecção da prótese definitiva deve ser adiada, utilizando materiais reembasadores macios até que a confecção da prótese definitiva possa ser finalizada.

Os pacientes que apresentam história de acidente vascular cerebral (AVC), deverão ter uma fase de adaptação às próteses aumentada, devido á paralisia muscular que pode ocorrer, demandando tempo na aprendizagem de uma nova mastigação.

Pacientes xerostômicos devem receber cuidados especiais, pois a falta de saliva pode comprometer a retenção das próteses. As salivas artificiais podem ser indicadas. Além disso, pode haver uma maior facilidade para o desenvolvimento da candidose, motivo pelo qual os pacientes devem ser acompanhados com frequência.

A fase de ajuste oclusal deve ser realizado apropriadamente, a fim de evitar que se formem lesões na fibromucosa, as quais podem se tornar de difícil cicatrização posteriormente. Da mesma forma se deve atentar para a extensão dos bordos protéticos. Todos os cuidados devem ser tomados para evitar eventos de reabsorção óssea dos rebordos ósseos por fatores odontológicos, como contatos oclusais prematuros e mal adaptação protética. Tais cuidados são importantes, principalmente nos pacientes idosos que podem apresentar, além de tudo, doenças sistêmicas associada à perda óssea como a osteoporose.

É recomendado que o paciente procure o CD a cada cinco anos para uma avaliação das condições da prótese e, havendo a necessidade, para confecção de novas próteses totais.

Após instalação das novas próteses, pode haver reclamações em relação ao estalido que os dentes provocam ao se tocarem; ou com um leve embaraço ao falar. Alguns pacientes se incomodam com quantidade aumentada de saliva na boca e outras se impressionam com as mudanças em que ocorrem na expressão e harmonia facial. Muitos pacientes podem não ficar satisfeitos com o novo trabalho assim que instalado. Deve ser dado um período para a adaptação, sendo que a prótese total inferior demora mais tempo do que a superior.

Em compensação alguns pacientes, principalmente os mais idosos, mostram-se mais saudáveis e satisfeitos com a prótese total, do que com seus próprios dentes, os quais, muitas vezes, se encontravam em estado deteriorado.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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