26/06/2015
O processo de alfabetização visual dos educandos em idade pré escolar a partir da utilização dos livros de imagem sem texto.
A humanidade, no decorrer da história, sempre produziu imagens para expressar os acontecimentos da sociedade vivenciada. Por muito tempo buscou-se na construção destas imagens a mimese - ideia de imitação e semelhança. Através do desenho, pintura, escultura e etc. procurava-se reproduzir a realidade de tal modo que o simples observador, desprovido dos conhecimentos específicos associados às artes, não tivesse clareza de que as imagens são apenas representações da realidade que nos cerca e o que se presenciava era o evento da crença do observador na realidade projetada.
Além disso, o que se percebe principalmente nos dois últimos séculos, é a crescente presença das imagens que passaram também a articular discursos, de acordo com CAMARGO, 2007, p.112, " (...) passaram a ser narrativa do mundo, estabelecendo diálogos com o mundo e não serem apenas representações dele."
Atualmente as imagens, crescentemente, têm substituído a palavra e a escrita como forma de comunicação e expressão. Através da imposição dos meios da cultura de massa as pessoas estão sendo, o tempo todo, invadidas em sua rotina por elas. Este excesso de imagens diversificadas, oriundas das mais variadas fontes e apresentadas em ritmo cada vez mais acelerado faz com que não observemos os detalhes, as mensagens que nelas estão contidas e, pela brevidade e complexidade que tem a visão para selecionar e filtrar tudo o que vemos, nos tornamos suscetíveis ao poder e influência que a imagem exerce.
Esta influência da imagem, e da cultura visual, faz suscetível, sobretudo, as crianças em idade pré escolar, comumente na faixa etária compreendida dos 4 aos 6 anos, que segundo os estágios de desenvolvimento humano elaborados pelo epistemólogo Jean Piaget, encontram-se no período pré-operatório, fase que surge, no infante, o apreço pela linguagem e a capacidade de substituir um objeto ou fato por uma representação, sem contudo ser capaz de desencadear um discurso lógico para explicar isto. Neste sentido convém mencionar que " (...) não se pode atribuir à linguagem a origem da lógica, que constitui o núcleo do pensamento racional" (COLL e GILLIÈRON, 1987 apud LEITE, 1987), ou seja, as representações aludidas pelas imagens se baseiam no engano dos sentidos e da mente, e, deve-se levar em conta que este universo imagético exige uma decodificação dos signos que se colocam diante de todos para que sejam interpretados e apreendidos.
Esta inversão no processo de aprendizagem, onde predomina o visual em detrimento do verbal e escrito implica na iminente promoção do alfabetismo visual, intermediado preferencialmente na escola como campo da arte, segundo (FREEDMAN in BARBOSA, 2008) "os alunos não veem essas imagens criticamente, a menos que sejam ensinados a fazê-lo."
Para ver além do ato biológico, é necessário, primeiramente, aprender a ver. A aprendizagem acontece por meio de uma retomada às unidades básicas visuais, a explicação de uma coisa com base em uma outra anterior. É aqui que surge os objetivos de uma formação estética, de uma pedagogia da imagem. E, neste processo "deve-se buscar um equilíbrio ideal: nem uma simplificação exagerada, que exclua detalhes importantes, nem a complexidade que introduza detalhes desnecessários". (DONDIS, 1991, p.185).
A pedagogia da imagem é uma proposta que estabelece uma relação ativa e criativa entre educador e educando, despertando no docente habilidades e estratégias pedagógicas para construir conhecimento através da utilização de imagens como recurso didático e no discente o desenvolvimento da sensibilidade estética. Para a escolha de materiais e procedimentos, com minimizada margem de erros, deve-se oferecer ao público infantil obras com qualidade visual que associem a formação do pequeno aprendiz com um objeto que lhe é próximo e acessível.
" A criança exige do adulto uma representação clara e compreensível, mas não 'infantil'. Muito menos aquilo que o adulto costuma considerar como tal. E já que a criança possui senso aguçado mesmo para uma seriedade distante e grave, contando que esta venha sincera e diretamente do coração, muita pouca coisa se poderia dizer a respeito daqueles textos antigos e fora de moda." SANDRONI, 1986, p.55
A educação do olhar, mediante uma prática pedagógica intencional que incida sobre a visão o pensamento e a capacidade de expressão do observador possibilita a construção de um sistema básico para a aprendizagem, a identificação, a criação e a compreensão de mensagens visuais que sejam acessíveis a todas as pessoas.
A linguagem visual, tal qual a falada e escrita, também possui seu código,ou seja, elementos que servem para formar suas mensagens, o alfabeto visual: ponto, linha, forma, direção, tom, cor, textura, proporção, dimensão, movimento. Sobre estes elementos básicos da visualidade, (DONDIS, 1991, p.23) diz: "(...) a partir deles, obtemos matéria-prima para todos os níveis de inteligência visual, e também a partir deles que se planejam e expressam todas as variedades de manifestações visuais, objetos, ambientes e experiências". As imagens visualizadas chegam aos olhos e a memória dos sujeitos compostas por estes elementos. Ter consciência da maneira como este processo acontece, atrelado as representações do mundo, nos conduz a pensar na intencionalidade de educar o olhar que compõe o objetivo da alfabetização visual.
A alfabetização, normalmente relacionada à aquisição do código escrito, em conjunção com a palavra visual significa educar o olhar, instrumentalizar o individuo para poder entender a racionalidade da imagem; ou seja, proporcionar as pessoas a apropriação dos códigos, das regras, dos modos de funcionamento e de uso sociais da imagem. Segundo (DONDIS op.cit.)
"Existe uma enorme importância no uso da palavra 'alfabetização' em conjunção com a palavra 'visual'. A visão é natural; criar e compreender mensagens visuais é natural até certo ponto, mas a eficácia, em ambos os níveis, só pode ser alcançada através do estudo".
Ver, apesar de ser um fato do organismo humano, é uma experiência mediada por complexos sociais, históricos e culturais. A pedagogia da imagem considera a produção de imagens como uma estratégia de promoção e desenvolvimento educacional, já que elas não são apenas informação ou ilustração, mas também meio de educar e produzir conhecimento.
Assim como a para a alfabetização propriamente dita está o letramento; a alfabetização visual não consiste apenas no estudo estrutural da imagem, mas também nas leituras e significâncias da imagem.
Este termo, leitura de imagens, começou a ser utilizado por volta da década de 1970 com a popularização de tecnologias de produção e reprodução de imagens como a fotografia, o cinema, a televisão e mais recentemente o computador, esta tendência se fundamentou nos estudos da psicologia da forma, Gestalt, e da semiótica.
O enfoque semiótico da leitura de imagens vem do conceito de denotação e conotação. A denotação é o significado objetivo da imagem, ou seja, a descrição objetiva do que se vê, como personagens, ações, tempo, espaço, etc. já a conotação é a apreciação do observador, isto é o que ele entendeu a partir de sua observação, é um entendimento mais subjetivo pois depende da compreensão que o mesmo faz dos signos contidos na imagem. É preciso considerar que o progresso na leitura de imagens, tanto objetivamente quanto subjetivamente, está relacionado a frequência com que o leitor se relaciona com a imagem, com seu meio cultural e se há uma intervenção pedagógica que provoque leituras cada vez mais aprofundadas. Engana-se quem acredita que a leitura de imagens seja puramente instintiva ou fácil; entender uma narrativa visual pressupõe uma alfabetização do olhar. Do mesmo modo que aprende-se a ler, aprende-se a ver; e o papel do professor é, também, mostrar como interpretar os códigos visuais, muitas vezes extremamente sofisticados.
Ocupar-se da imagem é, em um momento inicial, envolver-se com o que diz o projeto gráfico; é submergir nas cores, nas formas, nas técnicas e no estilo das ilustrações. Sendo assim, um projeto de educação visual e de sensibilização do olhar, além de assegurar um repertório de experiências estéticas e um vocabulário visual que permita ao estudante fruir prazerosamente, julgar e discorrer criticamente sobre as imagens com as quais se confronta, necessita atentar-se para os atributos e características dos produtos culturais direcionados à infância. Isto porque é por meio do contato e do diálogo com os esquemas configuracionais veiculados pela cultura de massa, pela mídia, pela publicidade e propaganda, pela web, etc., bem como através da convivência direta com a produção imagética; que se inicia não apenas a formação do leitor visual, mas também da criança produtora de imagens.
Sobre a criança produtora de imagens Buoro, 2003 levanta algumas questões pertinentes a este estudo: "Se o desenho da criança é construído em sua relação com o mundo, como evitar a apropriação de modelos estereotipados?" "Como transformar a cópia em uma atividade que, em vez de reforçar modelos, contribua para tornar a expressão gráfica da criança mais rica e mais próxima da arte?" Para a autora " (...) a constituição do desenho da criança e a construção do conhecimento em arte se processam a partir da movimentação entre o repertório imaginário e o repertório cultural grupal." (BUORO, 2003, p.43)
Quanto mais cedo for estimulada a formação da criança para a leitura e criação de imagens, maior será o seu potencial nessas tarefas, para (MENEZES e RAMOS, 2005):
"São imagens o nosso contato inicial com a vida, com o mundo. São leituras de imagens que formam os primeiros conhecimentos da criança, que usa seus sentidos para captar as imagens que a rodeiam, compreender seus significados e reagir a elas. É a leitura do mundo pela leitura das imagens que vão se acrescentar e interagir às leituras de índices e de símbolos, na medida de seu desenvolvimento e de oportunidades."
Como recurso metodológico desta pedagogia da imagem em direção a uma alfabetização visual dos educandos em idade pré escolar, o livro infantil é o suporte que mais se adapta a essa proposta, pois tem como abordagem um grande número de possibilidades de leituras e atividades, carregadas de significados dentro do contexto vivenciado pela criança, o que estimula o educando a pensar, investigar, reproduzir, criar e recriar, transformando o mundo que o circunda e levando-o a vivenciar novas experiências. O livro de imagens sem texto é um segmento da literatura infantil que para um projeto de educação visual é bastante adequado em se tratando de crianças pequenas, haja vista a presença bastante disseminada deste gênero literário nos espaços institucionais destinados à infância e, até mesmo, numa parcela crescente de lares brasileiros.
Benjamin, 2002 cita o livro ilustrado (ou livro de imagem sem texto) como um instrumento vivo da fantasia infantil, por meio do qual a criança contempla o mundo e o significa. E, para (SANDRONI, 1986), um livro de imagens é:
"(...) obra para o pré leitor e para o leitor adulto livre de preconceitos. Capaz de perceber que essa rica leitura pictórica, na qual se encontram tantas possibilidades de elaboração individual, é um caminho fantástico para a apreensão e a compreensão do que seja o ato de ler, além, é claro, de proporcionar um enorme prazer estético."
Ainda sobre a utilização do livro de imagem sem texto na alfabetização visual dos educandos em idade pré escolar é particularmente interessante o fato de que ao contrário do que ocorre com outros produtos visuais, como os desenhos animados, filmes, jogos, recursos infantis da web e aplicações audiovisuais e multimídia em geral, os livros permitem que seus leitores demorem o tempo que quiserem na manipulação e apreciação da imagem, atribuindo-lhes significados (semânticos e estéticos) em seu ritmo particular.
"Estando em contato com ilustrações diversificadas e de qualidade pode a criança descobrir o mundo mágico das cores, das linhas, das formas, da beleza e da estética, e servir-se da riqueza desse universo visual para desenvolver a sua potencialidade criadora." (FERRARO, 2001)
Os livros de imagem sem texto são suportes que, por sua própria essência se prestam à experimentação e à inovação. Devido a particularidade de não apresentarem texto escrito, seu potencial de significação por intermédio do texto imagético e da semiconcretude, possibilita a construção de narrativas, quanto na leitura visual imagética, como instrumento de alfabetização visual, tanto, por consequência, leituras de mundo e conhecimento.
O poder de comunicação da imagem atinge um número de leitores superior ao alcançado pelas outras mídias e, embora não se posa negar que os livros de imagens encontrem uma maior facilidade para circular entre leitores de diferentes origens e localidades, isso não significa que sejam lidos e compreendidos da mesma maneira por todos.
"O livro de imagem não é um mero livrinho para crianças que não sabem ler. Segundo a experiência de vida de cada um e das perguntas que cada leitor faz às imagens, ele pode se tornar o ponto de partida de muitas leituras, que podem significar um alargamento do campo de consciência: de nós mesmos, de nosso meio, de nossa cultura e do entrelaçamento da nossa com outras culturas, no tempo e no espaço."
(CAMARGO, 1995, p.79)
Para compreender o processo de alfabetização visual pela leitura imagética em livros de imagem sem texto pelas crianças em idade pré escolar, faz-se necessário discorrer sobre algumas teorias. A semiótica é a base para se atingir um modelo teórico no exercício da leitura, ela conduz à compreensão do movimento interno das mensagens, à produção de sentidos baseados nas relações entre os signos. Para que a leitura das imagens e das narrativas dos livros sem texto se efetive, é necessário, portanto, muito mais que um ato mecânico de decodificação dos elementos figurativos contidos nos elementos básicos visuais: do leitor é exigido um processo que depende inicialmente de uma maturação psicológica possibilitada pelos estágios de desenvolvimento humano a partir do período pré-operatório, em seguida, no contexto sociocultural, exige-se um envolvimento rotineiro, afetivo, bem como ações inerentes à leitura do objeto-livro que serão determinantes.
"(...) a criança descobre a imagem graças à experiência que tem do mundo. Aprende, sobretudo, a se acostumar à enorme diferença que separa a realidade de sua representação. Num espaço de duas dimensões, submetido a critérios específicos de seleção e organização do pensamento, a criança pode desenvolver a imagem de três dimensões, situando-se no espaço e no tempo." (SANDRONI, 1986, p.40)
Em relação à estética, outra teoria essencial à pedagogia da imagem, de extrema importância para a construção de saberes que extrapolam o racional da informação e do conhecimento e que é responsável pelo saber sensível através da arte, devemos adotá-la no processo de alfabetização visual dos educandos em idade pré escolar afim de permitir a estas crianças a decodificação sensível da leitura imagética, atendendo aos apelos de ser, existir e conviver.
Compreender como se sente e conhecer o sentimento é um processo de consciência que se adquire a partir dos processos da criação, expressão, aquisição de linguagens artísticas, exercícios das poéticas da arte, respeito à expressão não só da criança, mas do próprio educador.
"Extrapolar a alfabetização visual pressupõe ir além do processamento de dados e informações para transformá-los em saberes: nem sempre se extrapola o código visual - que é arbitrário- dotando-o de sentidos e ligando-o às experiências de vida. Alfabetizar-se para ler uma imagem pressupõe decodificar seu caráter representacional, visível, mas não necessariamente seus significados invisíveis, simbólicos, ocultos, analógicos. Não significa, necessariamente, compreender ou atribuir sentidos a imagens, o que o Letramento faz através da sensibilidade: a Arte é esse exercício metafórico, relacional, complexo, de imantar de sentidos o mundo." (MEIRA, 2009)
Vale ressaltar que o livro de imagem sem texto, além de portador da informação, também deve ser apreciado como uma obra de arte pelo seu potencial expressivo, que vai além da mera narrativa e movimento dos signos. Alguns autores como Camargo (1995 e 1990) e Judith Graham (1990), consideram que, por meio dos livros ilustrados, os pequenos leitores poderão conhecer uma infinidade de trabalhos em arte, pois muitos destes volumes são como uma espécie de museu portátil, uma galeria de imagens imensamente importante, principalmente para aquelas crianças que não costumam ou não podem frequentar exposições e mostras artísticas. E, para (PACOVSKÁ apud SILVA, 2010) "Um livro ilustrado é a primeira galeria de arte que uma criança visita."
Como se nota são múltiplos os resultados da alfabetização visual a partir da utilização dos livros de imagem sem texto para o educando em idade pré escolar: o desenvolvimento da sensibilidade estética e a instrumentalização para poder entender a racionalidade da imagem, um vocabulário visual que o permita fruir prazerosamente, julgar e discorrer criticamente sobre as imagens com as quais se confronta e a aprendizagem, a identificação, a criação e a compreensão de mensagens visuais.
Portanto, é de se concluir que a alfabetização visual não é só necessária, mas também uma etapa essencial na educação do ser humano, pois capacita-o com uma habilidade que será necessária ao longo da vida e que desenvolverá as suas capacidades expressivas e críticas em referência a leituras imagéticas. Em sentido mais profundo a alfabetização visual mostra-se tão fundamental quanto a alfabetização das letras e, por ser equiparada a esta, constitui um direito fundamental a todo educando em idade pré escolar.
Considerações Finais:
A crescente demanda e influência imagética da atualidade constitui um fato ao qual nos leva a refletir sobre a imagem em si e as leituras possíveis a ela. Nesta relação inevitável a alfabetização visual dos educandos em idade pré escolar pautada no recurso dos livros de imagem sem texto afigura-se como campo da pedagogia da imagem que possibilita a apreensão de conhecimentos e desenvolvimentos de habilidades cuja pesquisa ainda é incipiente no Brasil. Os benefícios desta abordagem podem contribuir para o desenvolvimento de práticas pedagógicas e artísticas desse campo de conhecimento ainda tão fecundo e promissor, bem como provocar um debate necessário sobre a temática, cujos maiores beneficiados serão, com certeza, os educandos em idade pré escolar que possuem o direito de fruir prazerosamente, julgar e discorrer criticamente sobre as imagens com as quais se confrontam, sendo alfabetizados também visualmente.
Referências Bibliográficas:
BENJAMIN,Walter. "Visão do livro infantil". In.: __________ . Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Duas Cidades, Ed. 34, 2002.
BUORO, Anamelia Bueno.O olhar em construção: uma experiência de ensino e aprendizagem da arte na escola. 6.ed. São Paulo: Cortez, 2003.
CAMARGO, Isaac Antonio. Domínios da Imagem. Londrina, V. I, N. 1, p. 111-118, nov. 2007
CAMARGO, Luís. Livro de imagem: alfabetização visual e narrativa. Leitura: teoria & prática, Campinas,n.17, jun. 1991.
CAMARGO, Luis.Ilustração do livro infantil, Belo Horizonte: Ed. Lê, 1995.
COLL,C.; GILLIÈRON. C. Jean Piaget: o desenvolvimento da inteligência e a construção do pensamento racional. In, LEITE, L.B. (org) Piaget e a Escola de Genebra. São Paulo: Cortez, 1987. p. 15-49.
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