A Radioterapia deve ser adequada a cada caso em particular
Odontologia
14/02/2013
O tratamento deve ser adequado às necessidades de cada caso em particular, tendo por base os resultados esperados de tempo e qualidade de sobrevida. Cada vez mais o paciente tem participado da decisão terapêutica após esclarecimento dos riscos e benefícios de cada uma das alternativas de tratamento.
O estadiamento clínico é a verificação da doença antes de se empreender o tratamento do paciente e tem por finalidade a escolha da terapêutica mais adequada.
O sistema de estadiamento usado no Brasil é o mais conhecido e foi desenvolvido pela União Internacional Contra o Câncer (UICC) e pela American Joint Committee (1997). Ele é conhecido como sistema TNM, onde T significa tumor primário; N, linfonodos regionais; e M, metástase distante.
A classificação que se segue é aplicada para os casos de carcinoma epidermoide da cavidade bucal:
T - Tumor primário
T1S - Carcinoma in situ
T1 - Tumor (medindo 2 cm ou menos em seu maior diâmetro)
T2 - Tumor (medindo mais de 2 e menos de 4 cm em seu maior diâmetro)
T3 - Tumor (medindo mais de 4 cm em seu maior diâmetro)
N - Linfonodos regionais
N0 - Linfonodos cervicais (clinicamente não palpáveis ou palpáveis sem suspeita de metástases)
N1- Linfonodos cervicais (homolaterais ou bilaterais com suspeita de metástases)
N2 - Linfonodos clinicamente palpáveis (suspeita de metástases)
M - Metástases à distância
MO - Metástases à distância
M1- Evidência clínica ou radiográfica de metástases
Para carcinomas espinocelulares do estádio clínico I, as taxas de sobrevida em cinco anos obtidas com tratamento cirúrgico ou com radioterapia são semelhantes. Nesses casos, a escolha do método de tratamento depende das expectativas do paciente e dos resultados funcionais que podem ser alcançados.
A radioterapia, apesar de oferecer o mesmo resultado oncológico, associa-se a complicações importantes em longo prazo como a xerostomia, cáries de irradiação, osteoradionecrose. Prefere-se a cirurgia nestes casos. Para tumores do estadio II, opta-se pela cirurgia, enquanto para os tumores mais avançados (estádios III e IV) ressecáveis associa-se a cirurgia à radioterapia.
Cirurgia
O tratamento cirúrgico envolve duas entidades: a lesão primária e os linfonodos cervicais. De uma forma geral, o tratamento cirúrgico é indicado em algumas circunstâncias:
• neoplasias malignas que não são radiossensíveis;
• casos de recorrência ao redor de áreas irradiadas;
• situações em que as sequelas do tratamento por radiação possam ser maiores do que as causadas pela cirurgia;
• neoplasias que envolvam tecido ósseo, linfonodos e glândulas salivares.
A cirurgia apresenta a vantagem de tornar possível o exame detalhado das margens da lesão, o que permite determinar o momento de término do tratamento. Se a lesão for removida cirurgicamente com margens adequadas, é razoável esperar-se pela cura do paciente.
Entretanto, o tratamento cirúrgico apresenta a desvantagem de sacrificar estética e funcionalmente importantes estruturas, como lábios, língua, mandíbula e, em alguns casos especiais, o globo ocular. Por esse motivo, os tumores de localização intra-oral toleram uma remoção de cerca de um a dois centímetros de largura, ao passo que em outras localizações os tumores malignos permitem remoções de grandes extensões.
Para os casos com linfonodos cervicais metastáticos sempre se associa o esvaziamento cervical radical (clássico ou modificado). Em casos de tumores com alto risco de metastatização (risco de falso-negativos superior a 20%), mas sem metástases clinicamente detectáveis, indica-se tratamento eletivo do pescoço. Nesses casos utilizam-se os esvaziamentos cervicais seletivos do tipo supraomohióideo.
O tratamento de tumores da cavidade oral teve grande impulso com o desenvolvimento de retalhos miocutâneos e reconstruções com enxertos microcirúrgicos revascularizados ampliaram as possibilidades de reabilitação após grandes ressecções com segurança e permitem reconstrução de grandes defeitos em um único tempo cirúrgico.
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por Colunista Portal - Educação
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