Por que tenho ciúme?

A confiança é peça chave para que exista um relacionamento saudável
A confiança é peça chave para que exista um relacionamento saudável

Psicologia

14/01/2013

Você fica irritado e reclama com seu parceiro quando ele (ela) não avisa aonde vai? Precisa saber com quem ele vai sair? Vasculha as redes sociais ou o celular dele para ter certeza de que ele é só seu? Cuidado! Sim, esses comportamentos são muito prejudiciais para um relacionamento.


O que conhecemos como ciúme nada mais é do que um conjunto de sintomas, sensações e reações provenientes da nossa própria incapacidade para lidar com o outro e com o diferente.


O ser humano em geral tem uma necessidade universal de ter o controle sobre as coisas, Jung chama de ego o centro de nossa consciência, aquilo que define nossa personalidade, esse ego, precisa ter o controle, quando não conseguimos ter controle sobre nós mesmos, projetamos essa necessidade em outra pessoa.


Dessa forma, existe uma linha sutil entre o que pensamos ser amor e a nossa necessidade de ter alguém para controlar. Frases como “Não vivo sem alguém” e “Se ele morrer eu morro junto”, são exemplos de uma situação de dependência e não de amor. Nesse caso, o outro tem a utilidade de um objeto que serve para preencher um vazio interno.


Qual o sentido de um relacionamento em que mais da metade do tempo passamos chateados e nervosos com nosso parceiro porque ele mentiu para nós? Qual o sentido de um namoro em que mais brigamos do que passamos bons momentos? Qual o sentido em passar horas do dia vasculhando uma rede social para descobrir se tem algo errado?


A confiança é peça chave para que exista um relacionamento saudável, porém, para confiar em alguém é necessário que primeiramente exista autoconfiança. Pessoas que não confiam em si mesmas e em suas capacidades e potenciais geralmente demonstram baixa autoestima. Pessoas com baixa autoestima tem a tendência de serem muito carentes, elas precisam estar sempre no controle do relacionamento, saber tudo sobre o outro, e quando perdem isso, ficam sem base, irritam-se, brigam e falam coisas sem pensar.


Como desenvolver autoconfiança e aprender a lidar com as situações em que nosso parceiro não supre nossas expectativas? Uma das possibilidades é procurar um psicólogo para trabalhar o autoconhecimento, isso nada mais é do que procurar com a ajuda de um profissional descobrir ferramentas e potenciais que já possuímos em nós, mas ainda nos é desconhecido.

Quando nos conhecemos, aumentamos nosso repertório comportamental, desta forma, descobrimos formas mais efetivas de lidar com nosso parceiro e de resolver problemas, que sem esse autoconhecimento, apenas nos irritaríamos e brigaríamos. O autoconhecimento proporciona automaticamente autoconfiança. Quando nossa autoconfiança é desenvolvida permitimos a nós mesmos confiar no outro e assim entramos em um relacionamento real e não fantasioso.

Obviamente precisamos entender que ainda vamos nos decepcionar com as pessoas, pois nunca temos o controle sobre o outro, entretanto, a diferença entre alguém que tem uma autoconfiança maior é de que frente à decepção, ela irá pensar – Ok, estou triste, chateado, mas eu confio em mim mesmo e sei que mereço algo melhor. Enquanto a pessoa com baixa autoestima tende a se culpar – Está vendo, eu faço tudo errado, sempre escolho pessoas erradas, acho que essa coisa de relacionamento não é para mim.


O ciúme até certo grau é bem visto em um relacionamento, pois demonstra preocupação, todavia, quando o ciúme começa a impedir a pessoa de fazer coisas que gosta ela começa a perder espaço. Ex: não fui a uma festa porque meu namorado não deixou! É muito importante para um casal saudável que os dois mantenham sua personalidade, e mudem o mínimo possível.


O que acontece, é que a ansiedade para suprir as expectativas do outro fazem com que um dos dois acabe cedendo e fazendo coisas que não gosta somente para agradar, ou por medo de perder, ciúme vem da insegurança. A tendência é que em longo prazo isso gere muitas brigas, quando um dos dois começa a se anular, o relacionamento tende a um término.


Como perceber se estou nesse grau? Responda para si mesmo: Estou fazendo algo porque gosto ou só para agradar? Estou feliz, leve e contente com meu relacionamento ou passo mais tempo com raiva, chateado, triste e reclamando dele (dela) para meus amigos?


Se você respondeu que passa mais tempo reclamando, procure um psicólogo, ele pode te ajudar a desenvolver autoconfiança para lidar melhor com seu parceiro e transformar o relacionamento turbulento em algo mais leve e que te faça bem. Não esqueça, o que foge disso tem mais a ver com dependência do que com amor.


Um relacionamento bom é aquele que faz bem, que deixa ambos leves, que ambos cresçam juntos, com diálogo, amor e confiança.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Francisco Purcotes Júnior

por Francisco Purcotes Júnior

Francisco Purcotes Junior - Psicologo Clinico -Graduação - Psicologia (FEPAR) 2011 -Pós Graduação - Psicologia Analitica e Religiao Oriental e Ocidental - (FAVI-ICHTHYS) 2012 -Areas de interesse: Psicologia Clinica, Psicologia Analitica, Relacionamentos, Sonhos, Filosofia, Mitologia, Historia, Religioes comparadas, Psicodinamicas. Contato: (41) 9917-0350 Email: purcotes@hotmail.com

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