PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - UM CAMINHO SEGURO

Educação e Pedagogia

24/11/2015

INTRODUÇÃO

Toda a escola necessita elaborar um Projeto escolar ou como a maioria chama de Projeto Político Pedagógico, que serve como manual para todos da escola, sociedade e os que chegam a cada ano saberem como dar andamento e em que linha essa escola trabalha. O PPP é muito amplo e dessa forma surgem indagações como: quais são os agentes que participam da elaboração do PPP? Que papel tem a gestão na elaboração, execução e prática de projeto? Quais elementos são importantes para ter um Projeto forte e eficaz?

A construção e reestruturação do PPP é um grande desafio, porque não nasce do nada, mais das necessidades da comunidade e das crianças e isso é percebido através de mapeamento que envolve muitos aspectos como: sociais, econômicos, políticos, dessa forma passa a conhecer melhor quem é o aluno e a família, como vive, que cultura possui, seus costumes.


UMA EQUIPE TRABALHANDO JUNTOS

Para compor o projeto é selecionado um conjunto de conhecimentos curriculares que melhor correspondem aos interesses e ao contexto dos alunos. Assim o projeto pedagógico torna-se um instrumento bem real e útil para o crescimento e enriquecimento da vida em sociedade.

Toda ordenação, elaboração, definições de trabalhos, estratégias metodológicas, métodos de avaliar, eventos, como se dará o pedagógico e tudo mais que se faz necessário em uma escola, será definidos por vários agentes. Como é um projeto amplo e complexo surge a importância do pensar e elaborar coletivamente, (FERREIRA, 2008, p.12) coloca o seguinte:

Esse PPP, portanto, terá que ser construído coletivamente aglutinando crenças, convicções, conhecimentos da comunidade escolar, do contexto social e científico, constituindo-se em compromisso político e pedagógico coletivo.

É um processo de reflexão, investigação e tomada de decisões que para isso ocorrer necessitará da participação de todos os envolvidos. Ou seja, Diretores, coordenadores pedagógicos, funcionários, professores, alunos, APP, pais e comunidade em geral. Dessa forma a construção do projeto não será apenas letras, algo morto, mais algo real, vivo, que surge diretos das necessidades dos agentes participativos.

Desde a construção do PPP até sua prática busca-se formar uma escola democrática, onde todos participam na construção da aprendizagem em busca de soluções e estratégia para melhorar o ensino e a aprendizagem. A postura do professor diante dos seus alunos, debatendo, buscando ações efetivas, possibilitando caminhos de mudanças, renovando conceitos e metodologias, proporcionando uma melhor aprendizagem. (Libâneo, 2008, p.78) afirma que “escola democrática é a que proporciona as condições de desenvolvimento, afetivo e moral dos alunos”.

Dessa forma com os alunos participam e constrói junto estratégias que levam a educação a crescer mais sólida, pois os objetivos não se perdem e assim a escola torna-se organizada e começa a resolver grandes e pequenos problemas do cotidiano.


GESTÃO: PARTICIPAÇÃO E ARTICULAÇÃO

A gestão tem um papel muito importante nesse processo, é através dela que se articula e promove toda uma sensibilização entre a escola e a comunidade tomando decisões e conduzindo condutas para um trabalho de qualidade e precisão. (ANDRÉ, 1995, p.111) coloca que:

Para isso é necessário compreender questões voluntárias e propor alternativas de solução, através de “tomadas de decisão” sérias e comprometidas, pois conhecer a escola mais perto significa colocar uma lente de aumento na dinâmica das relações e interações que constituem seu dia a dia, apreendendo as forças que a impulsionam ou que a retêm, identificando as estruturas de poder e os modos de organização do trabalho escolar, analisando a dinâmica de cada sujeito neste complexo internacional.

A proposta da escola não deve ser esquecida ou apenas colocada numa gaveta, ela deve ser debatida e estuda por todos na escola no inicio do ano e aplicada durante o ano letivo.

A gestão, o coletivo, junto com a comunidade escolar, necessita identificar as debilidades, as fortalezas, as oportunidades e as ameaças que envolvem todo o processo de construção e execução da proposta. Dessa forma buscam-se aliados e focam-se mais na superação das debilidades tornando essas futuras fortalezas.

O projeto só irá direcionar o trabalho da escola se a gestão num esforço constante colocar na prática junto com o coletivo o que foi construído no PPP, implantando ações necessárias e tomando medidas fundamentais para o sucesso o projeto. Para que essa seja realmente uma ferramenta de trabalho eficaz, toda a construção parte da base das reais condições que os alunos têm de aprender, as possibilidades e expectativas que a escola necessita para alinhar a comunicação, a coesão e as condições necessárias para a formação e o aperfeiçoamento da educação. ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA UM PROJETO FORTE E EFICAZ

A liderança e firmeza da gestão na condução desse processo são importantes para que não se perca as metas, os objetivos o foco em si. De forma afetiva sempre articulando os trabalhos, proporcionando um clima amistoso entre todos, dando suporte técnico, acompanhamento sistemático e auxiliando no trabalho pedagógico, formando assim um grupo que trabalha democraticamente com a mesma visão e objetivo, favorecendo mudanças necessárias no contesto escolar e de certa forma na comunidade.

A Revista Gestão em rede (p.10) aborda dez pontos para tornar a escola mais eficaz: 1 – Gestão participativa / 2 – O estudante é o cliente da escola / 3 – A escola exerce um papel social / 4 – Comprometimento da equipe escolar e da comunidade / 5 – A qualidade do ensino / 6 – Organização escolar / 7 – Plano de desenvolvimento Escolar – PDE / 8 – Autonomia da escola / 9 – Acompanhamento e controle / 10 – Direção dinâmica e envolvente.

Assim através da gestão e articulação com os professores vão disseminar a proposta que é a identidade da escola.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão junto com o coletivo deve deixar bem claro, qual são seus objetivos, pois são eles que irão orientar as ações da mesma. O trabalho escolar deve ser embasado nas relações e na aprendizagem dos alunos, e para isso é preciso reavaliar constantemente visando atingir sempre os objetivos. Formando uma escola com autonomia e cidadãos comprometidos consigo mesmos e com os outros, (Ferreira, 2008, p.15) diz que “ O trabalho pedagógico que o projeto explicita, tem como meta a preparação e a capacitação política dos cidadãos para uma nova sociedade, que se deseja mais justa e humana”.

Com a participação de todos através do PPP a escola será reconstruída de forma democrática, fazendo a diferença na política, na cultura e na diversidade. Para isso será necessário um esforço de todos os envolvidos, para superar e transformar a escola tradicional e chata, para uma escola inovadora, que valoriza a opinião de cada um, a participação e a autonomia.

Os gestores não podem atuar como técnicos responsáveis por tudo e assumindo uma postura de autoritarismo e poder. Mas com facilitadores e articuladores da construção da proposta da escola, da elaboração dos projetos e execução dos mesmos. Trabalham mais as ideias, sugestões e possíveis soluções para os problemas que surgem no cotidiano da escola. Permitindo o bom andamento do processo de educação e analisam o andamento dos projetos e como está o processo de aprendizagem dos alunos. O projeto escolar não fica apenas nas ideias e reflexões, ele oferece elementos fundamentais para a tomada de decisão necessária para fazer valer as ações do coletivo visando o pleno desenvolvimento do aluno e o crescimento da escola num todo.


BIBLIOGRAFIA

ANDRÉ. M.A Contribuição da pesquisa etnográfica para a construção do saber didático. In: OLIVEIRA, M.R.N.S. (Org) Didática: ruptura, compromisso e pesquisa. 2 ed. Campinas/SP: Papirus, 1995.

Ferreira, Naura Syria Carapeto. Gestão do Trabalho Pedagógico: Supervisão e Orientação escolar – Projeto Político-Pedagógico. Curitiba, IPEBEX, 2008.

Libânio, josé Carlos. A politica educacional e o funcionamento interno das escolas. Presença Pedagogica, Belo Horizonte, v.14 n80, p.76-78, mar/abr. 2008.

Rede, G. e. (n.d.). Gestão em rede. Dez pontos para tornar a escola mais eficaz. (2006). Setembro, n 72 Gestão em Rede , 27.