Recusa alimentar na primeira infância

Psicologia

09/10/2012

A recusa alimentar ou inapetência na infância representa uma das queixas mais frequentes nas consultas pediátricas. É um quadro que mobiliza muita angustia, sentimentos de frustração e sensação de impotência nos pais.

Trata-se de um quadro com características especificas, no qual as queixas principais são recusa aos alimentos, desinteresse pela comida e falta de prazer ao se alimentar, preferência por um numero pequeno de alimentos, sempre do mesmo tipo ou consistência, recusa a experimentar novos alimentos (neofobia) e tendências a ritualizar a refeição, mantendo a alimentação com um padrão restrito e monótono.

Observa-se, em geral, que quadros de inapetência são característicos e esperados dentro do desenvolvimento normal na infância e costumam se manifestar principalmente entre os 14 meses e os 5 anos. Momentos de passagem evolutivos podem contribuir para a manifestação da inapetência.

Períodos de mudança na família, como nascimento de irmãos, ingresso da criança na escola, separação da figura materna – devido ao retorno ao trabalho, por exemplo – ou mesmo a morte de um parente próximo também pode afetar a criança, causando inapetência.

Estas situações, se bem-compreendidas e toleradas pelos pais, tendem a ser manifestações temporárias. No entanto, quando persiste e passa a prejudicar o desenvolvimento físico e emocional da criança, a recusa alimentar pode estar indicando algum tipo de mal-estar ambiental ou relacional.

A possibilidade de enfermidades orgânicas deve ser descartada, e a criança deve ser encaminhada para avaliação psicológica.