01/12/2015
LEITURA COM IMAGEM
1- A ESCRITA COMO OBJETO SUBSTITUTO
De acordo com a autora Ferreiro, este texto trata dos problemas das relações entre o desenho e escrita, fazendo com que as crianças leiam o texto acompanhado de imagens gráficas. O objetivo das autoras é compreender as interpretações que as crianças fazem a respeito da imagem e texto escrito.
Entretanto a escrita é um objeto simbólico, significante que representa algo, já o desenho mantém a relação semelhante com objetos aos quais se refere, porém, a escrita não. Descreve-se a escrita como linguagem, sistema de regras próprias, e por sua vez o desenho não.
“Porque nossa escrita é alfabética, afirmou-se com insistência que representa os sons da fala, que é a transcrição fonética da língua. Compartilhando a opinião de outros autores ( cf.Smith,1971), nós consideramos que essa interpretação é discutível. Consideramos o problema das relações entre desenho e escrita não significa, naturalmente, reduzir esta ao desenho: como veremos no desenvolvimento psicogenétitico, a escrita mantém relações muito estreita com o desenho e com a linguagem, mas não é nem a transcrição da linguagem, nem um derivado do desenho. A escrita constitui um tipo específico de objeto substituto de cuja gênese pretendemos dar conta”.
2-Leitura de palavras
A- Indiferenciação inicial entre desenho e escrita
Nesse estágio as crianças marcam no texto como no desenho, que havia algo para se ler. Quando é solicitado uma interpretação (o que diz aqui?) Eles respondem como pergunta “o que é isso? “E por certo a resposta era indiferente para o desenho e o texto.
“Roxana (4ª CB)
- Mostre-me onde tem algo para ler.
(Mostra um desenho)
- O que dirá?
(Mostra o texto)
- Uma bolinha (bola), um ursinho (brinquedo), uma lancha (veleiro), uma florzinha (asa). ”
B– O texto é considerado como uma etiqueta do desenho Nesse nível, se identifica a imagem e há a conduta típica de “apagar” explicitamente o artigo. “... em todos os casos há uma supressão explícita do artigo quando se passa ao texto, que pareceria representar a ‘etiqueta', o nome do objeto desenhado. ” (P. 68) O sujeito desse nível interpreta a escrita como uma maneira de representar nomes de objetos. Para ele, os nomes são atribuídos a todo texto, não importando se tem ou não fragmentações. FACUNDO (6ª CM)
- E aqui, o que diz? (BOLA) - Não sei. - O que é? (Desenho) - Uma bola. - E o que diz? (Texto) - Bola. C – As propriedades do texto fornecem indicadores que permitem sustentar a antecipação feita a partir da imagem As propriedades físicas do texto passam a determinar cada vez mais, nesse nível, o tipo de antecipações que as crianças farão em função da imagem. Laura (c) (5 A.) - O que diz? - Papai. - Poderá dizer “papai está fumando”? - Não, porque é muito pequenino e não alcança. A justificativa de Laura para rejeitar uma oração (é muito pequenino e não alcança) demonstra sua consideração das características formais do texto. “... neste nível a antecipação em função da imagem deu lugar a um processo de busca de verificação no texto. E por fim, ” pode-se dizer que o texto não é inteiramente previsível a partir da imagem”, mas que necessita de índices que confirmem o que se antecede.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Educadora na Escola Estadual INDÍGENA Mbya Arandu Ensino Fundamental- Piraquara
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