21/03/2015
~, requer do Orientador educacional uma visão inclusiva e singular das diferenças existentes no interior da escola e fora dela. No momento atual as escolas devem estar abertas a quaisquer singularidades, seja do ponto de vista étnico-racial, seja de aspectos físicos, cognitivos e ou psicológico do seu público alvo. Dessa forma, cabe aos profissionais de educação, particularmente, o Orientador Educacional, mediar à interação de todos, bem como propiciar ambientes acolhedores e inclusivos no ambiente escolar.
Segundo o Currículo em Movimento da Educação Básica (Brasília, 2014) a diversidade é entendida como a evidência da variedade humana, social, física e ambiental presente na sociedade. Dessa forma, o presente documento explícita alguns grupos que historicamente, vivenciaram e vivenciam, ainda, nos dias atuais, a desigualdade em virtude de suas singularidades: mulheres, pessoas com deficiência, negros, povos indígenas, população LGBT, entre outros. Portanto, percebe-se a importância de tratar essas questões no ambiente escolar em uma perspectiva de olhar para o outro como diferente-igual. Diferente por suas características, mas igual perante a “lei dos homens”. A escola apresenta-se como um espaço propício para tratar às questões das diferenças, e principalmente, aquelas concernentes as pessoas com deficiência, visto que, a educação inclusiva, modelo de educação mais atual, aponta que toda pessoa com deficiência, transtorno global do desenvolvimento, e com altas habilidades/ superdotação deve ser matriculada, preferencialmente, no ensino regular. Assim, cabe ao Orientador educacional articular e coordenar junto aos profissionais de educação esses preceitos com vistas à inclusão escolar. Um documento importante que consagra a educação inclusiva é a Declaração de Salamanca. Segundo este documento:
a) toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; b) toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas; c) sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades; d) aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades; e) escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias [...] (SALAMANCA 1994, P. 2).
Pensar em uma educação para a diversidade e para a pessoa com deficiência é estruturar preceitos inclusivos; é buscar reflexão e formação permanente em busca do acolhimento de todos, independente de suas características; é repudiar qualquer e toda atitude preconceituosa e/ou exclusiva; é criar e executar estratégias para a inclusão de todos; é semear nos estudantes, bem como, em todos os envolvidos, olhares sensíveis e fraternais; é trabalhar em/ para/ com os diversos grupos que constituem a sociedade e o grupo escolar. Portanto, é necessário que a Orientação Educacional busque o engajamento de todos em busca do trabalho coletivo com viés inclusivo e não segregador.
Para Mantoan (2006) ser gente é sempre correr o risco de ser diferente, assim, não é a universalidade da espécie que define um sujeito, mas sim, suas peculiaridades, ligadas ao sexo, etnia, origem etc., dessa forma, tratar as pessoas diferentemente pode enfatizar as diferenças, e tratar todos iguais, pode esconder suas especificidades e segregá-las do mesmo modo.
A Orientação educacional tem um grande papel na organização educativa. Os espaços escolares não devem primar à discriminação em seus atos e nem marginalizar os grupos historicamente excluídos. Assim, as diferenças não podem ser ignoradas e cabe ao Orientador educacional mediar esses paradigmas de tal maneira que não haja a justaposição das diferenças e igualdades.
Os alunos jamais deverão ser excluídos e inferiorizados pelas suas características, em outras palavras, o Serviço de Orientação educacional deve ser precursor de movimentos inclusivos, com os demais agentes escolares, em busca da qualidade social e de uma escola aberta às diversidades.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Graduado em Pedagogia. Especialista em Atendimento Educacional Especializado, Gestão e Orientação Educacional e em Educação Especial Inclusiva. Atualmente é Professor no Ensino Especial na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.
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