20/04/2015
Vivemos no século 21 e uma crítica muito ouvida no meio educacional é a seguinte: a escola é do século 19, os professores são do século 20 e os alunos, do século 21.
Pois bem, por esse raciocínio, então, só os alunos estão no tempo correto - e sempre estarão -, independente do século em que estejam estudando.
A escola deve se adequar aos novos tempos? Na minha opinião, sim sem a menor sombra de dúvida. E os professores? Também. Agora, como e por que fazer isso?
No meu ponto de vista, o ensino deve ser mais prático e vivencial, com mais laboratórios e experimentações, inclusive nas matérias de humanas, tidas como muito teóricas. Isso não é uma ideia nova. Quem se lembra do movimento escolanovista e o que ele propunha?
Penso que cada escola tem seu projeto pedagógico próprio, sua comunidade, sua cultura e tudo mais. Independentemente disso, aulas por projetos, experimentações, "teatralização" de alguns temas devem ser implantados e incentivados para dar mais significado ao que se ensina e se aprende.
E a tecnologia, como ela pode ajudar? Textos, apresentações, planilhas, vídeos, áudios, entrevistas e outras coisas mais podem ser produzidas a muitas mãos e compartilhadas em nuvem para que todos possam acessá-las a dar o seu pitaco como opinião ou alteração do que está sendo produzido.
A tecnologia, na forma de editores de textos, de editores de áudio e vídeo, de imagens, de planilhas, de conversores, de nuvens, de apresentações, fornece o meio para que o processo de ensino e aprendizagem autoral e colaborativo aconteça de fato.
O estímulo à aprendizagem flui de modo mais intenso e de acordo com as competências e habilidades - essas, de fato, fundamentais - que se desejam no século em que vivemos.
Estamos no período conhecido como pós-industrial. O foco na atualidade é a autoria e a colaboração. Mais do que conteúdos - que serão sempre importantes, claro - é imperativo saber o que fazer com eles e como os produzir, divulgar e compartilhar.
Não podemos mais ficar apenas despejando conteúdo da forma que fazíamos até o período industrial. Anteriormente, acredito que fazia algum sentido, mesmo sendo favorável a um ensino mais significativo nessa época também, dependendo dos objetivos a serem alcançados.
Mas agora, realmente, não há mais sentido em continuarmos assim. A escola é uma; o mundo é outro. Mas, não se pode ter uma educação significativa sem a tecnologia? Claro que sim! Mas, se a tivermos ao alcance das mãos, por que não a utilizarmos da melhor maneira possível como um meio importante para atingirmos nossos objetivos de ensino e de aprendizagem?
Algumas escolas já estão entrando com tudo nessa área. Veja essa interessante matéria a respeito.
Para finalizar: sou a favor da tecnologia bem utilizada para promover um moderno, atual e significativo projeto de ensino e aprendizagem. Mas, para tal, sempre deve-se consultar um especialista e fazer cursos a respeito. Recomendo um especialista em capacitação docente e um em TI - Tecnologia da Informação.
O primeiro tem expertise na união entre pedagogia e tecnologia e desenvolve um trabalho de capacitação onde se aprende a utilizar a tecnologia como um meio para se atingir os objetivos de ensino e aprendizagem e o segundo é expert em hardware - a parte física: computadores, tablets, wi-fi, etc - que deve ser usado em cada caso e em cada escola. Os projetos são bem peculiares, pois os casos e necessidades de cada escola variam muito.
Enfim, se você é professor, educador, mantenedor de escola ou atua no meio educacional de alguma forma, invista em tecnologia educacional. Os resultados para todos os envolvidos valem a pena.
By Prof. Carlos Sanches
Blog TecnologiaEducaBrasil: http://tecnologiaeducabrasil.blogspot.com.br/
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Formado pela USP. Professor de ensino médio e cursos pré-vestibulares há 25 anos. Autor de materiais didáticos para editoras. Palestrante de temas relacionados ao ENEM - Ciências da Natureza, Energias e Sustentabilidade. Consultor, palestrante, autor e ministrante de cursos de capacitação docente em Tecnologia Educacional.
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