Breve relato da Introdução da Psicologia Clínica no Brasil

Atendimento psicológico
Atendimento psicológico

Psicologia

13/09/2012

Segundo Alberti (1999), em 1900, ocorreu, pela primeira vez, a relação da Psicologia com a avaliação a partir da visão dos comportamentos, com a publicação da tese Duração dos atos psíquicos elementares nos alienados de Henrique Britto de Belford Roxo.

No século XIX, todavia, o saber psicológico foi marcado pelo conflito entre os poderes da Filosofia e da Medicina. Alberti (1999), ainda, destaca que a origem dos discursos da Psicologia lança bases junto ao Direito e a Pedagogia, o autor afirma que "em ambos os casos, a Psicologia irá sustentar um discurso segregador, profilático e normatizador".

Já no início do século XX, a Psicologia passa da observação e experimentação para o estudo de conceitos inconscientes da Psicanálise. Catharino (1999, apud Mello 1983) aponta o fato da criação de um curso de Psicologia na USP, proposta em 1953, à existência de uma demanda de profissionais dessa área em repartições do Estado e em empresas particulares. No entanto, Lipp (1989, p. 158) destaca que somente em 1962 o Brasil, através de Lei, regularizou a profissão de psicólogo. Esse foi o primeiro país da América Latina a regulamentar a profissão, servindo de parâmetro para outros países formularem seus regimentos.

Já em relação à psicologia clínica no Brasil, esta ainda dependia da importação de conhecimento da Europa e Estados Unidos, do material didático e de publicações desses locais para atender a um povo que passava a compreender a importância e a utilidade da Psicologia e dos seus serviços. No Brasil, apresentaram-se abordagens múltiplas, devido a influências de outros países. A primeira referência, ocorreu no início do século XX, com a teoria psicanalítica; depois, na década de 60, da análise experimental do comportamento e do behaviorismo que começavam a serem utilizadas pelos Estados Unidos; e finalmente, nas décadas de 70 e 80, outras abordagens foram sendo desenvolvidas e aplicadas aceleradamente.

Lipp (1989, p. 158, apud Weiner 1983) apresenta a Psicologia Clínica, ainda arraigada a influências estadunidense, em que três linhas teóricas derem origem a modos diferentes de avaliar, conceituar e tratar o comportamento, são elas: a Teoria Psicanalítica, a Teoria da Aprendizagem e a Teoria Humanista.

A Teoria Psicanalítica é aquela que originou diversas pesquisas na abordagem de intervenção da clínica; já a Teoria da Aprendizagem é compreendida como aquela que fomentou diversas abordagens comportamentais e, finalmente, a Teoria Humanista reconhecida como aquela em que se originaram as abordagens experienciais. Ante o exposto, pode-se verificar que o modelo interventivo da Psicologia no Brasil surgiu aos moldes internacionais, referenciais relevantes para facilitar a compreensão da sua dinâmica atual.

Fontes:
ALBERTI, Sonia. HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NO BRASIL - ORIGENS NACIONAIS. Disponível em: http://www.cliopsyche.uerj.br/livros/clio1/historiadapsicologia.htm . 1981 LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. A Psicologia Clínica no Brasil: o estado da arte, in: Hutz, Claudio Simon (org): 2o. Simpósio Brasileiro de Pesquisa e Intercâmbio Científico da Anpepp (Anais, pag. 156-168). Rio de Janeiro: Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia. 1989.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Magnólia Ramos de Oliveira

por Magnólia Ramos de Oliveira

Graduada em Psicologia, pela Universidade Estadual da Paraíba - UEPB. Colaboradora da ONG "Jovem Ambientalista" - Organização não governamental que trabalha com temáticas socioambientais.

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