Cultura covarde! Até quando?

Como proteger nossas filhas?
Como proteger nossas filhas?

Educação e Pedagogia

15/12/2014

Que mundo deixarei para os meus filhos? Essa é uma pergunta que a maioria dos pais ou mães se fazem. Bom! Essa questão pode ser abordada por diversos prismas. Com os últimos acontecimentos próximos a nós, quero questionar pela ótica da valorização da mulher na sociedade e também no segmento de violência contra a mulher.


Os direitos conquistados pela mulher nos últimos anos são fruto de uma luta desigual que elas vêm travando desde os primórdios da humanidade, passando pela idade antiga, os preconceitos da idade média, a submissão da idade moderna e chegando aos tempos atuais.


Além dos absurdos surtos violentos que podemos acompanhar na mídia, os crimes contra as mulheres têm ocorrido debaixo dos nossos narizes, porém essas atitudes covardes e criminosas não são apenas físicas. As mulheres têm sua imagem cada vez mais estigmatizada por vulgarizações de toda ordem. As escrituras sagradas são prova disso: Como em Eclesiastes 7:26 “E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração são laços e redes, e cujas mãos são grilhões; quem agradar a Deus escapará dela; mas o pecador virá a ser preso por ela”. Ou ainda no Eclesiástico 25:26 “Toda malícia é leve, comparada com a malícia de uma mulher; que a sorte dos pecadores caia sobre ela”. São apenas dois de diversos versículos criminosos contra a mulher. O mais interessante é que vejo desde a minha infância, catequistas preocupadas, andando quilômetros para levar a “palavra” às crianças, acordando cedo para preparar os cantos da missa. As mulheres fazem as igrejas funcionarem, elas que prestam todo auxílio necessário aos padres e estarão sempre em segundo plano, pois não podem ser ordenadas.


Aí começa o desrespeito. Num país, onde as leis de proteção à mulher não são aplicadas, já era de se esperar esses absurdos, mas isso também se deve à superioridade física do homem. Sim, porque a partir do momento que o camarada vê alguém que o enfrente, seja do seu tamanho, esse lobo vira cordeiro.


Pode parecer um discurso passional, tendo em visto os crimes contra mulheres do nosso país, mas enquanto se assisti essas barbáries, esses covardes continuam cometendo atrocidades por aí. Precisava dizer um pouco do que estava em minha garganta: “Um homem tem sempre medo de uma mulher que o ame muito”, dizia Bertolt Brecht e estava certo. Somos reféns das mulheres, mas a diferença do macho e do homem é que o homem consegue tornar esse medo o sentido da sua vida.


Resta para nós, cobrarmos a aplicação das leis com rigor, orientar nossas meninas à procurarem ajuda e não sofrerem caladas em casa e punir com rigor os “machões” que se sentem na liberdade de ferir e molestar, pois não são denunciados. Educar nossos filhos a tratá-las com cordialidade, respeito e equidade, pois do jeito que anda as coisas a preocupação maior não deve ser o mundo que deixarei para os meus filhos e sim, os filhos que deixarei para esse mundo.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Deivit Roberto dos Santos

por Deivit Roberto dos Santos

Professor da Rede Estadual de Ensino de Santa Catarina Graduado em História. Especialista e História: Cultura e Patrimônio.

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