Radioterapia no tratamento de câncer bucal

São várias as fontes de energia utilizadas na radioterapia
São várias as fontes de energia utilizadas na radioterapia

Odontologia

14/02/2013

Para uma melhor definição da terapêutica radioterápica e da cirúrgica, ou a combinação das duas, no caso de neoplasias malignas, é necessário conhecer o mecanismo básico da atuação da radiação no tumor e nos tecidos normais. Se esses mecanismos básicos forem entendidos, a indicação da radioterapia no tratamento do câncer bucal torna-se racional.

A radioterapia é um tipo de tratamento para neoplasias malignas capaz destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes que ao sofrerem interação com os tecidos, dá origem a elétrons superacelerados ionizando o meio. Há um efeito imediato chamado de efeito direto da radiação, onde há uma destruição na hélice do DNA que faz a célula maligna morrer naquele momento ou a deixa marcada para morrer algum tempo depois.

Existe também um efeito tardio que ocorre no meio em que a célula está, provocando uma série de alterações que, com o passar do tempo, agem em seu metabolismo e fazem com que ela morra por um processo chamado de apoptose ou morte celular programada. A morte celular pode ocorrer então por variados mecanismos, desde a inativação de sistemas vitais para a célula até sua incapacidade de reprodução.

São várias as fontes de energia utilizadas na radioterapia. Há aparelhos que geram radiação a partir da energia elétrica, liberando raios X e elétrons, ou a partir de fontes de isótopo radioativo, como, por exemplo, pastilhas de cobalto, as quais geram raios gama. Esses aparelhos são usados como fontes externas, mantendo distâncias da pele que variam de um centímetro a um metro.

Essa forma de aplicação é conhecida com teleterapia. A radioterapia externa de megavoltagem é a forma mais empregada de teleterapia, sendo realizada através das unidades de cobalto-60 e dos aceleradores lineares. Estas técnicas constituem a radioterapia clínica e se prestam para tratamento de lesões superficiais, semi profundas ou profundas, dependendo da qualidade da radiação gerada pelo equipamento.

Para que o efeito biológico atinja maior número de células neoplásicas e a tolerância dos tecidos normais seja respeitada, a dose total de radiação a ser administrada é habitualmente fracionada em doses diárias iguais, quando se usa a terapia externa.

A radioterapia pode ser radical (ou curativa), quando se busca a cura total do tumor; remissiva, quando o objetivo é apenas a redução tumoral; profilática, quando se trata a doença em fase subclínica, isto é, não há volume tumoral presente, mas possíveis células neoplásicas dispersas; paliativa, quando se busca a remissão de sintomas tais como dor intensa, sangramento e compressão de órgãos; e ablativa, quando se administra a radiação para suprimir a função de um órgão.

Por isso, os objetivos principais de um programa de atenção odontológica aos pacientes irradiados devem incluir:


• Melhora do estado de higiene bucal dos pacientes;

• Eliminação das infecções;

• Controle da dor e/ou das irritações na boca;

• Manutenção e/ou melhoria dos aspectos morfofuncionais e estéticos;

• Diminuição das complicações do tratamento (principalmente cáries, periodontopatias e necrose óssea).

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