Crianças com necessidades especiais têm sido matriculadas nas escolas regulares
Educação e Pedagogia
25/03/2014
Se perguntarmos a um leigo, o que é inclusão a resposta que certamente mais receberemos será: É quando a criança deficiente vai a escola onde se encontram as crianças “normais”, porém para nós que não fazemos parte do senso comum, é inadmissível respondermos essa questão da mesma maneira, mas infelizmente não é incomum.
Crianças com necessidades especiais têm sido matriculadas nas escolas regulares, segundo a LEI Nº 7.853/89 , que garante o ingresso de crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais nesse meio, porém o que vemos é que as escolas regulares não estão preparadas para receberem esses indivíduos, faltam ambientes e materiais pedagógicos adaptados, e capacitação em todos os escalões para recebê-los com a dignidade que lhes é garantido por lei.
Na conferência de Salamanca em 1994, na Espanha foi firmado o compromisso de Educação para todos, em que foi reconhecida a necessidade de providenciar com urgência educação para adultos, jovens e crianças com necessidades educacionais especiais no sistema regular de ensino, a partir de então a palavra inclusão passou a serem difundidos no cenário educacional no cenário educacional, político e social com intenção de propiciar igualdade a todos. Pensando a escola inclusiva, a mesma deveria inserir um projeto pedagógico que privilegiasse a interação social por meio de práticas diversificadas que possibilitassem aos discentes alcançar a autonomia educativa para por meio desta alcançar a cidadania social e política.
A inclusão não deveria permitir nenhum tipo de descriminação, porém crianças com deficiências múltiplas e deficiências graves nas escolas regulares têm sido negligenciadas pela falta de capacitação do corpo docente para recebê-las, essa falta de capacitação causa a imobilidade e impotência do professor diante de tal situação, por não saber o que pode fazer por esses alunos.
Durante séculos pessoas com restrições físicas, mentais ou intelectuais, foram descriminadas, vistas como aberrações por serem diferentes e necessitarem de cuidados diferenciados para sobreviverem e aprenderem. Esse tipo de visão sobre pessoas com necessidades especiais tem sido mudada por meio de campanhas informativas que tentam conscientizar a população sobre o respeito às diversidades, e dos PCN que no âmbito escolar tem buscado formar crianças e adolescentes que respeitem a pluralidade e singularidades da sociedade. Porém muito precisa ainda ser feito, pois o preconceito cultivado por séculos esta enraizado nas mentes cauterizadas pela ignorância que ao contrário de acreditarem nas possibilidades de indivíduos com necessidades especiais, preferem voltar suas atenções para os problemas não enxergando a criança na sua totalidade.
No âmbito escolar ainda falta aos profissionais da área capacidade de compreensão e reconhecimento do outro, para que possam usufruir do privilégio de conviver com pessoas com necessidades diferentes.
Docentes que não utilize o laudo médico de seu aluno para justificar suas incapacidades diante das dificuldades de lidar com a singularidade do discente e sim para buscar mecanismos para a adaptação dessa criança especial e sua aprendizagem, desenvolvendo seu potencial ou minimizando suas dificuldades.
Mantoan, em entrevista para revista nova escola, afirma que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro. Partindo dessa afirmação precisamos repensar nossa visão sobre a inclusão no âmbito escolar, perceberemos que diversas pessoas dentro do sistema educacional ainda estão junto dos indivíduos incluídos, apenas estão aglomerados nas salas de aula com os mesmos, porém não interagem ou mesmo estão com o outro.
Ao professor regente de sala de aula cabe a preparação de conteúdos para serem aplicados para todos os alunos inclusive os com necessidades especiais, porém para que isso ocorra faz-se necessária a presença de um professor especialista para acompanhar os alunos com necessidades especificas algo que ainda hoje não ocorre em todas as escolas regulares, principalmente nas escolas estaduais. Devemos lembrar sempre “Incluir é proporcionar condições para que todas as crianças estejam envolvidas nas atividades propostas em sala de aula”.
Os indivíduos existem com suas singularidades, todos os alunos são especiais em sua aprendizagem, pois cada um deles aprende de maneira específica. É preciso respeitar cada aluno na sua individualidade, essa tarefa não é fácil, a sociedade na qual se inclui a escola precisa respeitar a vida e os direitos humanos, tratando os desiguais com equidade garantindo sua dignidade, integridade física e moral para que realmente haja inclusão.
Referências
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/inclusao-no-brasil/maria-teresa-egler-mantoan-424431.shtml <Acesso 01 Abr 2013> 12:54
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/inclusao-no-brasil/leis-diversidade-424523.shtml?comments=yes <Acesso 01 Abr 2013> 11:10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7853.htm < Acesso 01 Abr 2013> 13:21
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Katia Cristina de Souza Mesquita
Sou Pedagoga compromissada com a educação de qualidade e a equidade no ambito escolar. Dedicada a enfatizar a importância da leitura no processo de formação de alunos criticos e reflexivos capazes de transformar o meio em que estão inseridos.
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