O Humanismo e o Renascimento do Homem

Educação e Pedagogia

06/06/2014

Na história da humanidade houve um momento onde grandes atividades intelectuais floresceram. Um momento marcado por uma forma de pensar que ganhava força e se estabelecia. Essa forma de pensar que tirou o homem da marginalidade do pensar e agir e o procurou coloca-lo no centro foi chamado Humanismo. O Humanismo, expresso nas Artes, Letras, Filosofia, Música, Religião e Ciência foi chamado de Renascimento.

Assim, presente resenha tem como objetivo, apontar algumas das principais características do Humanismo e como desencadearam no Renascimento, além de citar alguns dos grandes nomes responsáveis pelas mudanças profundas ocorridas na Europa a partir do século XIV, marcando a passagem do pensamento medieval para o moderno.

O Humanismo e o Renascimento do Homem

Houve um momento na História da Europa marcada pelo desejo de ruptura com o pensamento medieval vigente. E dessa busca surgiu uma nova visão de mundo expressa por um movimento que abrangeu a cultura de uma forma geral onde o homem passou a ser o centro das atenções intelectuais.

O pensamento teocêntrico de uma sociedade fortemente influenciada pela Igreja Católica, pela pobreza da maior parte da população e com uma situação social inferior da burguesia, começou a dar lugar ao antropocentrismo, reagindo contra os padrões culturais de então.

Marcada pela valorização da Antiguidade Greco-Romana Clássica, não se tratando apenas de resgatar uma estética específica, mas a busca de uma inspiração para atingir seus fins, foi um movimento de glorificação do homem: o Humanismo.

Seus principais protagonistas, os chamados humanistas, foram os intelectuais provenientes da burguesia, eclesiásticos, professores, literários, entre outros que não mais aceitavam os valores da Idade Média e a partir do fim do século XIV, (primeiramente na Itália), desenvolveram estudos e diversas obras tendo o homem e a natureza como principal temática promovendo um progresso considerável em diversas áreas do conhecimento, inclusive da Ciência.

Alguns fatores, segundo Aquino et al (1993), apesar de secundários contribuíram para a difusão do Humanismo:

O aperfeiçoamento da imprensa, que possibilitou a impressão de clássicos gregos e romanos e popularizando os livros;

A decadência de Constantinopla com as Cruzadas, acarretando o êxodo de intelectuais bizantinos a grande afluxo de textos antigos para a Itália, berço do Humanismo;

Expansão comercial e marítima que proporcionou aos europeus o contato com diferentes povos, quebrando idéias tidas como verdades absolutas;

O mecenato, praticado por pessoas que interessadas em se projetar, financiavam as atividades dos humanistas.

O Humanismo gerou uma renovação cultural que influenciou de forma direta no desencadeamento do Renascimento.

O Renascimento foi assim, a expressão do movimento humanista nas Artes, Letras, Filosofia, Música e Ciência (AQUINO et al, 1993,81p.), num afluxo de vitalidade que fez vibrar a humanidade europeia. Enquanto pode-se entender o Humanismo com caráter universal, o Renascimento se revestia das cores de um nacionalismo nascente que impulsionado pela burguesia na busca de defesa de seus interesses, iria promover mudanças no cenário econômico e político da Europa.

Dessa forma, podemos notar influências sobre a literatura com o crescimento de um posicionamento crítico como o de Dante Alighieri (A Divina Comédia), Nicolau Maquiavel (O Príncipe), Giovanni Boccacio (O Decameron), Willian Shakespeare (Romeu e Julieta, Otelo, Hamlet entre outros); influências de expoentes artísticos como Leonardo Da Vinci, Miguel Ângelo, Rafael Sânzio, Antônio Corregio, Albrecht Dürer. No campo religioso houve os desdobramentos consequentes da Reforma Protestante que modificou o panorama

No campo Científico podemos destacar o espírito crítico de rejeição dos princípios autoritários predominantes que levaram ao empirismo generalizando o costume de observar os fenômenos naturais de forma racional. Nicolau Copérnico e a teoria heliocêntrica completada posteriormente por Galileu Galilei e por Kepler, Willian Harvey e Miguel Servet (descobriram o mecanismo da circulação do sangue), Giordano Bruno, André Vesálio, Paracelso, Bacon, Descartes.

Considerações finais:

Os aspectos fundamentais do Humanismo histórico foram a reação contra o modo de vida e os valores medievais revalorizando outras culturas, particularmente da greco-romana, na arte, na ciência e na filosofia. Uma nova atitude em relação à natureza, fugindo das interpretações puramente religiosas. E o consequente interesse pela experimentação e investigação do mundo, como uma tendência a buscar explicações naturais e não sobrenaturais.

O Humanismo e sua expressão mais em diversas áreas, o Renascimento, representaram pensamentos que agiram para modificar forças econômicas e sociais da época, numa atitude de questionamento a ordem estabelecida. Mas há de se pensar ainda, que apesar de um grande passo, a sociedade europeia ainda percorreria um bom caminho até se livrar dos valores medievais e se tornar de fato moderna e há questões que permanecem até hoje. Porém é inquestionável o valor desse período e de seus representantes para a humanidade.

Referências:

AQUINO, Rubim Santos Leão de. Francisco Jacques Moreira de Alvarenga. Denise de Azevedo Franco. Oscar Guilherme Pahl Campos Lopes. História das Sociedades: Das sociedades modernas às sociedades atuais. Rio de Janeiro, RJ. Editora ao Livro Técnico, 1993, pp. 78-85.

Antecedentes e pontos fundamentais do Humanismo Universalista. Disponível em http://www.movimentohumanista.org/index.php/antecedentes-do-humanismo.html Acesso em 19/04/2014.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Lincoln  Jose da Silva

por Lincoln Jose da Silva

Atua na área de Educação como Professor de História do Ensino Fundamental II. É pós-graduando em Ciências da Religião . Possui graduação em História e é pós - graduado em Gerenciamento. Cursou ainda disciplinas isoladas no Mestrado em Ciências da Religião . Lidera o Ministério de Evangelismo Isaías 53 , grupo cristão que apresenta peças tetrais em escolas, orfanatos e asilos.

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