A Dor de perder uma mãe (A única dor que Jesus não sentiu)

A Dor de perder uma mãe (A única dor que Jesus não sentiu)
A Dor de perder uma mãe (A única dor que Jesus não sentiu)

Psicologia

24/10/2012

Dor que um dia chega. E se não chega, dói a angústia de sua espera. Há mães que partem ainda novas, outras se quer ter colocado seu filho em seus braços, e outras, que de tão vividas, tornam-se nossas filhas, necessitando de nosso tão merecido amparo.

Mães que nos amamentam quando crianças, e mães que alimentam ,com sua essência, nossos corações já adultos. Mas todas são mães. Todas serão eternamente imaculadas em nossos corações.

Mãe é uma referência que não nos deveria abandonar. Único exemplo de amor incondicional. Colo que nos afaga a qualquer momento. Que nos espera de braços abertos. Que nos abre os olhos antes mesmo do acontecido.

Sentido além do humano. Instinto de proteção divino. Mas um dia, esse norte, se afasta de nosso convívio. Não desaparece, mas parte sem nos dizer adeus. Sensação de nosso ninho se desfazendo. Nosso ser mais amado nos despedindo aos poucos ou subitamente.

Vontade de parar o tempo e de revertê-lo. Coração de mãe não poderia parar nunca.
Vazio de coração que agora em turbilhão, tenta nos reconfortar com lembranças de conselhos que nos serão eternos. O vazio do quarto, o cheiro de mãe ainda nos tentando enganar que ela está por voltar. Dor que dilacera. Que interrompe a direção de nosso rumo.

O que elas sempre nos diziam que perder filho era uma lei não natural, nós também sentimos isso por elas. Mãe tinha que ser eterna. E agora? E nossos conselhos, nossos abraços de orgulho, nosso pedido de benção ao se deitar?

Agora o que era tudo se torna impressionantemente vazio. Vazio que dói de forma além de nossas capacidades. Dor que tem nome, mas que teria que ser ausente de qualificação. Não se mede dor, e se fosse medida, nos faria incapaz de percebê-la.
Perder nosso caminho de volta. Perder nosso útero. Perder o conselho que apenas os olhos de mãe sabem nos dar. Perder a magia que mãe tem de nos descobrir, mesmo que nos encobrindo.

Poder de ler a verdade nos olhos e na alma. Poder de transferir nossa dor a seu coração.
Poder de troca sem ao menos exigir nada. Amor que não necessita de esforço. Amor que flui de forma única. Mas um dia sua voz se cala, seu abraço não mais nos afaga. Seus conselhos são apenas lembrados em cada atitude de nossas vidas. Vontade de ir junto.
Tristeza de ver nossa origem nos deixando. Despedir do que não se queria nunca despedir.

Dor que avassala a alma. Que nos tira o chão e por segundos nos faz achar que era mentira. O adeus não foi dado, e pela alma, levará um tempo ainda maior...
Dor injusta, que não pede licença. Que não nos chama para um duelo, na
expectativa de uma vitória, para torná-las imortais.

Dor tão grande...
Dor que Jesus não vivenciou. Saudade eterna de todos os momentos. Até dos que não eram compreendidos.

Saudade dos beijos e dos pratos feitos com carinho.
Saudade do cheiro de mãe.
Saudade de colo de mãe.
Saudade da voz, das risadas, dos conselhos e de suas preocupações...
Saudade da vida.
Saudade da saudade...

E quando achamos que perdemos o rumo da vida, quando achamos que nossos passos se tornam os de um bebe que necessita dos braços de mãe, quando as lágrimas não cessam,
sentimos uma sensação de amparo em nossos corações, tentando nos dizer que o amor de nossa mãe é tão incondicional, que ela estará sempre não mais ao nosso lado, mas em nossos corações.

Zelando o que de mais precioso ela colocou em vida. O que ela faria de tudo para salvar. O que deixava de alimentar para nos dar o alimento. A que se despia para nos cobrir. A que levantava a qualquer hora da noite para apenas ver se estávamos em sono sereno.

Jesus nos alivia dando-nos a certeza desse amor eterno. Desses laços que Ele mesmo os ata, para que nossa vida continue. Maria nos acolhe em seu manto como filhos chorando por não termos mais o amor de mãe ao nosso lado. Ela nos diz que mãe nos ama tanto que seu maior medo seria que fossemos na sua frente. E isso é o amor mais verdadeiro.

Preferir partir antes para nos dar mais vida. Dar-nos mais chances de viver e sermos felizes. Não há amor igual. Amor de doação plena. Talvez o amor de mãe a seu filho seja uma centelha do que é o amor de Jesus para cada um de nós.

Jesus é pai, mas também é mãe. Compreende o nosso sofrimento e medo de estarmos sozinhos no mundo. Mas Sua misericórdia é tão grande que nos abastece lentamente, nos respeitando a hora de retomar nossas vidas. Vivermos das lembranças. Vivermos do que acharíamos que ouviríamos delas nesse momento. Conselho eterno sendo intuído em nossos corações.

Jesus nos dá a certeza de que todas as noites somos beijados por nossas mães, que agora estão ainda mais próximas de nós.
Deus nos dê força para suportarmos essa dor quando nos for colocada à prova e aos que já a vivenciaram. Que Ele seja nosso maior consolador. Nosso maior acalentador, para que as dores da alma, deixadas pela saudade, sejam aos poucos, transformadas em lembranças de orgulho e exemplo para as gerações que estão a chegar...

Que Jesus as abençoe pela missão tão linda, talvez a mais difícil, por exigir o amor incondicional. E que Ele nos abençoe como filhos para aproveitar nossas mães de forma intensa, para que aprendamos com elas, o que há de mais lindo na vida: o Amor!

Deus abençoe todas as mães, ausentes, presentes, mas eternamente ligadas em amor a seus filhos!

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Walter Sormanti Hassin

por Walter Sormanti Hassin

Médico Psicanalista, com formação em Medicina Chinesa e Acupuntura pelo International Beijing Trainning Centre/China, no ano de 1986. Anestesiologista e Clínico da Dor.

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