Teste do beber punido (ou teste de conflito de Vogel)

Ratos colocados em caixas contendo um bebedouro conectado a uma fonte elétrica
Ratos colocados em caixas contendo um bebedouro conectado a uma fonte elétrica

Psicologia

19/02/2013

O teste do beber punido, também chamado de teste de conflito de Vogel, baseia-se nos mesmos conceitos do teste de punição da pressão à barra: condicionamento e conflito. Esse teste foi desenvolvido por Vogel, Beer e Clody, em 1971. Os autores privaram ratos machos de água durante 48 horas e, após esse período, os animais foram colocados em caixas contendo um bebedouro conectado a uma fonte elétrica. Durante uma sessão-teste de 3 minutos, cada vez que os animais lambiam o bebedouro para saciar a sede, esse comportamento era punido por um leve choque, fornecido a cada 20 lambidas. O aumento do número de lambidas induzido por determinadas substâncias, a despeito de receber a punição do choque, é considerada como um parâmetro de atividade ansiolítica.   

Atualmente, muitas variações já foram incorporadas ao modelo, de forma que os pesquisadores conseguem investigar diferentes aspectos do comportamento de medo nos animais. Embora ambos os testes sejam baseados no conceito de conflito, o teste de conflito de Vogel apresenta uma desvantagem com relação ao teste de punição da pressão à barra de Geller-Seifter, representada pela presença de punição. Considerando que o teste de Geller-Seifter não utiliza a punição do comportamento condicionado, os pesquisadores acreditam que isso facilite a avaliação da especificidade de ação das drogas testadas.

Muitos compostos com ação ansiolítica já foram avaliados no teste de conflito de Vogel, tais como benzodiazepínicos, agonistas gabaérgicos, como o muscimol e o zolpidem, antagonistas de receptores do tipo NMDA, inibidores da síntese do óxido nítrico, agonistas serotonérgicos como a buspirona, entre outros. Todos esses mencionados agindo no sentido de liberar o comportamento punido (indicativo de efeito ansiolítico). No entanto, assim como deve ocorrer em todos os testes animais de ansiedade, os efeitos ansiolíticos obtidos devem ser cuidadosamente interpretados. A fim de evitar que respostas relacionadas apenas ao desempenho locomotor, ao maior apetite por água ou ainda a influências sobre os limiares de dor, levem à ocorrência de falsos-positivos.

Da mesma maneira que outros testes de conflito responsivos ao tratamento com benzodiazepínicos, o teste de conflito de Vogel possui uma ampla relevância com relação ao estudo da ansiedade clínica. No entanto, parecer ser de particular relevância para o estudo do transtorno de ansiedade generalizada, bem como de drogas mais seletivas empregadas no tratamento desta condição.













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