07/07/2013
Como o curso de formação de professores poderá formar profissionais sensíveis às necessidades educacionais do educando?
Essa é uma pergunta importante de ser explorada, através de estudos e pesquisas, pois sem a sensibilidade, a Educação inclusiva não tem sentindo, ambas andam lado a lado. Mas “a priori”, podemos constatar que sensibilidade é um sentimento que não se aprende em 4 anos de graduação. Sensibilidade é uma atitude que nasce e desenvolve com o professor.
Tive diversas oportunidades, em que fui convocado para fazer seleção de professores. E nessas seleções, eu sempre priorizo a história do candidato – Ecoformação. A história que cada um traz consigo é muito valioso, pois a partir dai percebemos se há sensibilidade ou não nas práticas educativas e na autoformação do professor. Sem esse aparato histórico, fica difícil descobrir tal sensibilidade priorizando experiências profissionais ou quantos anos tem de cursos de formação.
Para tratar um pouco de Autoformação, apresentarei um dos pensadores e idealizador do termo “Ecoformação” – Gaston Pineau.
Pineau vai dizer em seus artigos e livros a importância da Autoformação a partir de história de vidas, as autobiografias, para uma formação de professores adequada.
Preste atenção nesse recorte que fiz abaixo, conceitua bem o que estou escrevendo:
“A autoformação não é concebida aqui como um processo isolado. Não se trata da egoformação propalada por uma visão individualista. A autoformação é um componente da formação considerada como um processo tripolar, pilotado por três pólos principais: si (autoformação), os outros (heteroformação), as coisas (ecoformação).
O processo de formação conduzido pelo pólo hétero inclui a educação, as influências sociais herdadas da família, do meio social e da cultura, das ações de formação inicial e contínua, etc. Essa hetero-formação é definida e hierarquizada de maneira heterônima pelo meio ambiente cultural. A formação conduzida pelo pólo eco se compõe das influências físicas, climáticas, e das interações físico-corporais que dão forma à pessoa. Ela inclui também uma dimensão simbólica. O meio ambiente físico em todas as suas variedades (florestas, desertos, países temperados, metrópoles urbanas, etc.) produz uma forte influência sobre as culturas humanas, bem como sobre o imaginário pessoal, que organiza o sentido dado à experiência vivida.”*
O trecho acima fala dos três polos de formação: si (autoformação), os outros (heteroformação), as coisas (ecoformação), ideia trazida pelo Pineau. Analiso que a Sensibilidade faz parte da autoformação e que a sua relação com as coisas, com o mundo, faz com que esse indivíduo exercite a sua sensibilidade – Ecoformação.
Ao longo da minha formação, e principalmente, sob a analise da educação inclusiva, não vale o professor ter sido aluno de grandes nomes da Educação Inclusiva, não adianta o professor ter uma especialização na melhor universidade do mundo, se ele não tiver uma Ecoformação para sensibilidade com os outros.
Para desenvolver uma atividade com um aluno com necessidades educacionais especiais só é necessário uma única coisa – e não sentimento de pena, sentimento de que suas limitações não vão o fazer entender metade do que se está dizendo, mas – a sensibilidade.
Tive uma ótima oficina de Tecnologia Assistiva, em que todos ficaram com aquele pensamento, para trabalhar com Tecnologia Assistiva é muito complicado tem que ter uma criatividade enorme. Mas parando para pensar bem, o botão que faz iniciar o processo criativo não é a sensibilidade? Não é a necessidade? Não é aquela situação dramática que transpassa a nossa vida – que podemos denominar de Caos – que faz a gente agir com criatividade? Muito bem, é resposta é “Sim, é a sensibilidade”.
Mas esse sentimento, professor nenhum pode ensinar na graduação ou fora dela, a sensibilidade faz parte de outra coisa que o professor pode orientar, mas não pode conduzir, porque perpassa caminhos que só a/o vida/destino pode conduzir aquela pessoa.
Sendo assim, para trabalhar como professores de sala de recursos ou professor que entenda a educação inclusiva como meio socializador e de autonomia do aluno, só precisa ter - SENSIBILIDADE.
*Brasil. A Autoformação, uma perspectiva transpessoal, transdisciplinar e transcultural[1]. Galvani, Pascal. UFFRJ.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Sou nascido no dia 07 de fevereiro de 1991, em São Gonçalo, Rio de Janeiro. Sou Casado, blogueiro, estudante universitário, funcionário da SulAmérica Seguros e Previdência e professor voluntário de filosofia (nas horas vagas). Sou graduando em PEDAGOGIA pela FFP/UERJ (São Gonçalo). Adoro estudar Filosofia, Psicologia e Pedagogia. E são essas áreas que vão marcar meus artigos!
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