GERAÇÃO F5 - O QUE SABEMOS SOBRE ELA ?

Educação e Pedagogia

28/04/2015

            Alguém já reparou que as crianças atualmente não sabem esperar ? Que mexem sem dificuldades em smartphones, tablets e outros aparelhos eletrônicos ? Que não pesquisam mais em livros e, sim no Google ? Que amam as rede sociais mais do que as físicas ? Que querem estar sempre conectadas ? E quando isto não ocorre, ficam ansiosas, nervosas ou  preocupadas ? Que não conseguem desgrudar do seu smartphone ? Que gostam de ficar com fones nos ouvidos constantemente ?

Já reparou isto em alguma criança ?

Então, você conhece uma criança geração F5.

Mas, o que vem a ser isso ? Como lidar com essa geração ?

 

A geração F5 compreende as crianças que nasceram entre 2001 e 2007. Nasceram em uma época que eclodiram diversas novidades como a banda larga, redes sociais e dispositivos móveis. O acesso à comunicação ficou mais rápida e mais fácil do que era antes. A tecnologia Touchscreen ou tecnologia sensível ao toque facilitou ainda mais o uso dos dispositivos. Some tudo isso com o fato da criança mexer nas coisas sem medo, pois afinal, se enguiçar ou estragar, os pais é que irão arcar com os prejuízos.

 

Mas, afinal, o que significa F5 ?

Compreende cinco termos que iniciam com a letra F :

 

• Full time
• Feed
• Filtro
• Foco
• Flexibilidade

 

O termo Full Time (tradução : tempo total) se refere que as crianças querem ficar conectadas 24 horas por dia, 7 dias da semana, 30 dias do mês, 365 dias do ano. Elas têm muita dificuldade em ficar sem alguma forma de comunicação com o mundo virtual. Um dos castigos atuais para os filhos é não permitir que use qualquer aparelho eletrônico durante um determinado período.

O termo Feed (tradução : alimentação) se refere ao fato das crianças serem “alimentadas” por diversas fontes de conteúdo diferentes, principalmente das inúmeras redes sociais que existem hoje.

O termo Filtro está relacionado ao fato delas conseguirem selecionar o que é mais importante para elas.

O termo Foco significa que, após o uso do filtro, elas irão se aprofundar nos temas ou assuntos que mais lhe interessam.

O termo Flexibilidade significa que elas conseguem, com uma facilidade extrema, de transitar entre diversos assuntos.

Na sala de aula, qual será o comportamento desse tipo de criança ?

Leciono para turmas de 6º anos há mais de 30 anos. Pela faixa etária, é normal o aluno ter certo grau de ansiedade e ter uma dificuldade em esperar o momento de falar ou de realizar uma determinada tarefa. Porém, nesse ano de 2015, percebi as turmas estão com um grau de ansiedade muito maior do que os anos anteriores. O fato reflete no comportamento em sala de aula, bem como na sua aprendizagem.  Temos que olhar esses alunos de uma maneira muito diferente do que a habitual. A nossa metodologia tem que modificar mesmo. Temos que, por exemplo, pensar em usar efetivamente o smartphone nas nossas aulas de uma forma corriqueira.  Porque, para as crianças, esse dispositivo móvel já faz “parte” do seu corpo.  O site do Examtime sugere 40 funções para o uso do celular em sala de aula : https://www.examtime.com/pt-BR/blog/celular-em-sala-de-aula/

Uma estratégia já utilizada por diversos professores e alunos é de montar um grupo fechado em redes sociais para troca de ideias, materiais ou opiniões. Isso faz com que o aluno perceba que as redes sociais podem e devem ser usadas na aprendizagem. Temos aplicativos que permitem criação de grupos e troca de mensagens instantâneas em smartphones. Os próprios alunos podem criar e controlar esses grupos para troca de informações escolares.

Há a necessidade de nós, professores, estarmos em constante atualização quanto ao uso dessas ferramentas. O professor, principalmente, o imigrante digital, terá muito mais dificuldades em aceitar este tipo ou outra forma de tecnologia na sala de aula. Por isso, as escolas deverão abrir urgentemente espaços para cursos de capacitação em TICs e em reuniões que deverão traçar novas estratégias de ensino.

As gerações estão mudando. Mas, a metodologia continua a mesma na maioria das escolas brasileiras.