Na Itália a inclusão recebe destaque especial, por definição "Inclusão Total". No entanto, mesmo com seu reconhecimento percebem-se dificuldades na efetivação da inclusão, o que remete as várias dificuldades encontradas neste processo também no Brasil.
Ricardo Mazzeo fala de "Mixofobia" fazendo referência ao medo de se envolver com pessoas estrangeiras, ou seja, "diferentes". Percebendo a necessidade de a inclusão ser trabalhada a partir da cultura, Mazzeo questiona Bauman sobre a temática.
O resultado é uma convocação para aprender a arte de conviver com os estranhos e sua diferença "em base permanente e cotidiana". E ainda, a importante observação sobre o fato de que a inclusão não pode ser algo parametrizado pelo ambiente escolar num contexto de vida global em que as pessoas migram de um lado para o outro. O reconhecimento por parte dos setores econômicos de alguns países de que no futuro será necessário o recebimento de grandes faixas de emigrantes coloca a questão da inclusão como debate cultural em grande escala.
A resposta inicial para a problemática perpassa o desafio do respeito e daquilo que pode ser denominado de "contrato cultural", algo que não depende apenas dos indivíduos envolvidos, mas acima de tudo de iniciativas políticas que abordem a questão e favoreçam os processos de inclusão.
Inevitavelmente há a urgência de um forçado amadurecimento nos relacionamentos, nas relações culturais com implicações certamente não apenas econômicas. Assunto urgente para debate público.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Ederson Malheiros Menezes
licenciatura em sociologia, especialista em docência no ensino superior e EaD, mestrando em práticas socioculturais e desenvolvimento social.
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