Diferenças entre Monitoria e Avaliação

Monitoramento e avaliação são complementares
Monitoramento e avaliação são complementares

Educação e Pedagogia

16/04/2013

Finalidade
A finalidade da monitoria é verificar se a implementação de uma intervenção de desenvolvimento está no caminho certo e servir como base para a avaliação.
A finalidade da avaliação é determinar a relevância e o alcance dos objetivos, a eficiência, eficácia, o impacto e a sustentabilidade do desenvolvimento.

Frequência
A monitoria é realizada como um processo contínuo com frequentes ciclos de reflexão, por outras palavras, a monitoria é como um filme (uma sequência contínua de pequenas imagens focalizadas num campo específico) A avaliação é realizada em determinados momentos e a reflexão abrange intervalos de tempo mais longos.
A avaliação é como uma fotografia de grande dimensão (a imagem da situação num determinado momento no tempo).

Âmbito
A monitoria tende a focalizar-se em certos aspectos da intervenção, tal como o uso de fundos, as atividades, os produtos e a utilização dos produtos. A sua referência é o plano operacional.
Em processos complexos envolvendo diferentes níveis e muitos atores, a monitoria é feita em cada nível individual.

A avaliação tem um âmbito mais abrangente. Ela debruça-se sobre questões mais estratégicas e avalia o alcance dos efeitos e impactos mais abrangentes enquanto a avaliação tenta interconectar as lições aprendidas ao longo dos diferentes níveis.

Responsabilidade

Em geral, a responsabilidade pela realização da monitoria é do pessoal ou dos atores responsáveis pela implementação.
A avaliação normalmente é da responsabilidade dos gestores seniores.

Pessoal

Geralmente a monitoria é executada por indivíduos e organizações diretamente ligadas à intervenção de desenvolvimento.
A avaliação em geral é realizada em cooperação com avaliadores externos ou completamente externalizada.

Mesmo tendo diferenças, os dois processos se complementam, tendo em vista que um oferece informações para que o outro se realize, ou seja, o monitoramento serve de base de dados para que o processo de avaliação se efetive. Portanto, ambos devem estar presentes no momento do planejamento do projeto/intervenção.

A monitoria e avaliação [M&A] de políticas, projetos e qualquer outro tipo de intervenção têm várias finalidades:

Condução: manter o que está a ser feito no caminho certo, verificar se está a haver progressos no sentido dos objetivos pré-estabelecidos e — se necessário — propor medidas para melhorias;

Prestação de contas: fornecer evidência empírica sobre a eficácia de uma intervenção, para legitimá-la; avaliar o desempenho dos diferentes atores envolvidos na intervenção, tornando-os assim transparentes entre si e para o público em geral;

Aprendizagem: extrair lições das experiências realizadas para melhorar continuamente a relevância, eficácia, eficiência, o impacto e a sustentabilidade do nosso trabalho;
Desenvolvimento organizacional: envolver de forma apropriada todos os membros de uma organização no processo de M&A e partilhar a responsabilidade pela M&A e as lições a aprender através dela.

Comunicação: fornecer números, fatos e “histórias” que possam ajudar a explicar o que fazemos e como estamos a contribuir para alcançar certos objetivos de desenvolvimento (GRUNWALD; CASTANER; GERMANN, 2011, p. 11).

Observem que, se bem estruturados, o monitoramento e a avaliação podem contribuir para o desenvolvimento das intervenções, possibilitando momentos de reflexão sobre o que está sendo realizado. O acompanhamento sistemático e organizado das informações pode transmitir conhecimentos importantes para todos os envolvidos no processo, que poderão auxiliar nas diferentes etapas do processo de implementação das intervenções. Com os dados coletados gestores podem tomar decisões, a equipe de desenvolvimento poderá alterar os planos e ajustar as configurações do projeto/intervenção para que os resultados determinados nos objetivos da intervenção possam ser alcançados.

O aspecto comum entre a monitoria e a avaliação é que ambos são processos de reflexão que têm em vista a aprendizagem através da experiência.

Elas seguem os mesmos processos básicos:
- Observação e recolha da informação.
- Reflexão (análise e avaliação das constatações).
- Tomada de decisão em relação a novas medidas a executar (GRUNWALD; CASTANER; GERMANN, 2011, p. 31).

A reflexão deve ser uma ação constante nos processos de avaliação e monitoramento. É a partir da reflexão, com a análise dos dados coletados durante as intervenções, que todos os envolvidos poderão avaliar seus papéis no processo de implementação do projeto/intervenção. Quando esses processos são realizados de maneira organizada a reflexão das ações permite analisar em tempo real as intervenções realizadas e fazer os ajustes necessários para que a intervenção alcance todos os objetivos propostos, cumprindo com prazos e metas estabelecidos no planejamento.

Ainda sobre as diferenças e complementaridades entre monitoramento e avaliação, Bunivich (1999) elaborou um quadro explicativo que apresenta outras características desses dois processos, definindo alguns itens que fazem parte da execução da avaliação e do monitoramento e que, em alguns momentos se diferenciam, mas sempre se complementam.

É importante destacar também que a avaliação pode acontecer antes, durante e depois da implementação das intervenções, já o monitoramento pode acontecer apenas durante o desenvolvimento das intervenções.

Ambos devem ser especificados no momento do planejamento, quando será definido: o que vamos avaliar/monitorar? Em quais momentos? Quem será o responsável pelo processo? Como vamos coletar as informações? Onde e como vamos armazenar as informações coletadas? Como vamos divulgar as informações detalhadas durante os processos de monitoramento e avaliação.

Um aspecto importante destacado por Buvinich (1999) se refere às fontes de informação utilizadas para os processos de avaliação e monitoramento. Observem que as fontes de informações relacionadas ao monitoramento estão restritas àquelas disponibilizadas pelo próprio processo de implementação das intervenções, ou seja, são os resultados do próprio projeto de intervenção.
Já na avaliação os envolvidos podem utilizar outras fontes que não estão ligadas diretamente ao processo de intervenção, como pesquisas externas. Isso se dá, principalmente porque na avaliação realizada antes da implementação das ações, os responsáveis pelo projeto/intervenção se fundamentam em pesquisas que estão relacionadas ao foco de intervenção, como por exemplo, Censos Demográficos, Estudos científicos, Pesquisas por Amostra de domicílios, entre outros.

No momento da elaboração do diagnóstico social, por exemplo, os responsáveis pelo projeto/intervenção tendem a utilizar diferentes meios para coletar informações sobre a realidade que receberá a intervenção, com vistas a detalhar suas características e relacioná-la com os objetivos propostos pelo projeto/intervenção.

Veja a seguir um resumo das principais características, diferenças e complementaridades entre o monitoramento e a avaliação, segundo Buvinich (1999, p.26):
-Monitoramento e avaliação são complementares;

-Sem o monitoramento, avaliação não pode ser bem realizada;

-Monitoramento é necessário, mas não é suficiente para a avaliação. O monitoramento facilita a avaliação, mas a avaliação utiliza informação adicional de outras fontes;

-A avaliação de um programa pode levar a mudanças no plano de trabalho do programa. Isto pode significar uma mudança na coleta de informação para efeitos de monitoramento.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Colunista Portal - Educação

por Colunista Portal - Educação

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