Síndrome do Pânico: do Sofrimento às Possibilidades de Bem-Estar
Síndrome do Pânico
Psicologia
11/09/2012
A síndrome do Pânico é um estado mental que causa sofrimento significativo para o sujeito e para quem convive com o mesmo. Tal estado emocional toma proporções fisiológicas atenuantes, que muitas vezes confundem o sujeito em relação à sua sintomatologia, que compreende: sudorese, tremores, taquicardia, sensação de desmaio e vertigens, sensação de morte iminente e despersonalização.
Tais sintomas em conjunto fazem o sujeito pensar e vivenciar que está ocorrendo um ataque cardíaco, que está enlouquecendo ou morrendo. Tudo muda em função deste estado, pois o sujeito quando apresenta a primeira crise, geralmente teme que aconteça uma próxima, gerando uma expectativa negativa em seu bem estar, aumentando o estado de ansiedade e favorecendo o distanciamento de determinados eventos sociais. Muitas vezes o sujeito, por precaução, fica dependente da presença integral de outra pessoa para realizar qualquer atividade, temendo o pior se isso não acontecer.
Geralmente, a vivência do pânico surge em um momento cotidiano da pessoa, não tendo, portanto um fator desencadeante que possa apontá-lo como causa. As pessoas que vivenciam o pânico geralmente são ansiosas, porém, algumas intensificam tanto seu estado ansioso que começam a viver em função deste sofrimento, sempre a espera de uma nova vivência. Com isso, o sujeito começa a se afastar do meio social, do trabalho e de suas atividades diárias temendo que a crise aconteça a qualquer momento e em qualquer lugar, o que de fato pode acontecer independente da expectativa do sujeito.
Características de perda de controle, morte iminente e ataques cardíacos são por vezes invadidos pela fantasia do sujeito, que ao sentir fisicamente essa “catástrofe”, busca rapidamente locais como o pronto-socorro ou hospitais e médicos cardiologistas, devido a tamanho sofrimento causados pela vivência do pânico.
Quando o sujeito recebe o diagnóstico do que realmente acontece, consegue desvincular de uma forma mais consciente a centralização de um problema físico. Geralmente o médico que diagnostica a síndrome orienta o sujeito de uma forma que lhe passe segurança e posteriormente indica-o a realizar um tratamento psiquiátrico seguido de um acompanhamento psicológico.
O tratamento psiquiátrico irá favorecer o indivíduo na atenuação dos sintomas da doença, diminuindo sua ansiedade e deixando-o mais seguro quando a crise reaparece, pois existe medicamentos que cessam tal mal estar no momento em que acontece. Junto a isso, o acompanhamento psicológico ou psicoterapia irá auxiliar o indivíduo em como lidar com a vivência do pânico, bem como a adoção de estratégias de enfrentamento de determinadas situações vulneráveis e como buscar meios de se tornar um sujeito com maior qualidade de vida e saúde mental.
A busca por outros tipos de terapias e técnicas auxiliares, desde que favoreça o estado emocional do sujeito em seu bem estar físico e mental, são benéficas quando não excluídas o tratamento farmacológico e psicológico. As atividades físicas, uma alimentação e rotina regulares, busca pela espiritualidade e equilíbrio emocional também são dispositivos auxiliares na busca de uma melhor qualidade de vida para o sujeito. Com todas estas alternativas, o sujeito tem várias possibilidades de viver saudavelmente com esta síndrome, podendo inclusive ficar livre dela por muito tempo ou eliminá-la de sua vivência.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Felipe Augusto Carbonário
Psicólogo Clínico e Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de São João del Rei, atuando na área de Saúde Mental. Tem experiência em atendimento a pessoas com transtornos mentais e dependentes químicos. Tem aprofundado sua formação estudando formas de ampliar a qualidade de vida, especializando-se em Saúde Pública e também em Dependência Química pela Pontifícia Universidade Católica (PUC).
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