Modelos de Tutoria

Semipresencial
Semipresencial

Educação e Pedagogia

25/09/2015

O artigo de Reis (2000) apresenta os modelos de tutoria no ensino a distância mostrando uma classificação de tutorias em: semipresencial, bimodal e virtual, conforme sinteticamente serão descritas abaixo.

 

  • Semipresencial: serviço de tutoria totalmente a distância por meio de correios e telefone, caso necessário podem participar de sessões semanais de encontros presenciais com grupos pequenos de alunos discutem a matéria com o professor. As tutorias não são obrigatórias.
  • Bimodal: tutoria virtual (obrigatória) e a cada semestre, encontros de tutoria presencial. Os alunos conhecem o tutor que os acompanharão durante todo o curso, assim é possível conhecer o perfil de cada aluno e orientá-los melhor. Próximo as provas há encontro presencial para os alunos tirarem as dúvidas.
  • Virtual: o sistema de tutoria é realizado totalmente virtual, portanto a tecnologia interfere e agrega valor às interações comunicativas. Eventualmente, os alunos se comunicam por telefone, prática pouca utilizada entre eles.

 

Interessante ressaltar, não abordado pela autora, os tipos de alunos que cada classificação de tutoria se enquadram. Nota-se os seguintes perfis de alunos:

 

Semipresencial: o aluno mais adequado para este modelo é aquele que possui maior autonomia dentre todos os perfis nos estudos, pois ele sabe gerenciar o tempo para a entrega das tarefas e atividades cobradas pelo EaD e também é consciente de sua “forma” de aprender e suas dificuldades, frequentando os encontros presenciais quando necessário, pois nem a tutoria virtual, nem a presencial é obrigatória.

Bimodal: é uma mescla de tutoria, a virtual é frequente e a presencial é semestral. Como é obrigatória, demonstra que o aluno ainda precisa ser orientado em todo o processo de aprendizagem, esse apoio é fundamental para estimulá-los e não desistirem durante o curso.

Virtual: modelo destinado principalmente para aqueles que não necessitam da sensorialidade para a aprendizagem. Alguns até preferem este tipo de tutoria, porque são tímidos pessoalmente e normalmente não participariam nas aulas presenciais. A geração Z é um público iminente para esta modalidade, pois são nativos digitais, os computadores, celulares e internet já estavam em uso desde o nascimento deles.

 

Outra forma de aprendizagem, abordado por Mattar (2012), na internet é por meio de MOOC (Massive Open Online Course) que são cursos online abertos, gratuitos, sem pré-requisitos para cursar, sem certificado de participação). A web 2.0 é essencial para o funcionamento, porque os conteúdos disponíveis, os debates são feitos com a própria colaboração de seus participantes. Não há tutor, professor, aluno, todos são responsáveis e autores do curso. Diferentemente da educação tradicional, os alunos servem-se do cardápio disponível e aprendem o que quiserem, no momento e tempo desejado. Sem cobrança e sem ordem.

 

Esse modelo de MOOC é válido, principalmente pela gratuidade e oportunidade de participação de todos no processo de aprendizagem, é o modelo mais democrático possível, inclusive é parecido com a Wikipedia (enciclopédia online, livre e gratuita). A não linearidade é um ponto positivo, porque dificilmente o seguimento rígido da grade curricular agrada o aluno, mas também é prejudicial, porque alguns conteúdos são imprescindíveis ou auxiliam no conhecimento de outro. Essa “desordem” pode tanto motivar ou aluno quanto desmotivá-lo.

 

Entretanto o material disponível pode não ser muito confiável, porque qualquer um pode contribuir com informações equivocadas ou erradas, prejudicando o ensino. Neste sentido também pode ser fértil, porque num determinado cenário, aquela informação se aplica ou não. É raro existir consenso em melhores teorias ou melhores práticas.

 

Todas as formas de tutorias são válidas e interessantes, até mesmo no MOOC que não há tutoria, porque como seres humanos somos uns diferentes dos outros, portanto não há modelo ideal ou perfeito. Existe o mais adequado para cada tipo de aluno e qual o objetivo com o aprendizado. Os três primeiros, semipresencial, bimodal e virtual, são mais rigorosos e com certeza podem formar bons profissionais, o MOOC já é muito amplo, sua aprendizagem e difusa e desordenada, portanto, fica mais difícil aferir o conhecimento dos seus participantes. 

 

REFERÊNCIAS

 

MATTAR, J. MOOC, 24 mar. 2012. Disponível em: <http://joaomattar.com/blog/2012/03/24/mooc/>. Acesso em: 30 ago. 2015.

REIS, H. Modelos de tutoria no ensino a distância. Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/reis-hiliana-modelos-tutoria-no-ensino-distancia.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2015.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Leandro Akira Nakamura

por Leandro Akira Nakamura

Graduado em Informática para a Gestão de Negócios pela FATEC e com pós-graduação em Docência no Ensino Superior pela Universidade Cidade de São Paulo. Cursando especialização em "Tecnologias em EAD" e "Planejamento, Implementação e Gestão de EAD". Atualmente é analista de suporte técnico e professor de algoritmos, programação e banco de dados.

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