A mononucleose, também conhecida como ‘doença do beijo’, é comumente transmitida pela saliva contaminada num contato íntimo entre as pessoas. Manifesta-se de forma aguda, resultante da exposição ao vírus Epstein-Barr (EBV). Ocorre com mais frequência na adolescência, embora possa se desenvolver em qualquer idade.
Essa infecção pelo EBV provoca febre, comprometimento de toda a garganta e faringe com formação de placas brancas e exsudato (líquido com alto teor de proteínas e leucócitos) semelhantes às lesões de candidíase. A presença de linfadenopatia na região frontal ou posterior do pescoço e axilas é comum nesse quadro. O comprometimento do fígado e do baço também pode estar entre as alterações causadas pela infecção.
O diagnóstico da mononucleose é sugerido pela manifestação clínica da doença e deve ser confirmado através de exame de sangue específico. O aumento do número de linfócitos no sangue e, a aparência anormal adquirida por uma parcela dessas células é uma característica dessa infecção. São os chamados linfócitos atípicos que, detectados no hemograma realizado rotineiramente nas doenças infecciosas, valorizam a possibilidade de tratar-se de mononucleose infecciosa.
Quando adultos fazem esse exame, a maioria fica sabendo que foi infectada pelo vírus e teve a doença no passado sem se dar conta de sua atividade, pois os sintomas foram confundidos com os de infecções banais comuns na infância e na adolescência. Na maioria dos casos, a mononucleose infecciosa regride entre 4 e 6 semanas, no entanto, em alguns casos, os quadros são mais intensos e prolongados, a febre é alta e custa a desaparecer, o que assusta muito os pacientes e seus familiares.
Esta doença não tem cura e o tratamento é feito com repouso relativo por cerca de 3 semanas. Não é recomendado o uso de antibióticos quando não há uma infecção bacteriana secundária. Quando há um comprometimento hepático grave, deve-se tratar como se fosse uma hepatite viral aguda por, aproximadamente, dois meses. Em certas situações pode ser feito o uso de corticosteroides. Em caso de ruptura do baço uma cirurgia deve ser realizada para removê-lo.
1 Cirurgiã-Dentista, Especialista em Estomatologia Clínica, CRO-BA 10.209.
2 Cirurgiã-Dentista, Mestre em Estomatologia Clínica, CRO-RS 18.227.
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por Juliana Andrade Cardoso
Especialista em Estomatologia - União Metropolitana de Educação e Cultura (UNIME); Mestre em Estomatologia Clínica - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); Professora do Núcleo de Propedêuticas Clínicas e Cirúrgicas da Unime
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