20/02/2013
Quando se fala popularmente em ansiedade, com seus sinais e sintomas, geralmente é a esse transtorno que se refere. Entre os subtipos de ansiedade, o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é, sem dúvida, o mais frequente na população em geral. Pessoas que sofrem desse transtorno apresentam medo excessivo, preocupações ou sentimentos de pânico irracionais a respeito das mais diferentes situações. Estão frequentemente tensas e dão a impressão de que qualquer situação é - ou pode ser - provocadora de ansiedade. Estão sempre preocupadas com o julgamento que os outros fazem em relação ao seu desempenho em diferentes áreas e precisam, consequentemente, que lhes renovem a confiança e as tranquilizem. É importante mencionar que a preocupação constante presente nesses pacientes não caracterizam um quadro de obsessão, uma vez que não diz respeito a um único fato nem são repetitivos; são preocupações constantes que mudam de tema e geram profunda ansiedade.
Ao contrário do transtorno do pânico, por exemplo, que tem caráter episódico, do ponto de vista clínico o TAG caracteriza-se pela persistência, na maioria dos dias de um período de seis meses ou mais, de um estado de apreensão constante, embora com intensidade flutuante, cuja causa pode não ser identificável. Seu padrão básico, segundo o DSM em sua quarta edição, consiste em ansiedade e preocupação difíceis de serem controladas e que ocorrem na maioria dos dias dentro de um período de seis meses, com relação a vários eventos ou atividades. Esses sentimentos de ansiedade e preocupação são acompanhados por, no mínimo, três sintomas somáticos adicionais de uma lista que inclui inquietação, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e distúrbios do sono.
Embora, quando comparado aos outros subtipos de transtornos de ansiedade, o TAG seja visto inicialmente como um transtorno leve, acredita-se atualmente que seja uma doença crônica, associada a uma morbidade relativamente alta e a altos custos individuais e sociais. Como exemplo desta condição, pode-se mencionar que cerca de 24% dos pacientes classificados como grandes usuários de serviços médicos ambulatoriais apresentam também o diagnóstico para TAG. Além disso, pode acompanhar o transtorno do pânico, quadros depressivos e outros quadros patológicos psiquiátricos.Na maioria dos casos, essa comorbidade indica uma maior gravidade, constituindo um problema terapêutico importante, onde o tratamento específico do transtorno primário ou a necessidade de tratamento de cada patologia associada deve ser julgado caso a caso.
O TAG é o transtorno de ansiedade mais comum na prática médica geral, sendo quatro vezes mais frequente que o transtorno do pânico. O sexo feminino é mais acometido que o masculino, numa proporção de 2:1. É, também, um dos transtornos de ansiedade mais comumente diagnosticados, com uma prevalência média de 4,1 a 6,6% na população geral. Determinar a idade de início dos sintomas é difícil, porque a maioria dos pacientes não sabe precisar quando isto ocorreu. Referem que sempre foram assim, talvez caracterizando apenas que seu início se deu na adolescência ou quando adultos jovens, apresentando uma estimativa de idade média em torno dos 20 anos.
Infelizmente, a despeito de sua alta prevalência e intenso prejuízo que seu quadro sintomatológico causa aos pacientes, o TAG tem recebido menos investigações científicas que o transtorno do pânico/agorafobia, transtorno do estresse pós-traumático e transtorno obsessivo-compulsivo.
Como na maioria dos transtornos de ansiedade, o tratamento pode ser dividido em abordagens psicológicas e farmacológicas. A experiência clínica sugere que a psicoterapia, qualquer que seja sua orientação, aumenta a adesão ao tratamento farmacológico e sua eficácia, diminuindo sua duração. A psicoterapia está indicada para todos os pacientes que sofrem de TAG. Já do ponto de vista da abordagem farmacológica, o tratamento da ansiedade generalizada compreende uma vasta gama de farmacoterápicos.
Todos os compostos benzodiazepínicos (como o diazepam, o alprazolam e o midazolam) são eficazes no tratamento do TAG, principalmente os que possuem meia-vida, média ou longa. A buspirona, pertencente à classe das azilpiperazinas, e única droga comercializada desse grupo, parece ser eficaz apenas no TAG, não atuando de forma tão eficaz em outros transtornos de ansiedade. Antidepressivos também têm sido muito utilizados no tratamento do TAG, sozinhos ou combinados a outros compostos ansiolíticos. Os antidepressivos tricíclicos e os inibidores da enzima monoaminaoxidase parecem ser eficazes neste tipo de transtorno psiquiátrico.
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